Nos últimos anos, as redes sociais se tornaram um espaço de conexão, aprendizado e entretenimento, mas também um terreno perigoso onde desafios absurdos colocam vidas em risco. Entre 2014 e 2025, pelo menos 56 crianças e adolescentes, com idades entre 7 e 18 anos, morreram ou sofreram ferimentos graves no Brasil após participarem de desafios extremos disseminados nas plataformas digitais.
Casos como o da “Baleia Azul”, do “Desafio da Rasteira” e do “Desafio do Desodorante” chocaram o país, revelando como conteúdos perigosos viralizam sem controle, muitas vezes sob o olhar passivo das próprias redes sociais. A falta de fiscalização eficiente permite que algoritmos priorizem engajamento em detrimento da segurança, expondo jovens a riscos mortais.
Um dos casos mais recentes e chocantes foi o da menina Sarah Raissa, de apenas 8 anos, que morreu no Distrito Federal após inalar desodorante em spray em um suposto desafio viral do TikTok. A família relatou que a menina, como muitas crianças, buscava diversão e aceitação nas redes sociais, mas acabou vítima de um conteúdo perigoso que circula sem qualquer barreira. A tragédia de Sarah expõe, mais uma vez, a urgência de responsabilização das plataformas e a necessidade de uma fiscalização rigorosa para evitar que outros jovens repitam esses atos mortais. Sua morte não pode ser em vão – é mais um alerta para que pais, escolas e autoridades ajam antes que outra família sofra uma perda irreparável.
É inaceitável que plataformas bilionárias não assumam responsabilidade suficiente pela moderação de conteúdos. Precisamos de leis mais severas que obriguem redes sociais a agirem com rapidez contra desafios perigosos, além de mecanismos transparentes de denúncia e penalidades para quem os dissemina.
Mas a responsabilidade não é só delas. Familiares e escolas também devem estar atentas. Pais, conversem com seus filhos sobre os perigos online, monitorem suas atividades e alertem sobre os riscos de seguir tendências irresponsáveis. Escolas, incluam a educação digital em seus currículos, ensinando crianças e adolescentes a navegarem com segurança.
O futuro digital deve ser seguro para todos. Exijamos ações concretas das autoridades, das plataformas e da sociedade. Só assim evitaremos que mais tragédias aconteçam.