- Eleição na UFSM reacende debate sobre gestão, orçamento e futuro
A corrida pela Reitoria da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) já começou, e o cenário traz dois candidatos bem conhecidos da casa: de um lado, a atual vice-reitora Martha Adaime; de outro, o ex-reitor Felipe Müller. Com trajetórias consolidadas e forte inserção institucional, os dois representam, cada um a seu modo, diferentes visões sobre os rumos da universidade, embora compartilhem raízes técnicas e currículos robustos.
Martha aposta na continuidade e na força simbólica de sua candidatura, já que é a primeira mulher a chegar tão perto da Reitoria e tenta consolidar sua liderança após anos ocupando postos estratégicos na UFSM, como as Pró-Reitorias de Planejamento e Graduação. Sua gestão como vice, ao lado de Luciano Schuch, teve como marca a busca por estabilidade administrativa e diálogo com os campi descentralizados.
Já Müller retorna ao tabuleiro institucional com o peso de quem já ocupou o cargo máximo entre 2009 e 2013, em um período de forte expansão da UFSM. Técnico respeitado na área da engenharia, apresenta-se como alguém com experiência de gestão e capacidade de articulação em Brasília, algo que pode pesar diante do novo cenário orçamentário das universidades federais.
Se os nomes são antigos, os desafios são cada vez mais contemporâneos. A UFSM, hoje com quatro campi e quase 27 mil alunos, enfrenta pressões orçamentárias constantes, defasagem em infraestrutura, necessidade de modernização dos cursos e uma crescente demanda por inclusão e inovação. O orçamento de R$ 1,5 bilhão é expressivo, mas cerca de 90% vai para folha de pagamento. Sobra pouco para investimento real.
Além disso, o modelo de votação paritária é apenas uma consulta: a decisão final ainda passa pelo Conselho Universitário e, por fim, pelo crivo político do Ministério da Educação, onde o peso da legitimidade eleitoral por vezes já foi desconsiderada.
Nos bastidores, há quem veja a disputa como um embate entre o pragmatismo técnico e a aposta em renovação com responsabilidade. A campanha será curta, mas decisiva. E pode definir o futuro de uma das universidades mais relevantes do interior do Brasil.
- Eduardo Leite reafirma pré-candidatura e mira alternativa à polarização
Recém-filiado ao PSD, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, participou nesta terça-feira (20) da reunião da bancada do partido na Câmara dos Deputados, em Brasília. Após o encontro, Leite reafirmou sua pré-candidatura à Presidência da República em 2026, destacando a busca por uma “alternativa à polarização” entre Lula e Bolsonaro.
“É uma aspiração legítima de quem foi prefeito, governador e quer contribuir com o Brasil”, declarou. Desde que deixou o PSDB e se filiou ao PSD no início de maio, Leite tem intensificado sua presença nacional. Ele também assumiu a presidência estadual da legenda no Rio Grande do Sul, reforçando seu protagonismo interno.
Apesar de manter seu nome à disposição, Leite sinalizou que pode apoiar outra liderança do partido, como o governador do Paraná, Ratinho Júnior, caso ele opte por disputar o Planalto. “Vamos estar um ao lado do outro construindo esse futuro. Se ele se apresentar como candidato e for até o fim, vamos juntos”, disse.
O PSD de Gilberto Kassab trabalha para se consolidar como uma terceira via competitiva nas eleições de 2026, reunindo nomes com trajetória executiva nos estados e discurso de moderação política. A estratégia, no entanto, ainda depende de articulações regionais e da definição de um nome com viabilidade nacional.
- Projeto que flexibiliza licenças ambientais vai ao plenário
Após mais de duas décadas de tramitação no Congresso, o projeto de lei que estabelece um marco para o licenciamento ambiental avança no Senado e pode ser votado já nesta quarta-feira (21). A proposta preocupa uma ala, ainda minoritária, de senadores governistas ligados à pauta ambiental, que veem na matéria uma ameaça ao equilíbrio previsto na Constituição.
Entre as principais mudanças está a criação da Licença por Adesão e Compromisso (LAC), que permitirá a emissão simplificada de licenças com base em autodeclaração do empreendedor para atividades de baixo ou médio impacto. Quatro tipos de atividades agropecuárias, incluindo a pecuária extensiva, poderão ser dispensadas de determinados licenciamentos.
Críticos apelidaram o projeto de “mãe de todas as boiadas”, por considerarem que ele abre margem para uma flexibilização excessiva das normas ambientais. Há o temor de que estados e municípios entrem numa espécie de “guerra ambiental” ao disputar investimentos com regras mais brandas, tornando-se também mais suscetíveis a pressões políticas.
A relatora Tereza Cristina (PP-MS) quer votar a matéria ainda nesta semana, mas parte da base do governo Lula tenta adiar a análise para apresentar mudanças no texto, cuja maior parte, no entanto, tende a ser rejeitada. Em último caso, aliados do Planalto estudam recorrer ao Supremo Tribunal Federal, alegando vício de inconstitucionalidade. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, classificou o projeto como um “grande retrocesso” e um “desmonte” dos mecanismos de controle ambiental no país.
- A fúria de Michelle
A caneta de Michelle Bolsonaro começou a pesar no PL. Por ordem da ex-primeira-dama, o partido encerrou o contrato do ex-ministro Fábio Wajngarten, até então responsável pela comunicação de Jair Bolsonaro. O motivo? Um áudio embaraçoso.
