Categories: Colunas

A reforma da Previdência municipal e a retórica do “cenário de terra arrasada”

Como não poderia ser diferente, a reforma da Previdência tem sido o tema central das últimas sessões plenárias na Câmara de Vereadores de Santa Maria. O assunto mobiliza servidores e servidoras preocupados com seu futuro e com a situação crítica enfrentada pelo IPASP. Entidades como o SINPROSM, o Movimento Municipários em Luta de Santa Maria e o Municipários Santa Maria vêm ocupando as galerias do plenário, manifestando-se de forma firme contra a proposta enviada pelo Executivo municipal.

O projeto de reforma apresentado pelo prefeito Rodrigo Decimo tem apresentado o discurso de que se trata de uma medida “necessária” para garantir o pagamento das aposentadorias e a continuidade dos serviços públicos. Em entrevista recente, o prefeito afirmou: “Sem uma reforma, não há como garantir o pagamento das aposentadorias e o funcionamento dos serviços públicos.” Ao mesmo tempo, as redes oficiais da prefeitura têm sido utilizadas para difundir a ideia de um verdadeiro cenário de “terra arrasada”, como se o município estivesse à beira do colapso financeiro.

No entanto, essa narrativa soa, no mínimo, contraditória. Até pouco tempo atrás, esse mesmo discurso não existia. Santa Maria era apresentada como de gestão municipal, com contas equilibradas e investimentos em andamento. Foi apenas após a posse do atual prefeito que, de repente, a realidade se transformou em uma crise de grandes proporções?

A verdade é que a situação da previdência municipal não é novidade. Há tempos a oposição vinha alertando sobre os riscos e a necessidade de um debate sério e transparente sobre o tema. Infelizmente, na gestão anterior , da qual parte do atual prefeito era o vice , esses alertas foram ignorados. Agora, sob a justificativa de “responsabilidade fiscal”, tenta-se empurrar uma reforma que impõe mais sacrifícios aos servidores, exigindo alíquotas mais altas e mais tempo de trabalho para garantir o direito à aposentadoria.

O que se vê, portanto, é uma tentativa de transformar a responsabilidade coletiva em um problema que recai exclusivamente sobre os servidores e servidoras municipais. Enquanto o governo busca convencer a população de que a reforma é inevitável, quem está na ponta sabe o peso real dessa proposta.

Por isso, reafirmo meu compromisso com todos os servidores e servidoras do nosso município. Sou contra essa Reforma da Maldade que o Executivo tenta aprovar a qualquer custo. É hora de fortalecer a mobilização e a luta em defesa dos direitos dos trabalhadores e da valorização do serviço público em Santa Maria.

Mariana

Recent Posts

BELEZA QUE INSPIRA ATITUDE

Conheça Ezekiel Dall´Bello, o Mister Rio Grande do Sul CNB para além das passarelas Por…

19 horas ago

Como montar um contrato empresarial realmente seguro

Um guia simples e prático para proteger e expandir seu negócio  Quando se fala em…

23 horas ago

Representantes de 26 municípios da região participam do Transformar Juntos RS em Porto Alegre

O Sebrae RS promove, no dia 9 de dezembro de 2025, na Fecomércio, em Porto…

24 horas ago

Vermelho Vivo e Doce: é tempo de melancia gaúcha!

A chegada do verão, com seu calor que abraça a terra, anuncia também a safra…

24 horas ago

Magia toma conta do Centro de Santa Maria com primeiro cortejo natalino de 2025

Fotos: Samuel Marques / PMSMRonald Mendes / Divulgação A manhã deste sábado (6) trouxe um…

2 dias ago

Justiça Climática: resolução histórica ou mais um documento que corre risco de virar fantasia?

O Conama aprovou algo que, à primeira vista, soa como um divisor de águas: uma…

2 dias ago