Santa Maria está prestes a dar um passo importante na valorização de formas mais humanas e completas de cuidar da saúde. No próximo dia 06 de agosto, às 14h, no Plenário da Câmara Municipal, será lançada oficialmente a Frente Parlamentar em Defesa das Práticas Integrativas e Complementares Holísticas de Saúde, uma iniciativa de nossa autoria e aberta a toda a comunidade. Mas o que isso significa, na prática? Significa ampliar o debate e o reconhecimento de terapias e abordagens que tratam o ser humano como um todo, corpo, mente e espírito. Falamos aqui de práticas como acupuntura, meditação, reiki, aromaterapia, fitoterapia, yoga, entre outras, que já são reconhecidas pelo SUS e integram a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PNPIC). A Frente Parlamentar terá como missão reunir profissionais da área, expositores, usuários e gestores públicos para dialogar, propor políticas e fortalecer a presença dessas práticas em nossas unidades de saúde, hospitais e programas de cuidado. Sabemos que muitas vezes a medicina tradicional sozinha não dá conta de tudo. E é justamente por isso, que precisamos olhar para a saúde com mais sensibilidade, acolhendo alternativas que promovem equilíbrio, prevenção e qualidade de vida. Convido você para participar desse momento conosco. A construção de uma saúde mais integrativa começa com a escuta, o respeito e a união de saberes. Nos vemos na Câmara! Fort abraço!
O Silêncio que Sangra
Os números chegam frios, como um corte de faca no escuro: 1.492 mulheres mortas em 2024, vítimas de feminicídio. O Anuário Brasileiro de Segurança Pública diz que a violência geral caiu, mas os corpos das mulheres seguem tombando. Seis em cada dez, perfurados por facas, punhais, objetos que deveriam cortar legumes, não vidas. A maioria, negras. A maioria, em casa. A maioria, assassinada por quem jurou amá-las. Os casos recentes são apenas a ponta do iceberg de uma epidemia que não se mede apenas em estatísticas, mas em hematomas, ossos quebrados, olhares perdidos. Em Natal, um homem espancou a namorada por 37 segundos intermináveis por ciúmes de uma mensagem no celular. Aqui no Rio Grande do Sul, um homem atira na esposa na frente do filho de 5 anos. Em Santos, um sargento mata esposa e fere a filha dentro de uma clínica médica em Santos. Mais um caso bárbaro que a sociedade insiste em não enxergar. E enquanto isso, nas telas dos celulares, o ódio se reproduz em loop. Não é mais só o parceiro que espreita, é o algoritmo que ensina: meninos de 14 anos recebem vídeos misóginos em menos de 30 minutos de uso. Mulheres que ousam falar são ameaçadas de estupro, chamadas de “gordas que não merecem ser violadas”, como se existisse algum corpo que merecesse. Laura Bates, pesquisadora britânica, alerta: nunca os jovens foram tão machistas. Nunca o veneno foi tão bem embalado em memes e discursos de “ironia”. O Estado responde com medidas protetivas que 40% dos agressores ignoram. Lança campanhas como o Brasil Sem Misoginia, enquanto as redes sociais lucram com a audiência de haters. E nós? Nós lemos as manchetes, compartilhamos a indignação por 24 horas, e seguimos adiante até o próximo nome, até a próxima foto de rosto inchado, até a próxima mãe chorando no velório de uma filha que “não deveria ter irritado ele”. Não há queda na violência que justifique otimismo. Há, sim, um silêncio que sangra. Um silêncio que vem dos lares, das delegacias, do Congresso Nacional, dos tribunais, das plataformas digitais. Um silêncio que só será quebrado quando encararmos a verdade: o machismo não é um monstro solto nas ruas. É o vizinho, o ex, o influencer, o juiz, o político, o filho que ninguém educou direito. Até lá, os números seguirão subindo. E os corpos, caindo.
