Foto: Renato Oliveira, Rádio Imembuí
Na manhã deste sábado (19), cerca de 30 indígenas seguiam acampados em uma área do Centro de Pesquisas da Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro), localizada no distrito de Boca do Monte, em Santa Maria. A ocupação teve início na terça-feira (15) e reúne famílias oriundas de Passo Fundo, Tenente Portela e da própria região de Santa Maria.
De acordo com o líder do grupo, Erni Amaro, a ocupação ocorreu após perdas causadas pelas enchentes que afetaram duramente comunidades indígenas no estado. A permanência no local tem como objetivo garantir condições mínimas de sobrevivência e a possibilidade de produzir artesanato para comercialização em Santa Maria e outras cidades.
Apesar da ocupação, o grupo afirma estar utilizando apenas uma parte pequena do espaço da Fepagro. No local, os chuveiros foram desligados e apenas algumas luzes estão disponíveis, o que tem limitado o conforto e a permanência das famílias.
A Secretaria Estadual de Agricultura e Pecuária entregou uma notificação extrajudicial ao grupo com prazo de 48 horas para desocupação voluntária do espaço, prazo que se encerra às 18h deste sábado (19). Caso a ordem não seja acatada, o governo estadual pode ingressar com ação judicial pedindo a reintegração de posse.
O local está sendo monitorado pela Brigada Militar e pelo Comando Rodoviário da BM, mas até o momento, não houve conflito.
A ocupação ocorre em meio a um cenário de vulnerabilidade e deslocamento forçado enfrentado por comunidades indígenas após os eventos climáticos extremos registrados no Rio Grande do Sul. O episódio chama atenção para a falta de políticas públicas eficazes de proteção e acolhimento às populações originárias, sobretudo em situações de emergência.