Primeiros 100 dias de Rodrigo Decimo revelam continuidade e promessas sem prazo
Na presença de secretários municipais, vereadores da base aliada e cargos comissionados (CCs), o prefeito Rodrigo Decimo (PSDB) apresentou à imprensa, nesta quinta-feira (10), o balanço dos primeiros 100 dias de sua gestão à frente da Prefeitura de Santa Maria. Ele detalhou as ações realizadas nesse período, muitas das quais iniciadas ainda no governo do ex-prefeito Jorge Pozzobom (PSDB), de quem foi vice.
Entre os destaques, estão o início da substituição de 29 mil pontos de iluminação por lâmpadas de LED — com os primeiros três bairros beneficiados localizados na Zona Oeste — e a conclusão do trecho dois da Perimetral Sul-Leste.
Decimo também ressaltou as ações emergenciais após as enchentes, como a construção de pontes, a oferta de aluguel social e a aquisição de moradias para famílias desabrigadas. O programa Prefeitura nos Bairros, que estreou no Bairro Diácono João Luiz Pozzobon com mais de 40 serviços oferecidos à comunidade, também foi citado como destaque.
- Análise dos primeiros 100 dias do governo Decimo
Rodrigo Decimo (PSDB) completou seus primeiros 100 dias à frente da Prefeitura de Santa Maria, e o que se viu na apresentação à imprensa foi, em grande parte, a continuidade da gestão anterior e uma coleção de promessas sem prazos definidos. Embora o prefeito se esforce para marcar sua administração como “nova”, é difícil dissociá-la do governo de seu antecessor Jorge Pozzobom (PSDB), do qual foi vice e presença constante.
Boa parte das obras listadas como conquistas de sua gestão foram herdadas prontas ou em andamento. Isso, por si só, não é um demérito — governos precisam ter continuidade. No entanto, ao repetir realizações já iniciadas anteriormente como se fossem marcas exclusivas de sua gestão, o prefeito corre o risco de parecer mais preocupado com marketing do que com resultados efetivos.
No campo das promessas, o cenário é ainda mais nebuloso, especialmente ao resgatar as principais propostas de campanha: ensino integral, ampliação dos kits de materiais escolares, terceiro turno nas UBSs, novo Pronto Atendimento (PA) da Região Leste, entre outras. Aliás, o tão falado terceiro turno nas unidades de saúde não tem sequer data para começar, e o sistema de teleagendamento — que poderia desafogar os atendimentos e evitar filas de madrugada — segue em “fase de estudos”. Para uma cidade que vive gargalos históricos na saúde, a ausência de um cronograma claro preocupa.
Na educação, o projeto-piloto de turno estendido em apenas uma creche é tímido diante das necessidades das famílias que trabalham em horários alternativos. O prefeito também repete com frequência a necessidade de uma reforma da Previdência “dialogada”, mas até agora não se viu um diálogo efetivo com os servidores nem com a sociedade civil — apenas a insistência de que a reforma é “urgente”, sem detalhar quais pontos estão sendo discutidos e com quem.
Em resumo, os primeiros 100 dias de Rodrigo Decimo mostram uma gestão ainda presa às sombras do governo anterior e hesitante em apresentar algo realmente novo. A cidade continua carente de prazos, metas claras e, principalmente, de coragem política para sair do lugar-comum. O discurso de “planejamento” precisa dar lugar à execução — e rápido.
- PF apura desvio de recursos da saúde em Sorocaba; prefeito é um dos alvos
A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (10) a operação “Copia e Cola”, que investiga um esquema de desvio de recursos da saúde pública em Sorocaba (SP). Foram cumpridos 28 mandados de busca e apreensão em 12 cidades. Um dos alvos é o prefeito Rodrigo Manga (Republicanos), apelidado de “prefeito tiktoker”. Também foram alvo sua cunhada, a pastora Simone, e a igreja ligada ao bispo Josivaldo Batista, onde foram encontrados R$ 863 mil em espécie dentro de um carro.
A investigação, iniciada em 2022, apura fraudes na contratação de uma Organização Social para gerir serviços de saúde, com indícios de lavagem de dinheiro, corrupção, peculato e fraudes em licitação. Foram apreendidos bens que podem ultrapassar R$ 20 milhões, além de carros de luxo e armas de alto calibre.
Manga ironizou a operação nas redes sociais. A PF também vasculhou a Prefeitura de Sorocaba e o diretório do Republicanos. Reeleito em 2024 com 73,75% dos votos e apoiado por Bolsonaro e Tarcísio, o prefeito anunciou recentemente sua pré-candidatura à Presidência da República.
Em nota, a Prefeitura afirmou estar colaborando com a investigação e alegou perseguição política diante da crescente projeção nacional do prefeito.
- Deputado Glauber Braga desafia processo de cassação com greve de fome e ocupação
O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados aprovou o parecer que recomenda a cassação do mandato do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) por quebra de decoro parlamentar, após ele chutar um militante do MBL durante uma discussão em abril de 2024. O processo segue agora para o plenário da Câmara, onde será decidido se ele perderá o mandato e ficará inelegível por oito anos.
Glauber se defende afirmando que foi provocado e que o processo tem motivação política, ligada às suas denúncias contra o orçamento secreto. Ele promete recorrer à Justiça e à CCJ, além de iniciar uma greve de fome e permanecer no Congresso até o desfecho do caso. A deputada Luiza Erundina e militantes de esquerda manifestaram apoio ao parlamentar. O ator Marco Nanini também esteve presente.
Deputados do PSOL e da base governista criticaram o processo, alegando perseguição política e lembrando que parlamentares da direita, como Carla Zambelli, não foram punidos por ações mais graves. Glauber ainda acusa o presidente da Câmara, Hugo Motta, e o relator do processo, Paulo Magalhães, de articularem para viabilizar sua cassação a mando de Arthur Lira, com quem o deputado já teve atritos anteriores.
- Condenado por abuso, médico recebe medalha em ato oficial e gera indignação
O cirurgião plástico Milton Seigi Hayashi, condenado em duas instâncias por abusar de sua sobrinha de 9 anos, foi homenageado com uma medalha pela Associação Brasileira das Forças Internacionais de Paz (ABFIP) em cerimônia na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), presidida pelo deputado Capitão Telhada (PP). A condecoração gerou polêmica após a revelação da condenação, que tramita em segredo de justiça. Telhada disse desconhecer o caso e afirmou que pedirá a revogação da homenagem. A ABFIP também alegou desconhecimento, prometeu apurar o ocorrido e destacou que a honraria foi concedida com base em informações fornecidas pelo próprio médico. A medalha não tem vínculo oficial com a Alesp nem com a ONU. Hayashi nega as acusações e recorre da sentença no STJ.








