Entre torneiras e dúvidas: a qualidade da água que consumimos.
A qualidade da água que consumimos em Santa Maria é com certeza, um tema que merece nossa atenção e reflexão. Recentemente, surgiram novamente questionamentos e discussões importantes, além de outras pautas, que trata sobre a potabilidade da água fornecida aos moradores. Além disso, casos recentes de viroses possivelmente relacionadas ao consumo de água contaminada, como o surto de rotavírus na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) em 2024, e a frequente falta de abastecimento, que levou o Ministério Público a conceder à Corsan um prazo para resolver o problema, reforçam o alerta sobre a segurança hídrica no município. Mas de onde pode vir essa possível contaminação, e por que temos que, SIM, nos preocuparmos com isso?!
O ciclo da água é complexo e interligado a diversos fatores ambientais e humanos. Um dos pontos que deve ser levado em consideração é o mau gerenciamento dos resíduos sólidos. A destinação inadequada de lixo pode levar à contaminação do solo, permitindo que substâncias nocivas se infiltrem até o lençol freático. O descarte incorreto de produtos químicos, metais pesados e outros poluentes compromete a qualidade da água subterrânea, que em muitos casos é captada para abastecimento público.
Além disso, as enchentes que ocorreram em 2024 levantam outro alerta. Com o aumento do volume de água nos rios e a inundação de áreas urbanas e rurais, materiais contaminantes foram arrastados para corpos d’água e para o subsolo, intensificando os riscos para a qualidade da água consumida. A mistura de esgoto, produtos químicos e resíduos orgânicos com a água da chuva cria um cenário preocupante.
Outro fator crucial nesse debate é o tratamento de esgoto. De acordo com dados do Censo de 2022, aproximadamente 75,41% da população de Santa Maria utiliza a rede geral, rede pluvial ou fossa ligada à rede para o esgotamento sanitário. Além disso, 15,28% utilizam fossa séptica ou fossa filtro não ligada à rede, enquanto 5,72% recorrem a fossas rudimentares ou buracos. Esses números indicam que cerca de 24,59% dos habitantes não estão conectados a sistemas de esgoto adequados, o que pode resultar na infiltração de resíduos no solo e, consequentemente, na contaminação do lençol freático.
A preocupação também se amplia quando consideramos casos recentes de contaminação ambiental. Nesta semana, um estabelecimento local foi flagrado queimando resíduos perigosos em seu pátio. Essa prática ilegal, que estamos acostumados a ver em diversos pontos da cidade e do interior, libera substâncias tóxicas no ar e pode resultar na deposição desses poluentes no solo e na água, afetando diretamente a qualidade dos recursos hídricos que abastecem nossa cidade, do ar que respiramos e até mesmo dos alimentos que consumimos.
E os rios e nascentes? Muitas dessas fontes naturais de água estão completamente poluídas, prejudicadas pelo despejo irregular de efluentes, pelo assoreamento e pelo desmatamento de áreas de preservação. Sem a devida proteção e fiscalização, a degradação dessas áreas compromete ainda mais a qualidade da água disponível e do meio ambiente.
Atualmente, está em discussão um novo Plano Integrado de Resíduos Sólidos para os municípios da região central, liderado pelo Consórcio Intermunicipal de Resíduos Sólidos (CIRC). Este plano busca soluções sustentáveis para o gerenciamento de resíduos, visando minimizar os impactos ambientais e proteger nossos recursos hídricos. Mas, ele realmente trará melhorias e soluções consistentes e viáveis para os municípios e a população? O gerenciamento de resíduos sólidos ainda é um tema sensível e com muitas falhas. Muito se fala sobre, mas na prática, ainda vemos poucas ações efetivas e permanentes.
Enquanto isso, nossos cursos hídricos, o lençol freático e nosso solo estão cada vez mais comprometidos e perdendo sua eficácia e características essenciais de uma forma acelerada.
Diante disso, fica o questionamento a você que está lendo esta coluna: sabemos realmente o que estamos consumindo? A água que chega até nossas casas passa por processos de tratamento, mas será que esse tratamento é suficiente para eliminar todos os contaminantes potenciais? Como garantir que nossas fontes de água estejam seguras para o consumo humano? O que podemos fazer para cobrar e promover melhorias nesse cenário?
Este é apenas o início de uma reflexão mais profunda sobre a qualidade da água que utilizamos, precisamos abordar cada vez mais essa temática essencial para a nossa saúde e para o meio ambiente. Esse tema impacta diretamente nosso presente e futuro, nossos filhos, gerações futuras, os alimentos que produzimos e consumimos e, nossa sobrevivência a pequeno, médio e longo prazo.
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