Na conversa revelada pelo UOL, Wajngarten e o tenente-coronel Mauro Cid, aquele mesmo das joias e dos cartões, preferem, pasme, votar em Lula a apoiar Michelle em 2026. A fala, extraída do celular de Cid pela Polícia Federal, foi a gota d’água para Michelle, que hoje comanda o PL Mulher e tenta se firmar como sucessora política do marido.
Nos bastidores, aliados dizem que a ex-primeira-dama ficou “furiosa” com a deslealdade. O resultado foi imediato: Wajngarten fora, sem direito a nova chance. No jogo sucessório da direita, Michelle mostra que não pretende ser coadjuvante, e que traição, mesmo que só verbal, custa caro.
- Título de eleitor pode ser cancelado a partir de 30 de maio; veja como regularizar
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) anunciou que mais de 5,3 milhões de títulos de eleitores que faltaram às três últimas eleições sem justificativa ou pagamento de multas devem ser cancelados. O prazo regular para regularização terminou em 19 de maio, mas ainda é possível evitar o cancelamento solicitando a regularização até 29 de maio, via cartório eleitoral ou internet. A decisão final caberá ao juízo eleitoral. O TSE não fará aviso individual, e a consulta da situação eleitoral deve ser feita no site do órgão. Débitos devem ser quitados, mas isso não impede o cancelamento sem o requerimento de regularização. A partir de 30 de maio, o título será cancelado definitivamente para quem não agir.
- Tentativa de golpe: PGR é contra soltura de Braga Netto
A Procuradoria-Geral da República (PGR) defendeu nesta terça-feira (20) a manutenção da prisão do general Walter Braga Netto, acusado de tentar obstruir as investigações sobre uma suposta trama golpista no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Preso desde 14 de dezembro, Braga Netto teria tentado contatar Mauro Cid, delator do caso. Apesar da defesa pedir sua soltura após ele virar réu no Supremo Tribunal Federal (STF), o procurador-geral Paulo Gonet afirmou que o risco de interferência nas investigações ainda persiste. Braga Netto integra o núcleo central da tentativa de golpe, que inclui Bolsonaro e outros ex-integrantes do governo, como Augusto Heleno, Anderson Torres e Paulo Sérgio Nogueira. A denúncia contra esse grupo foi aceita por unanimidade pela Primeira Turma do STF em março.
- Ministro da AGU defende legalidade de viagens internacionais da primeira-dama e critica ação popular
O ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, criticou a ação popular movida pelo vereador Guilherme Kilter (Novo-PR) que contesta o uso de recursos públicos em viagens internacionais da primeira-dama, Janja da Silva. A Justiça Federal em Brasília rejeitou o pedido inicial, considerando que o governo atendeu aos critérios de transparência e interesse público. Messias classificou a ação como tentativa de constranger o Estado e afirmou que a AGU comprovará a legalidade dos atos. Janja esteve recentemente em Moscou antes da chegada da comitiva presidencial. A oposição também questiona o papel institucional da primeira-dama.
- Fernanda Barth será a nova secretária de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Eventos em Porto Alegre
Como a coluna já havia antecipado ontem, o prefeito Sebastião Melo (MDB) anunciou a primeira mudança de secretariado em sua segunda gestão: a vereadora Fernanda Barth (PL) substituirá Rosani Pereira à frente da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Eventos. A posse está prevista para a próxima segunda-feira, e Fernanda prefere não se manifestar antes, em respeito à atual secretária. A transição faz parte de um acordo político entre os partidos da gestão, com o objetivo de manter políticas públicas estratégicas.
- Ciro Gomes terá que indenizar Janaína Farias por declarações consideradas sexistas
O Tribunal de Justiça do Distrito Federal condenou o ex-ministro e ex-governador Ciro Gomes (PDT) a pagar R$ 52 mil de indenização por danos morais à prefeita de Crateús, Janaína Farias (PT). A sentença, da 12ª Vara Cível de Brasília, foi motivada por declarações feitas por Ciro em abril de 2024, nas quais ele usou termos ofensivos e sexistas para se referir à petista, que na época era senadora suplente. A juíza considerou que os comentários ultrapassaram a crítica política, ferindo a honra e dignidade de Janaína, configurando abuso da liberdade de expressão. Ciro tentou transferir o caso para a Justiça do Ceará, mas o pedido foi negado. A decisão ainda pode ser contestada por recurso.
- Governo federal vai lançar crédito barato para melhorias em moradias
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que o governo federal lançará um programa de crédito para reforma de casas, oferecendo empréstimos com juros baixos para que cidadãos possam melhorar suas residências, como construir garagens, quartos ou banheiros. A medida, apresentada na XXVI Marcha dos Prefeitos, será um complemento ao programa Minha Casa, Minha Vida e visa valorizar as reformas feitas pelos próprios moradores, que são responsáveis pela maioria das moradias no país.
- Com apoio político, governo confirma mudança na presidência da Codevasf
O governo Lula (PT) vai trocar o comando da Codevasf. O atual diretor-presidente, Marcelo Moreira, deixará o cargo para atuar na iniciativa privada e será substituído por Lucas Felipe de Oliveira, atual gerente-executivo da estatal. A indicação, sugerida pelo próprio Moreira, está em análise na Casa Civil e tem apoio político de Elmar Nascimento (União-BA), Davi Alcolumbre (União-AP) e Jaques Wagner (PT-BA). A Codevasf, sob influência do Centrão desde o governo Bolsonaro, tem orçamento superior a R$ 1 bilhão para 2025.