Nas últimas semanas, tenho atuado intensamente como relatora da CPI da Corsan na Câmara de Vereadoras e Vereadores de Santa Maria. Durante as oitivas que conduzimos, ficou escancarado o desrespeito da empresa privada Corsan/Aegea com a nossa população. Ficou evidente que a empresa descumpre o Código de Defesa do Consumidor e ignoram as resoluções e regulamentos da AGERGS, prejudicando especialmente quem mais precisa.
Participei da audiência pública promovida pela Assembleia Legislativa do RS sobre a qualidade dos serviços da Corsan/Aegea em todo o estado. Fui convidada a compor a mesa, representando os legislativos municipais — um reconhecimento ao trabalho sério e comprometido que estamos fazendo em Santa Maria. Em oitiva realizada pela CPI da Corsan, na Câmara de Vereadores de Santa Maria, ouvimos a presidenta da AGERGS, Luciana de Souza, e o diretor de saneamento Ricardo Felizzola, que confirmaram a gravidade da situação em nossa cidade. E mais: desmentiram o prefeito Rodrigo Décimo, deixando claro que a presença da AGERGS em Santa Maria não foi por convite dele, como ele chegou a dizer em vídeo nas redes sociais, mas sim pelo agravamento dos problemas enfrentados pela população.
Digo com todas as letras: a Corsan/Aegea se transformou em uma verdadeira indústria de multas. Uma empresa predadora que explora o nosso povo com cobranças abusivas, cortes injustificados e serviços de péssima qualidade. Isso ficou ainda mais evidente na oitiva mais recente da CPI, quando ouvimos a coordenadora do Procon de Santa Maria, Márcia Moro, que relatou uma série de irregularidades praticadas pela empresa.
Também estive com o prefeito Rodrigo Décimo para cobrar providências. Fui direta: “Essa conta é do senhor. Como o poder da caneta é seu, prefeito, rompa esse contrato!” Não podemos permitir que a população continue sendo penalizada por um serviço que não cumpre o mínimo que deveria. Água é vida, é um direito — não pode ser tratada como mercadoria!
Além das ações na Câmara, levei o caso ao Ministério Público, através de uma representação, e meu pedido de investigação resultou na abertura de um inquérito civil público para apurar as denúncias contra a empresa em Santa Maria.
Como parte desse trabalho de fiscalização e diálogo com a comunidade, propus — e tivemos aprovação unânime — uma audiência pública específica sobre a atuação da Corsan/Aegea no nosso município. Ela foi realizada no dia 19 de março, no Plenário da Câmara. Foi um espaço aberto para que a população pudesse se manifestar e exigir respostas. Tratamos da falta d’água, das multas indevidas, das tarifas abusivas, da qualidade do serviço e até do famigerado “fumacê”.
Seguimos firmes, com transparência, coragem e compromisso. A luta por um serviço público de qualidade e por justiça social continua, e não vamos descansar enquanto não tivermos um sistema de saneamento digno, eficiente e que respeite a nossa gente.
