Tem policial que sai de casa, olha nos olhos do filho e promete voltar. Mas não volta.
Nós, policiais, aprendemos desde cedo que a farda é mais que uniforme. É compromisso. É responsabilidade. É saber que, enquanto uns dormem, outros vigiam. Mas ninguém ensina o que fazer quando um irmão de farda não volta. Quando a notícia vem pelo rádio. Quando o nome dele deixa de estar na escala.
Cada policial que tomba leva com ele sonhos, histórias, planos que não se concretizaram. Uma esposa que abraça o uniforme em silêncio. Um pai que enterra o filho que deveria enterrar ele. Um colega que segura as lágrimas, engole o luto e segue em frente.
O silêncio depois da perda é ensurdecedor. A ausência pesa. A viatura que ele patrulhava, o armário no vestiário, o café que dividia com os colegas. Tudo vira lembrança.
A gente continua. Porque sempre continuamos. Mas cada nome que se vai deixa um vazio difícil de explicar. Não é só um policial. É um amigo, um irmão, um pai, um filho.
A cidade dorme tranquila sem saber os nomes dos que garantem essa paz. E talvez seja assim mesmo. Mas entre nós, os que vestem a mesma farda, nunca esquecemos.
Porque quando um de nós cai, a Brigada sente. E no dia seguinte, a gente se levanta, amarra o coturno e segue…
Porque ser policial não termina com a morte, é para além deste plano!








