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Desafios do Orçamento de Santa Maria para 2026, Conversa entre Lula e Trump, Michele Bolsonaro participa de evento em Soledade - tudo isso e mais, você lê aqui!

  • Prefeitura tenta equilibrar contas, mas Previdência segue como maior pressão

O Orçamento de 2026 chega à Câmara de Vereadores de Santa Maria em um momento de alta tensão fiscal e política. Com risco de atraso nos salários em dezembro e a Reforma da Previdência Municipal em pauta, o Executivo projeta um déficit de R$ 66 milhões, um alívio em relação ao rombo de R$ 91 milhões de 2025, mas ainda um número preocupante. A diferença entre receitas (R$ 1,62 bilhão) e despesas (R$ 1,69 bilhão) expõe o peso crescente do Instituto de Previdência (Ipassp), que deve consumir R$ 479 milhões do total, somando aposentadorias, pensões e cobertura do déficit atuarial.

O documento enviado à Câmara traduz, em números, o dilema de uma administração que tenta equilibrar a folha de pagamento, manter serviços essenciais e sustentar algum nível de investimento. A Educação (R$ 336,8 milhões) e a Saúde (R$ 188,9 milhões) seguem como áreas prioritárias, mas o desafio está em atender demandas crescentes, como as de zeladoria urbana e assistência social, sem ampliar ainda mais o endividamento. A reserva de contingência, de R$ 170,9 milhões, funcionará como colchão para eventuais imprevistos e para garantir o cumprimento das emendas impositivas dos vereadores, que somam R$ 26,4 milhões.

O pano de fundo político é inevitável. O debate sobre a Reforma da Previdência, que promete dividir o funcionalismo e a base aliada, tende a dominar as discussões sobre o Orçamento. A equação fiscal de 2026 dependerá, em grande parte, da capacidade do governo de ajustar as contas do Ipassp, hoje o epicentro do desequilíbrio. Sem uma reforma que reduza a pressão sobre a folha, qualquer previsão de superávit continuará sendo ficção orçamentária.

Por ora, o projeto orçamentário é um espelho de um município que arrecada mais, mas gasta ainda mais rápido. A gestão do prefeito Jorge Pozzobom tenta demonstrar controle e planejamento, mas os números evidenciam um cenário de estagnação: pouca margem para investimento e muita dependência dos repasses estaduais e federais. A aprovação do Orçamento será apenas o primeiro capítulo de um 2026 que promete ser de ajustes duros e de embates intensos no plenário.

  • Encontro cordial, resultados incertos

O encontro entre Lula e Donald Trump na Malásia marcou um raro momento de cordialidade entre dois líderes acostumados a discursos inflamados, mas não necessariamente alinhados. O tom moderado e pragmático da conversa, celebrado pela diplomacia brasileira, é um avanço em si. Ainda assim, o saldo concreto da reunião permanece incerto. A promessa de revisão das tarifas impostas aos produtos brasileiros não foi feita, e o próprio Trump tratou de colocar o pé no freio ao afirmar que “não sabe se alguma coisa vai acontecer”. 

O mérito, porém, está na retomada de um canal direto de diálogo com Washington. e num momento em que o Brasil busca reposicionar-se como parceiro confiável no tabuleiro global. O chanceler Mauro Vieira tem conduzido essa aproximação com sobriedade, sem ceder ao exibicionismo que marcou gestões anteriores. Lula, por sua vez, mostrou maturidade ao defender a soberania nacional sem confrontos desnecessários, o que fortalece a imagem de um Brasil pragmático e previsível. Num cenário em que gestos contam tanto quanto resultados, a diplomacia brasileira venceu a primeira rodada.

O desafio agora é transformar boa vontade em ganhos econômicos. O corte das tarifas de 50% seria apenas o início de uma pauta mais complexa, que inclui terras raras, minerais estratégicos e cooperação energética, temas nos quais os Estados Unidos costumam jogar pesado. Para o ministro Geraldo Alckmin e sua equipe, os próximos meses exigirão equilíbrio entre firmeza e flexibilidade. Já para Fernando Haddad, o foco é garantir que qualquer acordo preserve a competitividade da indústria nacional, sem comprometer a autonomia fiscal do país.

