redacao@revistaenfoco.com.br

Vitivinicultura: bom para a economia e para a cultura gaúcha

Quem é gaúcho seguramente já ouviu ou cantou os versos do saudoso Teixeirinha: “Querência amada dos parreirais/ Da uva vem o vinho, do povo vem o carinho/ Bondade nunca é demais”. A canção, que é uma espécie de hino informal do Rio Grande do Sul, exalta a importância econômica e cultural da uva, fruta milenar, muito ligada à cultura italiana.  Morena, Vitória, Zilá, Isis são algumas das cultivares de uva de mesa, desenvolvidas pela Embrapa, mas também têm a Carmem, Lorena, Bibiana e muitas outras cultivares, próprias para a indústria de vinho e suco. 

Líder nacional na produção de uvas, o Rio Grande do Sul responde por mais de 900 mil toneladas anuais, cultivadas em cerca de 47 mil hectares. O Estado reúne cinco principais polos produtores: Bento Gonçalves, Dom Pedrito, Erechim, Encruzilhada do Sul e Vacaria.

Na região Central, Jaguari, Cacequi, Pinhal Grande, Santiago e Silveira Martins se destacam na produção de vinhos e sucos. O segmento ocupa aproximadamente 150 hectares distribuídos entre 114 propriedades, com produção estimada de 1.720 toneladas. A atividade reforça a geração de renda e o valor agregado aos produtos finais, contribuindo para a permanência das famílias agricultoras no campo.

Já na viticultura voltada ao consumo de uva de mesa, sobressaem-se Silveira Martins, Mata, Itaara e São Francisco de Assis. Nessa modalidade, a região Central soma 47,55 hectares em 71 propriedades, com produção estimada em 426 toneladas, o que evidencia sua relevância socioeconômica para os produtores locais.

O cenário confirma o papel estratégico da fruticultura regional e o peso da Agricultura Familiar no desenvolvimento econômico territorial. Dados do Cadastro Vitícola Nacional mostram que, no Brasil, 50% da produção de uvas é destinada à indústria — especialmente para vinhos, sucos e espumantes —, enquanto a outra metade abastece o mercado de uvas de mesa.

Atuação da Emater/RS-Ascar

Na região Central, a Emater/RS-Ascar desempenha papel essencial no fortalecimento da viticultura. A instituição orienta agricultores sobre manejo adequado das videiras, conservação do solo, irrigação e adoção de práticas sustentáveis, além de incentivar atividades complementares que contribuam com a cadeia produtiva da cultura com amplo empenho nos processos de agroindustrialização.

A instituição também participa de projetos de pesquisa voltados à resiliência da viticultura em áreas de encosta, com foco na mitigação de riscos climáticos e na sustentabilidade ambiental. Cursos, demonstrações de boas práticas e apoio à certificação de produtos contribuem para a valorização da cultura do vinho e da tradição italiana, fortemente presente na formação histórica da região.

A integração entre assistência técnica, pesquisa e protagonismo das famílias rurais tem impulsionado a modernização do setor, estimulando inovação, geração de renda e fortalecimento dos valores culturais associados à atividade.

A continuidade de investimentos públicos e privados, aliada ao avanço tecnológico e ao apoio institucional, é apontada como fundamental para manter a competitividade da viticultura regional e ampliar sua presença nos mercados estadual, nacional e internacional.

Mais que um setor produtivo, a vitivinicultura se afirma como elemento central da identidade cultural do Rio Grande do Sul, especialmente nas regiões marcadas pela herança cultural italiana, onde o cultivo da uva e a produção de vinho são parte do cotidiano e da memória afetiva das famílias.

Reinaldo Guidolin

Todas colunas

Deixe seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Publicidade:

Sobre:

Sobre nós

Serviços

Empresas

E+:

Política de privacidade

Anuncie conosco

Suporte ao usuário

Trabalhe conosco

Contato:

© 2024 Criado com 🤍 por Grupo Êxito