A operação policial realizada ontem no Complexo da Penha deixou 129 mortos, entre civis e agentes de segurança. Os números são alarmantes e exigem uma reflexão séria sobre os rumos da política de segurança pública no Rio de Janeiro e no Brasil.
Foram mais de 130 mortes. Entre as vítimas, moradores que apenas tentavam seguir suas rotinas, policiais que cumpriam ordens e jovens cujas trajetórias foram marcadas pela ausência do Estado. A violência não escolhe lado quando se instala dessa forma.
O episódio evidencia o fracasso de uma abordagem que prioriza o confronto armado como resposta ao crime organizado. Décadas de operações similares demonstram que a estratégia de guerra não resolve o problema da criminalidade, apenas perpetua um ciclo de mortes e sofrimento. As comunidades seguem sitiadas entre facções criminosas e ações policiais cada vez mais letais.
É fundamental que o poder público assuma sua responsabilidade. Segurança pública não se constrói apenas com armamento e confronto, mas com presença efetiva do Estado através de educação, saúde, saneamento e oportunidades de trabalho. As favelas e periferias não podem continuar sendo tratadas como territórios inimigos.
A sociedade também precisa se posicionar. Não podemos normalizar tamanha letalidade nem aceitar que vidas nas periferias tenham menos valor. O luto deve ser coletivo, assim como a cobrança por mudanças estruturais.
Este momento exige mais do que lamentações. Exige um compromisso real com a construção de alternativas que priorizem a vida e a dignidade de todos.








