O crescente número de moradores em situação de rua em Santa Maria tem chamado a atenção da população e gerado preocupação em quem circula pelo centro da cidade. Locais como o Calçadão, a Rua do Acampamento, Floriano Peixoto e a Avenida Rio Branco revelam, diariamente, que essa realidade está se tornando cada vez mais visível e, ao mesmo tempo, mais negligenciada.
Infelizmente, o Executivo municipal pouco tem feito para enfrentar de maneira efetiva esse problema social. A ausência de políticas públicas consistentes, aliada à falta de investimentos em acolhimento, saúde mental, habitação e geração de oportunidades, contribui para a manutenção de um ciclo de exclusão.
Durante a sessão do dia 9 de setembro, pude debater esse tema no plenário. Alguns colegas vereadores citaram como exemplo a cidade de Chapecó (SC), que vem desenvolvendo um programa para retirar pessoas das ruas. Mas será que esse modelo é realmente apropriado?
Apesar dos números apresentados pelo município catarinense, que mostram uma redução significativa da população em situação de rua, o programa também recebe críticas. Isso porque parte das ações envolve o internamento involuntário de dependentes químicos — uma prática que levanta sérias questões éticas e jurídicas sobre a autonomia individual e os direitos humanos. Além disso, mesmo com unidades de acolhimento e cursos de capacitação, há relatos de recaídas, dificuldades de reinserção e limitação no número de vagas. Outro ponto preocupante é a sustentabilidade do projeto: políticas desse tipo demandam recursos permanentes, equipes qualificadas e integração entre diferentes esferas de governo, o que nem sempre é garantido.
Devemos também reconhecer o importante trabalho que grupos voluntários de Santa Maria realizam junto a essa população, oferecendo alimento, roupas e um acolhimento digno — coisas que o município deveria garantir. Essas organizações, muitas vezes com recursos limitados, trabalham com doações, organizam campanhas e arrecadam dinheiro para proporcionar aquilo que, em alguns casos, é a única refeição diária de quem vive nas ruas. É um esforço admirável, que precisa ser valorizado e apoiado, pois sem essas iniciativas a realidade seria ainda mais dura.
Por isso, usar Chapecó como modelo exige cautela. Santa Maria não pode se contentar apenas em “esconder” essa realidade, nem importar soluções sem considerar suas consequências. O verdadeiro desafio é enfrentar o problema de forma humanizada, garantindo acolhimento, acompanhamento de saúde mental, oportunidades de reinserção social e, sobretudo, respeito a essas pessoas.
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