Você sabia que o ligamento cruzado cranial (o “joelho” dos cães) é um dos campeões em dar dor de cabeça na ortopedia veterinária? Pois é. Quando ele se rompe, não é só o cachorro que manca — a carteira do tutor também sente.
A maioria dos casos não acontece por uma “torçãozinha” boba durante a corrida, mas sim por um processo de degeneração lenta, que tem dois grandes vilões: o sobrepeso e a displasia coxofemoral. Traduzindo: aquele pet ” fofinho ” tem muito mais chance de acabar no meu consultório.
E a prevenção? Não tem segredo, mas exige disciplina. Vamos aos mandamentos:
Não dar escorregão de novela mexicana: pisos lisos são uma armadilha. Tapetes são seus melhores amigos.
Escadas? Só com moderação: subir e descer constantemente sobrecarrega os joelhos. Melhor evitar.
Peso certo, vida longa: controlar a dieta é, de longe, a medida mais importante. Lembre-se: cachorro redondinho não é sinônimo de cachorro saudável.
Quando a ruptura acontece, o papo fica sério. As cirurgias corretivas não são baratas e, até o momento, o procedimento chamado TPLO (osteotomia de nivelamento do platô tibial) é considerado a “estrela da ortopedia canina”. Traz excelentes resultados, mas não substitui a boa e velha prevenção.
Então, antes de pensar em gastar com próteses, placas e parafusos, invista em algo muito mais simples: atividade física moderada, alimentação equilibrada e cuidados com o ambiente. Seu cachorro vai correr feliz, você vai economizar, e eu (como ortopedista) vou ficar igualmente contente em ver pacientes saudáveis chegando apenas para um “oi”, e não para uma cirurgia.
Afinal, o melhor jeito de cuidar do joelho do seu cão é não deixar ele virar caso de cirurgia.