Na última quinta-feira, o Sindicato dos Professores Municipais de Santa Maria (SINPROSM), ocupou o espaço da Tribuna Livre da Câmara de Vereadores, para apresentar a triste realidade da educação em nossa cidade. Desde o começo do ano, as professoras e os professores estão em luta permanente por reajuste salarial, pela recomposição do quadro funcional das escolas, e contra a perda de direitos que está sendo preparada pelo governo Décimo e Lúcia, através das reformas administrativa e da Previdência que ainda sequer foram apresentadas.
Nosso mandato esteve presente no ato e na assembleia da sexta-feira 13/06, na qual foi deliberado o indicativo de greve para 2 agosto, caso até lá a Prefeitura não inicie as negociações sobre o reajuste. Eu gostaria sinceramente de acreditar que até lá, quando vão fechar 8 meses de falta de diálogo, o prefeito Décimo e a sua vice, Lúcia, terão dado um retorno para a categoria e estabelecido uma mesa de negociações, porém a realidade me obriga a pensar que no dia 2 de agosto, as escolas estarão fechando as portas, e que nós estaremos mais uma vez nas ruas ao lado das professoras, para ver se assim o governo escuta as demandas das trabalhadoras e dos trabalhadores em educação.
O que me faz pensar dessa forma, é o fato de que é muito curioso, triste na verdade, que essa Prefeitura seja tão rápida em buscar alternativas para socorrer os empresários do ramo dos transportes, liberando 4 milhões em subsídios, após aprovar um projeto no meio da madrugada, mas é incapaz ou talvez não tenha interesse, em apresentar uma saída para pagar o justo reajuste das professoras do município. Aqui nós vemos, evidentemente, quais são as propriedades de Rodrigo Décimo e Lúcia Madruga. E não, a educação e os seus trabalhadores, não são a prioridade desse governo.
Por isso, que logo alí adiante, o governo não venha chamar a categoria de intransigente por estar cruzando os braços, porque se há intransigência nesse caso, é da parte da Prefeitura. Intransigência, desrespeito e negligência. Porquê, se já não bastasse o desrespeito com as professoras e os professores, que nós temos visto desde fevereiro, com uma verdadeira chantagem que condiciona o reajuste salarial
à aprovação da reforma previdenciária , há também um descaso com o conjunto da educação no município.
Prova disso, é que ainda em maioria, comunidades escolares de dezenas de instituições foram até a Câmara, em uma audiência pública promovida pela Comissão de Educação, denunciar a falta de estrutura de muitas escolas. Os casos mais gritantes, talvez, sejam os da Escolas Major Tancredo Penna, que existe, ou melhor, resiste, de maneira improvisada, colocando até mesmo em risco a integridade física da diretora para que os estudantes tenham água potável, e o da Escola Dom Ivo Sartori, que ficou por muito tempo às escuras, e ainda tem que enfrentar a insegurança, com constantes furtos.
Esse é o cenário da educação em Santa Maria, mas ainda bem que temos uma professora como vice-Prefeita. O que seria das nossas escolas, das nossas professoras e dos nossos estudantes, se não fosse pela “Prefeita da Educação”, Lúcia Madruga e o seu colega Rodrigo Décimo, não é mesmo?
Talvez houvesse mais diálogo, respeito e comprometimento, mas nós não podemos trabalhar com suposições, então o que resta é seguir apostando na força da categoria, da comunidade escolar, e renovar mais uma vez o compromisso do nosso mandato e do PSOL com a luta por educação de qualidade e por condições dignas de trabalho para quem faz a educação do nosso Município.
Independentemente do que aconteça até agosto, as professoras e os professores podem ter certeza que nós estaremos ao seu lado, seja para votar nesta casa, qualquer projeto que possa finalmente acatar as suas tantas demandas, seja para estar novamente ocupando as ruas para exigir que essas demandas sejam atendidas e no combate à retirada de direitos.
