O prefeito Rodrigo Décimo assina a cartilha da reforma da previdência com uma promessa bonita: “não estamos fazendo esta reforma para tirar direitos, mas para garanti-los”. O problema é que a conta de R$ 4,5 bilhões não apareceu do nada. E quem vai pagar por décadas de má gestão?
Os servidores.
Santa Maria chegou a um buraco previdenciário gigantesco. Mas esse rombo não foi criado pelos professores, enfermeiros ou guardas municipais que trabalham hoje e sim construído ao longo dos anos.
A cartilha oficial usa palavras cuidadosas. Fala em “proteção”, “garantia”, “equilíbrio”. Mas nas entrelinhas está escrito: vocês vão pagar mais porque nós não nos preocupamos com vocês antes.
O que não tem é uma linha sequer reconhecendo que o problema nasceu na gestão pública, não na folha de pagamento.
Quem está protegido?
A reforma aumenta a idade de aposentadoria, veda incorporações de gratificações, aperta o cerco sobre quem já contribuiu a vida inteira. Rodrigo Décimo diz que a reforma não é “imposição unilateral”. Que houve diálogo. Mas o diálogo de verdade não é apresentar um projeto que foi construído a portas fechadas, ignorando a voz dos servidores e sindicatos.
Os servidores não criaram o déficit de R$ 4,5 bilhões. Não decidiram contribuir menos do que deviam. Não escolheram um modelo insustentável de repartição simples. Eles apenas trabalharam. E agora vão pagar por erros que não cometeram.
A forma como essa questão está sendo conduzida é um retrato perfeito de como o poder público trata seus servidores: como problema, nunca como solução. Os servidores e o serviço público são vítimas de uma gestão que falhou antes deles chegarem, por essa razão ficaremos do lado dos servidores e do povo da nossa cidade.