RS cria núcleo pioneiro para combater crimes sexuais contra crianças e adolescentes
Diante do aumento dos casos de pedofilia, o Instituto-Geral de Perícias (IGP) do RS criou um núcleo especializado para acelerar investigações e apoiar vítimas. A estrutura reúne tecnologia de ponta, perícia psicológica e informática forense. Um dos destaques é um equipamento capaz de identificar agressores por amostras de saliva em até 90 minutos, o mesmo usado pelo FBI. O núcleo também amplia o banco de DNA do estado e atua com análise digital de provas e acolhimento psicológico das vítimas. Em 2024, o IGP participou de 104 operações do tipo, quase o dobro de 2022. As denúncias podem ser feitas de forma anônima pelo Disque 100, Conselho Tutelar, delegacias ou WhatsApp (61) 99656-5008. Imagem: G1
Trump impõe tarifa de 50% sobre produtos brasileiros e ameaça 8 mil empregos no setor calçadista
A nova tarifa decretada por Donald Trump entra em vigor em 6 de agosto e atinge duramente a indústria calçadista do Brasil, especialmente do RS, que responde por 20% da produção nacional. A Abicalçados estima que as exportações para os EUA se tornem inviáveis, com risco imediato de 8 mil demissões. Outros setores afetados incluem têxteis, móveis, carne bovina, frutas e café. Já produtos como aeronaves, veículos, combustíveis e eletrônicos ficaram isentos. A justificativa americana é política: acusações de violações democráticas no Brasil e perseguição a aliados de Bolsonaro. O governo do RS lançou linha de crédito emergencial para tentar conter os impactos. Imagem: Divulgação G1
Desemprego atinge menor nível da série histórica e Brasil soma mais de 102 milhões de pessoas ocupadas
O Brasil registrou a menor taxa de desocupação desde o início da série histórica da Pnad Contínua, iniciada em 2012. Segundo dados divulgados nesta quinta-feira (31) pelo IBGE, o índice ficou em 5,8% no segundo trimestre de 2025, o que representa cerca de 6,3 milhões de brasileiros desocupados. A queda é significativa em relação ao trimestre anterior, quando o índice era de 7%, e também em comparação ao mesmo período de 2024, quando estava em 6,9%. O recuo foi impulsionado pelo avanço da ocupação em setores como educação, comércio, indústria e transporte, além do crescimento da formalização no mercado de trabalho. O total de pessoas ocupadas no país chegou a 102,3 milhões, alta de 1,8% em relação ao trimestre anterior. A renda média mensal dos trabalhadores também subiu: chegou a R$ 3.477, maior valor da série histórica. A massa de rendimento bateu R$ 351,2 bilhões, refletindo a expansão do emprego e o aumento real nos salários. A informalidade caiu para 37,8%, a segunda menor da série. O número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado atingiu 39 milhões. Também houve redução de 13,7% no número de desalentados — aqueles que desistiram de procurar emprego. Os dados refletem uma retomada consistente do mercado de trabalho, com destaque para o setor de serviços públicos, que atingiu recorde de 12,8 milhões de empregados, especialmente na área da educação.
Adolescente responsável por ataque em escola do RS presta depoimento e Justiça encerra fase de instrução
O adolescente acusado de ter cometido um ataque que resultou na morte de um aluno e deixou outros feridos na Escola Municipal Maria Nascimento Giacomazzi, em Estação, no Norte do Rio Grande do Sul, prestou depoimento à Justiça na quarta-feira (30). A audiência foi conduzida pela juíza Dolores Kramer, da 2ª Vara Judicial de Getúlio Vargas. O jovem responde por atos infracionais análogos a homicídio qualificado e a cinco tentativas de homicídio qualificado. Ele segue internado. As audiências iniciaram na terça-feira (29), quando 16 testemunhas de acusação foram ouvidas, incluindo uma das vítimas, a professora, além de pais de estudantes envolvidos no ataque. No segundo dia, além do adolescente, foram ouvidas quatro testemunhas de defesa. Com o encerramento da fase de instrução, abre-se agora o prazo para as alegações finais do Ministério Público e da defesa, seguido do julgamento. Conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), todo o processo deve ser concluído em até 45 dias desde a internação do acusado. Relembre o caso O ataque ocorreu na manhã de 8 de julho, quando o adolescente entrou na escola alegando que entregaria um currículo e pediu para usar o banheiro. Em seguida, invadiu uma sala de aula armado com uma faca e atacou as crianças e a professora, que ficou ferida ao tentar proteger os alunos. Ele também teria acionado bombinhas durante a ação. O ataque resultou na morte de um estudante e deixou feridos. As investigações da Polícia Civil foram concluídas no início de julho.
