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A Ilusão do Barato: O Risco dos "Xing Lings" para aEconomia e o Emprego dos Brasileiros

Nos últimos anos, os marketplaces asiáticos têm se tornado verdadeiros gigantes do comércio eletrônico no Brasil. Com promessas de preços baixos e produtos “direto da fábrica”, essas plataformas têm conquistado o consumidor nacional em uma velocidade alarmante. Porém, o que parece ser uma vantagem no bolso esconde uma realidade preocupante: o crescimento desenfreado dessas importações representa uma ameaça direta à economia brasileira, à indústria nacional e ao próprio consumidor. 

Concorrência Desleal: Como Competir com Quem Não Paga os Mesmos Impostos? 

Enquanto as empresas brasileiras enfrentam uma das cargas tributárias mais pesadas do mundo, as mercadorias que chegam pelos marketplaces asiáticos muitas vezes escapam do mesmo rigor fiscal. Produtos importados, vendidos por preços ínfimos, passam por regimes simplificados de tributação, ou até mesmo por fraudes nas declarações de valor, o que desequilibra completamente o jogo. 

Se queremos restabelecer um ambiente minimamente competitivo, é urgente repensar o modelo tributário que penaliza o produtor nacional. A redução da carga tributária sobre as empresas brasileiras não é um privilégio, mas uma necessidade estratégica para proteger o emprego, a produção interna e a soberania econômica do país. 

Camelódromos Digitais: O Risco Invisível dos “Falsifics” 

Esses marketplaces se tornaram verdadeiros camelódromos digitais, onde se vende de tudo, com pouca ou nenhuma fiscalização. Produtos falsificados, eletrônicos sem certificação, cosméticos que não passaram por testes da Anvisa, brinquedos com materiais tóxicos – tudo à disposição com apenas alguns cliques. O consumidor, muitas vezes encantado pelo preço, acaba colocando a própria saúde e segurança em risco. 

Além disso, ao contrário dos produtos nacionais, que precisam cumprir uma série de normas técnicas e de qualidade, os produtos importados por essas plataformas frequentemente não são submetidos a nenhum controle de qualidade, burlando sistemas que foram criados justamente para proteger o cidadão. 

Trabalho Escravo Invisível: O Outro Lado da Moeda Barata 

Há ainda um fator ético importante e que raramente é considerado: enquanto no Brasil a CLT assegura direitos essenciais aos trabalhadores, como férias, 13º salário, licenças e limites de jornada, muitos produtos asiáticos são fabricados em regimes de trabalho análogos à escravidão. É comum encontrarmos denúncias de jornadas exaustivas, trabalho infantil e condições degradantes em fábricas que abastecem esses marketplaces.

Essa ausência de regulamentação trabalhista gera custos de produção artificialmente baixos, tornando inviável para a indústria brasileira competir com essas condições extremas. Em outras palavras, o preço barato muitas vezes é financiado pelo sofrimento humano do outro lado do mundo. 

O Barato Que Sai Caro: Efeito Dominó na Economia Nacional 

A percepção de economia ao comprar mais barato é uma ilusão perigosa. Quando uma empresa nacional perde mercado, ela reduz produção. Quando reduz produção, corta empregos. Quando corta empregos, diminui a renda das famílias. E assim começa o ciclo de recessão. 

O consumidor que hoje compra um item barato em um site asiático talvez não perceba que amanhã pode ser seu vizinho, seu familiar ou ele próprio quem perderá o emprego em uma indústria local, em uma transportadora, em uma empresa de embalagem ou em uma loja de shopping. O impacto vai muito além da compra: ele atinge todo o ecossistema econômico do país. 

Valorize Quem Gira a Roda da Economia Aqui Dentro 

Comprar de empresas brasileiras é investir no crescimento do seu próprio país. É garantir que o dinheiro circule entre nós. Um exemplo simples: ao comprar uma camiseta de uma marca nacional, você ajuda a manter viva uma cadeia que inclui o produtor de algodão, a indústria têxtil, o designer, a costureira, o vendedor, o entregador, o contador e até o restaurante onde essas pessoas almoçam. 

Esse é o giro virtuoso da economia local: o dinheiro gasto aqui, fica aqui. Ele circula, gera empregos, paga impostos que retornam em saúde, educação e segurança pública. 

Comprar Local é Comprar um Futuro Melhor 

Não se trata de xenofobia ou protecionismo cego. Trata-se de preservar a nossa economia, os nossos empregos e a dignidade do nosso povo. A solução não é apenas fechar as portas para os produtos estrangeiros, mas sim equalizar a competição, baixar os tributos injustos que sufocam o empresário brasileiro e fiscalizar com rigor os riscos embutidos nas plataformas de fora. 

Comprar do brasileiro é um ato de responsabilidade econômica, social e ética. Cada real que você gasta no comércio local é um voto a favor do desenvolvimento do Brasil. É um passo para um país mais justo, mais forte e mais soberano.

Coluna por: Marcio Rabelo – Presidente da CDL e Vice-presidente da FAGV

Reinaldo Guidolin

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1 Comentário:

  • Elizabeth

    Menos impostos, para podermos competir !

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