A violência contra a mulher é uma realidade global e histórica, uma “epidemia silenciosa” que ecoa por trás de portas fechadas em todas as partes do mundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) revela que uma em cada três mulheres já sofreu violência física ou sexual, um dado que se repete em diferentes geografias e culturas, evidenciando que a dor fala a mesma língua em qualquer lugar.
Estatísticas chocantes transformam o cotidiano em um cenário de tragédia: a cada dez minutos, uma mulher é morta por alguém que a amava, um tempo breve para uma vida ser interrompida. No Brasil, o quadro é ainda mais grave, com 21 milhões de mulheres relatando algum tipo de violência em um ano. Isso significa que, a cada duas horas, uma mulher é vítima de feminicídio, o assassinato motivado por ela ser mulher, por tentar ser livre ou por se opor ao controle de alguém.
O Cenário Local: Do Rio Grande do Sul a Santa Maria
O drama nacional encontra reflexo no Rio Grande do Sul, onde quase 80% das vítimas de violência registrada entre 2018 e 2022 eram mulheres. Em 2024, 72 feminicídios foram registrados no estado, um número que, mesmo com uma leve queda, representa 72 vidas perdidas e 72 famílias destruídas.
Em Santa Maria, uma cidade universitária que deveria ser um centro de esperança, a realidade é igualmente alarmante. Entre janeiro e fevereiro de 2024, mais de 1.300 medidas protetivas foram solicitadas. Desde 2019, pelo menos 43 mulheres foram vítimas de feminicídio na cidade e região, mostrando que o medo é palpável e a violência, uma ameaça constante.
A violência contra a mulher não é um evento isolado, mas uma corrente que se manifesta de forma sutil — no olhar de controle, na piada machista — e evolui para a indiferença da sociedade e a lentidão da justiça, culminando no extremo do feminicídio.
Além dos Números: Nomes, Rostos e a Luta por um Futuro
Cada estatística é mais que um número; é um nome, um rosto, uma história única de uma mãe, irmã ou amiga. A violência corrói a liberdade e a autoestima, tornando o medo uma parte da rotina. Em todo o mundo, mulheres ajustam suas roupas, evitam ruas e vivem em alerta constante. No Brasil, e em Santa Maria, há mulheres que se veem obrigadas a transformar suas próprias casas em trincheiras, dependentes de medidas protetivas que muitas vezes não oferecem a segurança necessária.
No entanto, há resistência. Mulheres se organizam em redes de apoio, criam coletivos e lutam para que as próximas gerações tenham um futuro diferente. Jornalistas, advogadas e defensores públicos dedicam-se a garantir que as vítimas sejam ouvidas, enquanto homens se unem à causa, repudiando o machismo e ensinando respeito.
A luta contra a violência de gênero não se trata apenas de prender agressores, mas de mudar a lógica que permite que ela exista. O objetivo é criar um mundo onde a liberdade não seja um privilégio, mas um direito. A violência contra a mulher não é apenas uma questão de segurança pública, mas uma luta por humanidade. Que o momento da mudança seja agora, e que um dia os gritos de medo possam ser substituídos por gargalhadas, e as portas fechadas por janelas abertas.
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