Durante o feriado prolongado de Páscoa de 2025, o Rio Grande do Sul foi palco de mais uma tragédia no combate à violência de gênero: dez mulheres foram vítimas de feminicídio em apenas quatro dias, sendo seis delas assassinadas em um único dia. Esses números não são apenas estatísticas; representam vidas interrompidas, famílias devastadas e uma sociedade que falha em proteger suas mulheres.
Eventos como o ocorrido no feriado de Páscoa demonstram que a violência contra a mulher persiste e é brutal. A maioria desses crimes acontece no ambiente doméstico, muitas vezes sem registros prévios de violência ou medidas protetivas em vigor .
Por isso, iniciativas como as “Salas das Margaridas” (um espaço dentro das delegacias de polícia criado para oferecer um atendimento humanizado e seguro às mulheres em situação de violência doméstica), a Delegacia Online da Mulher e o monitoramento eletrônico de agressores são passos importantes no combate aos feminicídios.
Em 2021, como vereadora comprometida com os direitos das mulheres, criei a Procuradoria Especial da Mulher na Câmara Municipal de Santa Maria. Este órgão tem como objetivo principal a defesa e promoção da igualdade de gênero, da autonomia e do empoderamento das mulheres, bem como o enfrentamento a todas as formas de discriminação e violência contra mulheres e meninas.
Desde sua implementação, a Procuradoria tem atuado como um canal de escuta, acolhimento e encaminhamento de denúncias, oferecendo suporte jurídico e psicológico às vítimas. Muitas das mulheres atendidas foram vítimas de violência perpetrada por seus maridos ou ex-parceiros, evidenciando a necessidade de políticas públicas eficazes no enfrentamento da violência doméstica.
Mas é apenas o início. É necessário avançar, garantindo que todas as mulheres tenham acesso a apoio e proteção. A vida das mulheres não pode esperar. É preciso enfrentar as raízes culturais da violência de gênero, promovendo a educação para a igualdade e o respeito às mulheres desde as primeiras fases da vida. Somente com uma abordagem integrada, que envolva educação, segurança pública, justiça e assistência social, será possível construir uma sociedade onde as mulheres possam viver sem medo.








