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Aumento dos casos de coqueluche e primeira morte pela doença em 2025 acende alerta no RS

Na primeira semana de março, a Secretaria Estadual da Saúde (SES) divulgou a primeira morte por coqueluche no Rio Grande do Sul. O caso ocorreu em Horizontina, na região noroeste do estado, e a vítima foi um adolescente de 15 anos.

Desde 2024, a doença tem acendido um alerta no estado, atingindo um número recorde em 10 anos e registrando um aumento de 620% em relação a 2023. Neste ano, já foram confirmados 75 casos no Rio Grande do Sul.

A doença

Segundo o Ministério da Saúde, a coqueluche é uma infecção respiratória transmissível, causada pela bactéria Bordetella pertussis. A transmissão ocorre principalmente pelo contato com gotículas eliminadas por tosse, espirro ou fala de pessoas doentes. Os sintomas costumam surgir entre 5 e 10 dias após a infecção.

A doença costuma evoluir em três fases:

  • Fase catarral: muitas vezes confundida com um resfriado comum, pois apresenta sintomas como tosse seca e coriza.
  • Fase paroxística: caracterizada por tosse intensa e persistente, podendo causar dificuldade para inspirar, cansaço e vômitos durante as crises.
  • Fase de convalescença: a tosse começa a diminuir em intensidade e frequência, mas pode persistir por semanas ou até três meses.

Segundo o Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS), todos os casos da doença devem ser notificados ao Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). A coqueluche tem um perfil sazonal, com maior incidência na primavera e no verão, além de um padrão cíclico, com aumento no número de casos, em média, a cada quatro anos.

Perfil mais afetado

A coqueluche afeta, principalmente, crianças e adolescentes. De acordo com a Secretaria da Saúde do Estado, em 2023, a faixa etária mais atingida foi a de 10 a 14 anos, representando 22,9% dos casos. Em segundo lugar, com 15,06%, ficaram bebês menores de 6 meses, grupo em que as complicações podem ser mais graves, podendo levar a pneumonia, parada respiratória, convulsões, desidratação, lesão cerebral e até mesmo à morte.

Segundo o infectologista Dr. Reinaldo Ritzel, bebês com menos de seis meses, mesmo que vacinados, são mais propensos a essas complicações devido a imaturidade do sistema imunológico.  Indivíduos imunossuprimidos ou portadores de outras doenças respiratórias como asma ou doença pulmonar obstrutiva crônica são também mais susceptíveis a formas mais complicadas da doença.

Formas de prevenção e tratamento 

“As principais formas de prevenção são a realização das vacinas preconizadas, a lavagem rigorosa das mãos e isolamento dos doentes nas fases iniciais e, portanto, transmissível da doença’’ relata o infectologista, o tratamento adequado reduz o período de transmissibilidade.

O Calendário Nacional de Vacinação do Ministério da Saúde prevê três doses da vacina pentavalente (DTP + Hib + Hepatite B), além de um reforço aos 15 meses e outro aos 4 anos com a vacina tríplice bacteriana (DTP), que pode ser administrada até os 7 anos (6 anos, 11 meses e 29 dias).

A imunidade conferida pela vacina não é permanente, durando, em média, de 5 a 10 anos. Após esse período, a proteção pode ser reduzida ou inexistente. Por isso, recomenda-se a vacinação de gestantes com a tríplice bacteriana acelular tipo adulto (dTpa), garantindo proteção ao bebê nos primeiros meses de vida.

A vacinação adequada diminui o número de casos e circulação do agente na comunidade. Não inibe absolutamente a doença, mas previne adequadamente formas mais graves da doença. 

O especialista detalha que o tratamento é feito com antibióticos por 5 dias e é mais eficaz quando iniciado rapidamente. Identificar a doença cedo, especialmente ao ter contato com alguém infectado, ajuda a começar a medicação no momento certo e a reduzir os sintomas.

Por Maria Franscica Mello

Redação enFoco

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