Há, no entanto, uma variável explosiva que ameaça contaminar o avanço das negociações: a crise na Venezuela. Ao se oferecer como mediador, Lula entrou em terreno minado. Trump tem interesse em manter a pressão sobre Nicolás Maduro, e um eventual confronto militar na região poderia pôr fim ao breve degelo diplomático. Entre a diplomacia e a pólvora, o Brasil precisa escolher com cuidado o tom da sua voz e, mais do que nunca, medir o peso de cada palavra.

  • Eduardo Leite reage na Justiça a acusações de Camozzato sobre notas escolares

O embate entre o governador Eduardo Leite (PSDB) e o deputado estadual Felipe Camozzato (Novo) ganhou contornos judiciais. O parlamentar chamou de “autoritária” a decisão do governador de recorrer à Justiça após acusações de que haveria um suposto esquema de manipulação de notas na rede estadual de ensino. Leite ingressou com interpelação criminal contra Camozzato, que divulgou vídeos nas redes sociais sugerindo pressão sobre professores para inflar notas e melhorar indicadores educacionais.

O caso, que tramita em segredo de Justiça, busca esclarecer as declarações antes de uma eventual queixa-crime. Camozzato, por sua vez, afirma ter apenas dado voz a denúncias recebidas de docentes e diz estar amparado pela imunidade parlamentar prevista no artigo 53 da Constituição. “A reação do governador é suspeita. Parece uma tentativa de intimidação para cessar a investigação”, afirmou o deputado, pedindo que o governo concentre esforços em apurar as denúncias, e não em processar quem as torna públicas.

Leite, por outro lado, sustenta que não existe qualquer orientação para alterar notas e que as falas do deputado podem configurar calúnia. A interpelação também é assinada pela secretária estadual da Educação, Raquel Teixeira, e por representantes da PGE.

Entre a liberdade de fala no plenário e os limites da responsabilidade pública, o episódio reacende um velho debate: até onde vai a imunidade parlamentar, e onde começa o dever de checar o que se divulga?

  • PL Mulher mostra força em Soledade com presença de Michelle Bolsonaro

O PL Mulher mostrou vigor no sábado (25), ao reunir cerca de 3,4 mil pessoas em Soledade durante encontro comandado por Michelle Bolsonaro. Cogitada como possível candidata à Presidência ou à vice em 2026, a ex-primeira-dama evitou falar sobre o tema e reforçou o discurso de fidelidade ao marido, o ex-presidente Jair Bolsonaro, hoje em prisão domiciliar.

Segundo a presidente estadual do PL Mulher, Adriane Cherini, Michelle foi provocada sobre a hipótese de disputar o Planalto, mas desconversou: “Ela apenas diz que quer voltar a ser primeira-dama do Brasil”.

O evento também teve caráter estratégico. Foram empossadas 110 presidentes municipais e reforçado o plano de construir nominatas femininas competitivas para Assembleia Legislativa e Câmara dos Deputados em 2026. “Não queremos candidaturas arranjadas de última hora. Michelle falou muito sobre isso”, contou Adriane, que é pré-candidata a deputada estadual.

  • Paim mantém suspense e Pimenta espera definição para vaga do PT no Senado

O impasse no PT sobre a disputa ao Senado ganhou novo capítulo no encontro municipal do partido em Porto Alegre. Paulo Pimenta condicionou sua candidatura à desistência pública de Paulo Paim, que, por sua vez, mantém o suspense ao afirmar que ainda avalia se concorrerá ou não. A decisão final deve sair até o encontro estadual do PT, marcado para 29 de novembro, e, ao que tudo indica, sem a realização de prévias internas.

  • Câmara de Porto Alegre admite pedido de cassação contra vereador Gringo

O corregedor da Câmara de Porto Alegre, Hamilton Sossmeier (Podemos), deu parecer favorável à admissibilidade do pedido de cassação do vereador Gilvani Dall’Oglio (Republicanos), conhecido como Gringo. O caso vai à Comissão de Ética, que terá como relatora Karen Santos (PSOL). Gringo é acusado de quebra de decoro parlamentar, por ser proprietário de uma empresa de saneamento que recebeu pagamento do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) durante seu mandato e por ter admitido, em depoimento à CPI do órgão, o pagamento de propina a ex-dirigentes do antigo Departamento de Esgotos Pluviais (DEP). Ele sustenta que é alvo de perseguição política por denunciar supostas irregularidades no Dmae.

