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150 ANOS DE IMIGRAÇÃO ITALIANA: UMA HISTÓRIA DE TRABALHO, FÉ E ESPERANÇA QUE VIVE EM NÓS

Por Sérgio Cechin, vereador em Santa Maria e descendente de italianos

Há exatos 150 anos, em 1875, desembarcava em solo brasileiro o primeiro grupo oficial de imigrantes italianos, vindos em busca de melhores condições de vida, carregando na alma a esperança de um futuro digno e o sonho de prosperidade. Homens, mulheres e crianças cruzaram o oceano com pouco mais que a própria coragem. O destino? O sul do Brasil, especialmente o Rio Grande do Sul, onde a força do trabalho e a fé dessas famílias transformariam para sempre a nossa história.

Santa Maria, a cidade que escolhi para viver e servir, também guarda em sua memória e em suas ruas a herança desta gente forte, honesta e batalhadora. A influência italiana está presente em nossos hábitos, nos sobrenomes, na agricultura familiar, na arquitetura, na religiosidade, nas festas, na gastronomia e, sobretudo, nos valores que nos moldam: o amor à terra, o respeito à família, a solidariedade entre vizinhos e a firmeza diante das adversidades.

Como descendente de imigrantes italianos, trago comigo o legado de meus antepassados que, com mãos calejadas, construíram seus sonhos tijolo por tijolo, videira por videira, fé por fé. Meu sobrenome, Cechin, é mais que uma assinatura: é a lembrança viva de uma história que começa em Veneto, na Itália, e encontra seu presente aqui, no coração do Rio Grande.

Este sesquicentenário da imigração italiana é um marco não apenas comemorativo, mas também reflexivo. Precisamos valorizar essa herança e transmiti-la às próximas gerações. Que nossos filhos e netos saibam das dificuldades enfrentadas por aqueles que chegaram com quase nada, mas nos deixaram tudo: cultura, tradição, trabalho e dignidade.

Ao celebrarmos esses 150 anos, é essencial também homenagearmos os pequenos agricultores, os artesãos, os professores, os líderes comunitários, os religiosos e os empreendedores que seguem vivos nas comunidades que descendem desses imigrantes em cidades como Caxias do Sul, Bento Gonçalves, Antônio Prado, Garibaldi, Veranópolis, e também aqui em Santa Maria.

A bravura italiana forjou parte significativa da identidade gaúcha. É impossível contar a história do nosso Estado sem falar do sotaque cantado dos “nonos” e “nonas”, do cheiro do pão recém-saído do forno à lenha, das celebrações em honra aos santos padroeiros, da alegria das festas comunitárias, da uva transformada em vinho e da mesa sempre farta que nos ensina que comer é também um ato de união e memória.

Hoje, como representante do povo, renovo meu compromisso de seguir defendendo com firmeza os valores que herdamos desses pioneiros. Que as políticas públicas continuem a valorizar o interior, o campo, a cultura e a memória dos nossos imigrantes. Que sejamos dignos da semente que eles plantaram há 150 anos e que hoje floresce em cada canto do nosso Estado.

Viva a imigração italiana. Viva o legado de nossos antepassados. Viva o povo gaúcho!

Sérgio Cechin
Vereador de Santa Maria (RS)
Descendente de italianos e defensor da cultura, do trabalho e da fé do nosso povo

Redação enFoco

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