O Brasil vive tempos difíceis. Enquanto milhões de brasileiros enfrentam a carestia, juros altos, crédito escasso e as consequências de tragédias climáticas — especialmente no Rio Grande do Sul — o governo federal parece obcecado por uma única estratégia: aumentar impostos. Foi isso que tentou fazer, mais uma vez, com o reajuste brutal do IOF, o Imposto sobre Operações Financeiras.
O decreto presidencial, agora derrubado pelo Congresso, previa quase dobrar a alíquota do IOF para empresas. No caso dos micros e pequenos empreendedores do Simples Nacional, o salto seria de 0,88% para até 1,95%. Para as demais empresas, a alíquota chegaria a 3,95%. Até operações como antecipação de pagamento a fornecedores seriam taxadas. No câmbio, a cobrança aumentaria para 3,5% — o que penalizaria quem precisa enviar recursos ao exterior para educação, saúde ou viagens. E até a previdência privada foi atacada: planos VGBL teriam incidência de 5% sobre aportes mensais acima de R$ 50 mil.
É simplesmente inacreditável. Em vez de conter gastos, o governo preferiu punir quem produz, quem trabalha e quem investe.
A justificativa era aumentar a arrecadação em R$ 61 bilhões até o fim de 2026. Uma conta pesada para a população pagar, enquanto os gastos do governo seguem em alta: são cargos, shows, viagens e transferências bilionárias para ONGs que orbitam o poder. Uma farra com dinheiro público, que não pode ser bancada pelos brasileiros comuns.
Por isso, votei a favor da derrubada do decreto. Não podemos aceitar que o custo do descontrole fiscal recaia sobre o setor produtivo. O IOF deveria ser um imposto regulatório, temporário — não uma ferramenta permanente de arrecadação emergencial.
Mas a luta não acabou. Ainda tramita no Congresso a Medida Provisória 1.303/2025, que tenta tributar investimentos isentos — como LCI, LCA, CRI, CRA e debêntures incentivadas — que financiam o crédito agrícola, imobiliário e a infraestrutura. Esses ativos foram essenciais para o desenvolvimento do agronegócio e para o acesso à casa própria por milhares de famílias brasileiras.
Fui o primeiro senador a apresentar uma emenda à MP 1.303 propondo a supressão da alíquota de 5% sobre LCI e LCA. Não faz sentido tributar instrumentos que ajudam a irrigar setores fundamentais da nossa economia. Essa taxação é um tiro no pé, que prejudica quem investe e quem precisa de crédito.
A agenda do governo está equivocada. Em vez de buscar soluções estruturais, simplificar o sistema tributário e cortar privilégios, prefere aumentar impostos e empurrar a conta para os ombros dos brasileiros que mais precisam de apoio.
No Congresso, seguiremos atentos. Defenderemos o empreendedor, o produtor rural, a indústria, o comércio e todos aqueles que geram emprego e renda. O Brasil não precisa de mais impostos — precisa de responsabilidade, competência e respeito com o dinheiro público.