Festival All Ghetto celebra 10 anos da All Green Records e da Ghetto com programação cultural em Santa Maria
Santa Maria se prepara para viver dois dias intensos de música, arte e cultura urbana. O Festival All Ghetto será realizado nos dias 16 e 17 de agosto, das 15h às 21h, na Praça do Mallet, e promete movimentar a cena do hip hop na Região Central do RS. O evento integra o mês da Cultura de Santa Maria e celebra os 10 anos da gravadora independente All Green Records e da produtora de eventos Ghetto, duas iniciativas que há uma década fortalecem a cena do rap no interior do Estado. Com mais de 20 atrações musicais locais e regionais, o festival também recebe nomes consagrados do rap gaúcho, como Da Guedes, Cocoa Mami, Negra Jaque e Dola. Além dos shows, a programação inclui batalhas de rima, dança, grafite, feiras de economia criativa e solidária, apresentações de skate e SLAM, criando um espaço de acesso democrático à cultura e valorização da arte urbana. “Mais do que um evento, o Festival All Ghetto é um ato de resistência cultural. Queremos descentralizar a arte e levar a força do hip hop ao centro e às periferias”, destaca a organização. O evento é gratuito e conta com atividades formativas na semana que o antecede, com oficinas em escolas e comunidades sobre os quatro elementos do hip hop, composição musical, produção de beats e dança. O Festival All Ghetto foi contemplado com recursos da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB), com financiamento da Secretaria de Estado da Cultura do RS, através do edital SEDAC 032/2024. A realização é da Ghetto e All Green, em parceria com o Ministério da Cultura, Prefeitura Municipal de Santa Maria e demais apoiadores. Serviço Quando: 16 e 17 de agostoHorário: 15h às 21hLocal: Praça do Mallet – Santa Maria (RS)Classificação: Livre – Evento gratuito Contatos: (55) 99164-6969 | (55) 99946-4092
Zoológico de Sapucaia do Sul reabre nesta quinta com entrada gratuita após surto de gripe aviária
Após mais de dois meses fechado por conta de um foco de gripe aviária, o Parque Zoológico de Sapucaia do Sul, na Região Metropolitana de Porto Alegre, reabre ao público nesta quinta-feira (31). A entrada será gratuita neste dia, tanto para pedestres quanto para veículos. A interdição parcial ocorreu após a detecção do vírus em aves silvestres, que resultou na morte de 168 animais de 11 espécies. Com o fim do período de incubação e sem registro de novos casos desde 24 de junho, o foco foi oficialmente encerrado em 8 de julho. A decisão foi validada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária, com base em informações da Secretaria da Agricultura do RS e do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal. Durante o fechamento, o zoológico passou por melhorias estruturais, incluindo revitalização de banheiros, nova pintura e sinalização atualizada. Apesar da reabertura, a vigilância sanitária será mantida de forma permanente, com protocolos reforçados para prevenção da influenza aviária. A retomada das atividades marca um passo importante no controle da doença no Estado, que teve seu primeiro foco de gripe aviária de alta patogenicidade em aves comerciais identificado em Montenegro, em maio. O caso desencadeou uma série de restrições sanitárias internacionais, afetando a avicultura nacional. A circulação de aves no zoológico voltará gradualmente, sob monitoramento rigoroso. A diretora do DDA, Rosane Collares, destacou que a reabertura reflete a eficácia das ações de contenção e reforça a importância da vigilância contínua em ambientes com aves silvestres. Foto: Caroline Weissheimer