  • Racha no PSB gaúcho

O PSB vive nova disputa interna: aliados de Beto Albuquerque defendem romper com o governo Eduardo Leite para reposicionar o partido na centro-esquerda e pavimentar a filiação de Manuela D’Ávila, vista como aposta forte ao Senado em 2026. Já o grupo de José Stédile, majoritário na sigla, prefere manter os cargos e a aliança com o Palácio Piratini. Enquanto o impasse persiste, Manuela segue inclinada a ingressar no PSOL

  • Novo código de limpeza urbana de Porto Alegre gera polêmica sobre catadores informais

O novo código municipal de limpeza urbana de Porto Alegre, embora essencial para a organização da cidade, tem gerado polêmica, especialmente pelo tratamento reservado aos catadores informais de resíduos. O projeto, que estava na pauta da Câmara em 20 de outubro, foi retirado pelo prefeito Sebastião Melo para priorizar a concessão do Dmae, mas segue apto para votação em breve. Entre 7 mil e 11 mil pessoas trabalham na catação informal na cidade, coletando materiais recicláveis que vendem a unidades de triagem, e agora podem ser enquadradas como infratoras caso continuem suas atividades nas ruas.

A proposta estabelece que o DMLU terá exclusividade no manejo de recicláveis e poderá terceirizar o serviço apenas para cooperativas e empresas formalizadas. Quem circular com cargas de recicláveis de forma informal estará sujeito a multa de R$ 8,3 mil, além da possibilidade de apreensão do material e do carrinho de transporte. Até ações leves, como abrir sacos de lixo em calçadas em busca de restos de comida, serão punidas com multa de cerca de R$ 519. Críticas surgem sobre a proporcionalidade das sanções, já que infrações cometidas por grandes construtoras geram multas menores.

O diretor-geral do DMLU, Carlos Alberto Hundertmarker, defende que o objetivo do código é integrar os catadores informais às cooperativas existentes, atualmente com 17 unidades e cerca de 500 trabalhadores formais. Hundertmarker reconhece, no entanto, a distância entre esse número e a quantidade estimada de catadores informais e propõe ampliar as vagas nas cooperativas para atender à demanda. O secretário-geral de Governo, André Coronel, afirma que o projeto será amadurecido e que se busca incluir os catadores em programas sociais antes da votação.

A oposição, representada pelo vereador Giovani Culau (PC do B), promete apresentar emendas ao código que priorizem as associações de catadores na contratação pelo DMLU e defendam a integração dos trabalhadores informais ao sistema formal de gestão de resíduos. Culau critica o projeto por não garantir um futuro digno para milhares de pessoas que vivem da catação, argumentando que as medidas atuais acabam por criminalizar a pobreza e ignoram o trabalho essencial desses cidadãos na coleta seletiva da cidade.

  • Recorde de público confirma força da Feitech e do ecossistema de inovação em Passo Fundo

O recorde de público na 4ª edição da Feitech, em Passo Fundo, reflete mais do que a consolidação de um evento: traduz o avanço de um ecossistema regional de inovação que vem se firmando como referência fora da capital. As mais de 8 mil pessoas que circularam pelos pavilhões ao longo de três dias simbolizam o interesse crescente da comunidade empresarial, acadêmica e social por iniciativas que unem tecnologia, empreendedorismo e impacto local. A presença de nomes de peso, como Guilherme Benchimol, Cafu e Dunga, reforçou o caráter plural do evento, que ultrapassa fronteiras setoriais e dialoga tanto com o agronegócio quanto com a saúde, pilares da economia do norte gaúcho.

Com seis palcos, 90 painéis e 81 palestrantes, a Feitech 2025 ampliou sua capacidade de gerar conexões e negócios. A criação de espaços como o Pavilhão do Agronegócio e a Cidade da Saúde ilustra a maturidade do evento em identificar e fortalecer vocações regionais. Nesse sentido, a feira cumpre um papel estratégico: não apenas exibe inovações, mas impulsiona a cooperação entre startups, indústrias e instituições, configurando Passo Fundo como um polo de desenvolvimento tecnológico em expansão.

A meta agora é sustentar esse ritmo de crescimento. O entusiasmo observado por organizadores e visitantes indica que a Feitech começa a se posicionar como um hub de inovação do interior do Rio Grande do Sul, atraindo olhares e investimentos para além da Serra e da Região Metropolitana. Se mantiver o foco na integração entre conhecimento, negócios e futuro, o evento tende a se consolidar, em poucos anos, como um dos principais catalisadores do empreendedorismo gaúcho.

Reinaldo Guidolin

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