Entre o que passa e o que permanece, há uma delicada forma de beleza: a que resiste ao tempo.
Com o passar dos anos, aprendi que nem tudo o que foi vivido precisa permanecer, mas algumas coisas simplesmente ficam.
Elas se instalam silenciosas dentro da gente, como quem sabe o próprio lugar, e seguem ali, mesmo quando a vida muda o cenário, os papéis e os planos.
Ficou da menina que cresceu entre araras, tecidos, vitrines e desfiles de moda o encanto pelo belo.
Foi ali que aprendi, sem saber, que elegância mora nos gestos, na escuta, no cuidado com o outro.
Descobri que vender, criar, comunicar – tudo isso tem a ver com o mesmo verbo: conectar.
Do jornalismo, ficou o prazer de conhecer pessoas e histórias.
O respeito pelas palavras, a responsabilidade com o que se diz, o desejo de inspirar.
Aprendi que comunicar é mais do que falar: é tocar, emocionar, transformar o olhar de quem nos acompanha.
Vieram as fases, as transições, os recomeços.
Mudaram os cenários, os formatos, as plataformas – mas o olhar permaneceu o mesmo.
Ficou o gosto pelos detalhes, o respeito pelo tempo das coisas e o desejo de deixar o mundo um pouco mais bonito, mesmo que seja através de uma frase, de um gesto, de uma lembrança.
De cada etapa, algo ficou – e tudo o que ficou me trouxe até aqui.
Do sucesso, ficou a gratidão.
Dos erros, a sabedoria.
Dos afetos, a ternura.
Dos silêncios, a paz de quem entende que não precisa mais provar nada.
Hoje percebo que o tempo leva muita coisa, mas nunca o que é verdadeiro.
A beleza das coisas que ficam está justamente nisso: nas memórias que resistem, nos valores que permanecem, nas pessoas que seguem fazendo parte, mesmo quando a vida muda de cenário.
Porque no fim, o que fica é o que faz sentido.
E é nesse lugar de sentido que encontro, todos os dias, a minha própria beleza de viver.
Com alma, beleza e propósito,
Mariane Verardi
