Num cenário global cada vez mais complexo, é no mínimo curioso observar a reação de alguns autointitulados “patriotas” brasileiros que, em vez de se indignarem com as recentes taxas impostas pelo governo Trump sobre produtos nacionais, comemoram como se fosse uma vitória. Essa postura, além de contraditória, revela uma profunda falta de entendimento sobre o que significa, de fato, ser patriota.
Ser patriota não é sobre aplaudir medidas que prejudicam a economia do próprio país. Não é sobre celebrar decisões de governos estrangeiros que visam proteger seus interesses à custa do desenvolvimento brasileiro. Ser patriota é defender a soberania nacional, é lutar por políticas que fortaleçam o comércio interno, é valorizar os produtos feitos aqui e os trabalhadores que sustentam nossa economia.
As tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre o aço e o alumínio brasileiro, por exemplo, têm impactos diretos e negativos. Elas dificultam a exportação de nossos produtos, reduzem a competitividade no mercado internacional e, consequentemente, afetam empregos e renda no Brasil. Comemorar isso é compactuar com um golpe contra a própria nação.
É preciso refletir: como alguém pode se dizer patriota enquanto apoia medidas que enfraquecem o país? A verdadeira defesa da pátria passa pelo fortalecimento da economia nacional, pela busca de acordos comerciais justos e pela valorização do que é nosso. Enquanto alguns se deixam levar por discursos ideológicos ou por uma admiração cega a governos estrangeiros, o Brasil perde oportunidades e sua soberania é colocada em risco.
Portanto, antes de celebrar as decisões de Trump, é preciso lembrar que o patriotismo não se resume a bandeiras e discursos vazios. Ele se constrói na defesa intransigente dos interesses do Brasil, na luta por um comércio justo e no respeito àqueles que trabalham diariamente para construir um país melhor. Afinal, ser patriota é, acima de tudo, estar ao lado do Brasil – e não contra ele.
Coluna por: Micheli Torrico
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