Na periferia de Alvorada, na Região Metropolitana de Porto Alegre, a arte do balé clássico ganha um novo significado pelas mãos, e passos, de Gislaine Figueiredo, uma bailarina cega que ensina meninas da comunidade a dançar com liberdade e expressão.
A iniciativa acontece em uma sala improvisada no bairro Americana, por meio do projeto Culto Arte, e acolhe crianças com e sem deficiência, promovendo acesso à cultura, inclusão e empatia.
História de superação e inspiração
Gislaine conheceu o balé aos 13 anos, ao participar de um projeto voltado a pessoas com deficiência visual na Casa de Cultura Mario Quintana, em Porto Alegre. A experiência foi tão marcante que ela decidiu seguir carreira como bailarina e, mais tarde, compartilhar seu aprendizado com outras meninas. Hoje, ela é professora voluntária no projeto Culto Arte, e suas aulas encantam tanto as alunas quanto os pais.
Mesmo enfrentando desafios diários e preconceitos sobre sua autonomia, Gislaine segue firme. Ensina com toques, gestos e palavras, transformando o espaço em um palco de acolhimento e força. A bailarina também participa de festivais e espetáculos, mas seu foco principal hoje é formar e inspirar novas gerações.
As aulas ocorrem na sede da Associação de Moradores da Vila Agriter, e são totalmente gratuitas. Com elas, Gislaine promove mais do que técnica: promove acesso à arte, inclusão social e confiança no próprio corpo, mesmo quando o mundo insiste em duvidar.