A saúde física e mental da população mundial enfrenta desafios crescentes em um cenário marcado por profundas transformações sociais, ambientais e tecnológicas. Doenças crônicas como obesidade, diabetes e hipertensão continuam a aumentar, muitas vezes associadas a estilos de vida sedentários, má alimentação e desigualdade no acesso aos serviços de saúde. Ao mesmo tempo, os transtornos mentais — como depressão, ansiedade e estresse crônico — atingem níveis alarmantes, agravados por fatores como isolamento social, insegurança econômica, crises humanitárias e o uso excessivo de tecnologias. Especialmente as novas gerações têm encontrado grande dificuldade em lidar com os desafios cotidianos em um mundo com tantos problemas. Esses dados evidenciam a necessidade de políticas públicas integradas, que considerem os determinantes sociais da saúde e promovam o bem-estar de forma abrangente, acessível e sustentável.
Os espaços físicos e o ambiente construído exercem um papel fundamental neste aspecto. Vários estudos demonstram que áreas urbanas bem planejadas, com acesso a espaços verdes, infraestrutura para mobilidade ativa, como calçadas e ciclovias conservadas, boa ventilação, iluminação natural e segurança, incentivam a prática de atividades físicas, reduzem o estresse e fortalecem o senso de comunidade. Por outro lado, ambientes urbanos degradados, mal projetados, abandonados ou inseguros contribuem para o sedentarismo, e consequentemente, para o aumento de doenças crônicas não transmissíveis, ansiedade e isolamento social.
As cidades consideradas como as mais saudáveis do mundo, possuem características importantes em comum, como planejamento urbano centrado nas pessoas, abundância de áreas verdes, forte senso de comunidade e grande incentivo à educação e estilo de vida saudáveis. Infelizmente, Santa Maria é uma cidade que não oferece à sua população espaços públicos adequados para a prática de lazer ativo, socialização e melhora da qualidade de vida. Nunca foi uma prioridade do poder público municipal investir na criação de novos espaços públicos ou na manutenção dos poucos espaços existentes.
De acordo com a ciência, investir em ambientes construídos saudáveis é uma estratégia essencial para a promoção do bem-estar coletivo e a prevenção de doenças. Consequentemente, se a gestão municipal se preocupasse mais com parques e espaços de lazer, poderia gastar menos dinheiro público com doenças e problemas de saúde. Pessoalmente, considero um absurdo nossos representantes políticos não se preocuparem com este tema, e sequer discuti-lo. Não seria bom que os santamarienses tivessem locais seguros e adequados para tomar chimarrão entre amigos, passear com o cachorro, andar de bicicleta e brincar ao ar livre?