Escola Municipal de Artes de Santa Maria abre inscrições para cursos gratuitos
A Escola Municipal de Artes Eduardo Trevisan (Emaet), em Santa Maria, divulgou as datas de inscrições para os cursos do segundo semestre. Interessados devem se inscrever presencialmente na escola, nos dias 4 e 5 de agosto, das 8h30min às 11h30min, das 14h às 17h e das 18h30min às 21h. As vagas são gratuitas e preenchidas por ordem de chegada. Os cursos são voltados a crianças, adolescentes, adultos e idosos e acontecem nos três turnos, de segunda a sexta-feira. Cada novo aluno poderá se matricular em até dois cursos. No ato da inscrição, é necessário apresentar documento de identidade com foto, CPF e comprovante de residência. Menores de idade devem estar acompanhados por um responsável legal. Entre as opções de cursos estão: banda experimental, música infantil, teclado infanto-juvenil, violão, contação de histórias, malabares, palhaçaria, teatro, história das artes, desenho e criação de elementos de cena. Os horários e turmas por faixa etária estão disponíveis no Instagram da EMAET. A escola está localizada na Rua Silva Jardim, 2.141, e os cursos são abertos a toda a comunidade santa-mariense. Foto: João Alves/PMSM
Auxílio-Aluguel vítimas de violência doméstica: Uma luta das Mulheres por vida e dignidade
Recentemente, protocolei o Projeto de Lei que autoriza o Poder Executivo a criar o benefício do auxílio‑aluguel às mulheres vítimas de violência doméstica no Município de Santa Maria. O projeto tem como objetivo trazer para âmbito municipal a Lei 14.674, de 2023, sancionada pelo presidente Lula, que prevê a concessão de auxílio-aluguel a mulheres vítimas de violência doméstica. Direito Conquistado A violência doméstica não escolhe classe social, cor ou idade. Ela atravessa as paredes dos lares santa-marienses como uma sombra silenciosa que destrói sonhos, dilacera famílias e, muitas vezes, ceifa vidas. Quantas vezes já ouvimos a pergunta cruel: “Por que ela não sai de casa?” A resposta é complexa e dolorosa. A dependência econômica é uma das amarras mais perversas da violência doméstica. Uma mulher pode ter coragem para denunciar, para buscar ajuda, para obter uma medida protetiva, mas se não tem onde morar, se não tem condições de pagar um aluguel, ela acaba voltando para casa – e voltando para o ciclo de violência. Este projeto de lei nasce dessa realidade urgente. Nasce da necessidade de olharmos para essas mulheres e dizermos: “Vocês não estão sozinhas. A cidade de Santa Maria está com vocês.” Quando uma mulher precisa deixar sua casa por estar em risco de morte, quando ela se vê obrigada a recomeçar do zero para preservar sua vida e a de seus filhos, o Estado tem o dever de garantir condições mínimas de dignidade. O benefício de até um salário mínimo mensal, por até 12 meses, pode parecer pouco para quem nunca viveu essa realidade. Mas para uma mãe que sai de casa levando apenas os filhos e a roupa do corpo, esse auxílio representa a diferença entre a vida e a morte, entre o recomeço e o retorno ao agressor. Este projeto é um passo importante, mas não é o último. Precisamos seguir fortalecendo a rede de proteção, capacitando profissionais, sensibilizando a sociedade. Precisamos falar sobre igualdade de gênero desde a primeira infância. A luta das mulheres é coletiva. Quando uma de nós avança, todas avançamos. O auxílio-aluguel para vítimas de violência doméstica em Santa Maria é mais que uma política pública – é um símbolo de que estamos construindo uma cidade onde todas as mulheres podem viver com dignidade e segurança.