Novembro marca mais um mês de luta pelo fim da violência contra a mulher. Tenho a responsabilidade e o compromisso de trazer novamente para as ruas de Santa Maria a campanha dos 21 Dias de Ativismo. Esta agenda vai além do nosso mandato; trata-se de um movimento global, iniciado em 1991, que une nações e comunidades em torno de um objetivo inegociável: erradicar a violência de gênero.
Como vereadora, defendo que a legislação é fundamental e a educação, libertadora. Por isso, neste ano, nossa campanha supera o discurso. Estamos nas ruas conversando, ouvindo e, principalmente, instrumentalizando as mulheres e a sociedade com o “Violentômetro”, um importante recurso didático de conscientização.
A violência muitas vezes não começa com o feminicídio ou a agressão física grave. Ela é insidiosa. Inicia de forma sutil, disfarçada de ciúme excessivo, de controle financeiro ou de uma “piada” ofensiva em público. O Violentômetro atua como uma régua de alerta, ensinando-nos a medir o perigo. Ele demonstra que chantagens emocionais, humilhações e a destruição de objetos pessoais não são “coisas de casal”, e sim degraus de uma escalada que pode ser fatal.
Ao entregar esse material em mãos para as mulheres de Santa Maria, meu objetivo é claro: queremos que elas identifiquem os sinais antes que o pior aconteça. É essencial que a vizinha saiba reconhecer o pedido de socorro silencioso e que os homens olhem para essa régua e repensem comportamentos normalizados por gerações.
A violência contra a mulher é uma questão de saúde pública, de direitos humanos e de desenvolvimento social. Uma cidade onde as mulheres não se sentem seguras não é uma cidade livre. Durante estes 21 dias, que no Brasil iniciam mais cedo, no Dia da Consciência Negra, para destacar a dupla vulnerabilidade da mulher negra, estaremos intensificando nossas ações.
Convido cada cidadão e cidadã de Santa Maria a se juntar a nós. Recusem “brincadeiras ofensivas”. Jamais ignorem os gritos da casa ao lado. A violência prospera no silêncio e na omissão. O Violentômetro está em nossas mãos para lembrar que a tolerância para a agressão deve ser zero.
Que estes 21 dias sirvam para plantar sementes de respeito e dignidade que floresçam durante o ano todo. A luta pelo fim da violência contra a mulher é uma luta pela vida e pertence a todos nós.








