O mês de outubro é marcado por uma das campanhas de saúde mais importantes do mundo: o Outubro Rosa. Criado para alertar a sociedade sobre a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de mama, o movimento simboliza não apenas o cuidado com a saúde feminina, mas também a valorização da vida. O câncer de mama é o tipo mais comum entre mulheres em todo o planeta, e também uma das principais causas de mortalidade. Porém, quando diagnosticado em sua fase inicial, as chances de tratamento bem-sucedido chegam a índices muito elevados. Isso demonstra que informação e atenção à saúde são fundamentais para salvar vidas. A prevenção passa pelo autocuidado. O autoexame das mamas deve ser um hábito regular, aliado a consultas médicas periódicas e à realização da mamografia, conforme a idade e a orientação de profissionais da saúde. São medidas simples, mas que podem fazer toda a diferença na descoberta precoce da doença. Outro aspecto essencial do Outubro Rosa é a conscientização coletiva. Familiares, amigos, instituições e comunidades têm papel importante no incentivo à realização de exames e na promoção de espaços de diálogo e apoio. Afinal, enfrentar o câncer de mama não é apenas um desafio físico, mas também emocional, e contar com uma rede de suporte fortalece as mulheres em tratamento. Vale destacar, ainda, que o Outubro Rosa não se limita apenas às mulheres. Embora seja mais raro, o câncer de mama também pode atingir homens, o que reforça a importância da atenção de todos. A luta contra a doença é, portanto, uma causa de toda a sociedade. O laço cor-de-rosa, símbolo da campanha, representa solidariedade, esperança e a união em torno de um objetivo comum: reduzir a mortalidade por câncer de mama e oferecer dignidade às pessoas em tratamento. Mais do que uma cor, trata-se de um compromisso coletivo com a vida. Neste Outubro Rosa, a mensagem é clara: prevenção é o melhor caminho. Cuidar da saúde é um ato de amor-próprio e de responsabilidade com quem está ao nosso lado. Que possamos, juntos, fortalecer a conscientização e multiplicar informações, porque compartilhar cuidado é compartilhar vida. Adelar Vargas – Bolinha Vereador
Vacinar ainda é essencial: A queda na vacinação abre caminho para doenças no RS
Por Mariana Rodrigues O Brasil já foi referência mundial em vacinação. Mas, nos últimos anos, o que se vê é uma queda preocupante nos índices de cobertura vacinal. No Rio Grande do Sul, essa realidade não é diferente. A baixa adesão a campanhas de imunização tem reaberto espaço para doenças que estavam sob controle ou até mesmo erradicadas, voltarem a representar risco. Franciele da Rosa, enfermeira e gerente da Clínica de Vacinas Multivacin há 13 anos, expressa preocupação diante da situação. “É bem preocupante, porque doenças que antes eram consideradas erradicadas estão retornando. Na prática, percebo que isso se deve muito ao pós-Covid. Foi aí que observamos uma queda na cobertura vacinal, tanto na rede pública quanto na privada”, relata Franciele. No caso da gripe, o número de casos aumentou de forma expressiva, tendência que já vinha sendo percebida nos últimos anos, agravada pela baixa cobertura vacinal. Em 2025, no Rio Grande do Sul, apenas 42% dos gaúchos se vacinaram contra a gripe. O estado registra o maior número de internações por influenza desde a pandemia de H1N1, em 2009. Além do avanço da gripe, o Estado enfrenta o risco de reintrodução do sarampo. Após a confirmação de um caso importado em Porto Alegre, o governo estadual intensificou a vacinação em municípios vulneráveis. Extremamente contagiosa, a doença já foi, até os anos 1980, a terceira principal causa de mortalidade infantil no mundo, e ainda hoje representa um grave problema de saúde pública em países com baixa cobertura vacinal. O alerta também se estende à poliomielite, que pode causar paralisia irreversível. Com a cobertura vacinal abaixo do ideal, o Ministério da Saúde já classifica o RS como área de risco para reintrodução do vírus. Outras doenças também têm gerado preocupação entre os profissionais de saúde, como o Herpes Zoster. Ilda Maria Juschem, proprietária da clínica Multivacin, que tem mais de 30 anos de experiência na área de vacinação, alerta para a vacinação deste tipo grave de herpes, causada pelo vírus da catapora. “Muita gente não sabe, mas quem teve catapora na infância pode desenvolver Herpes Zoster décadas depois. Esse vírus permanece adormecido no organismo e pode ser reativado na fase adulta, especialmente em situações de queda da imunidade. E, quando reaparece, costuma vir de forma mais agressiva”, explica. A vacina contra o HPV também é considerada essencial. Disponível no SUS a partir dos 9 anos, ela protege contra lesões provocadas pelo vírus, que podem evoluir para diferentes tipos de câncer. “Essa é uma vacina que não trata o câncer diretamente, mas age nas lesões do HPV que podem se transformar em câncer no futuro. É uma forma de proteção fundamental e ainda subestimada”, afirma a proprietária e administradora da clínica. Ilda reforça a importância da retomada das campanhas de vacinação em massa para evitar o retorno de doenças que o Brasil já havia conseguido erradicar. “O sarampo já tinha sido eliminado, assim como a poliomielite. Mas agora, infelizmente, vemos novos casos surgindo. Mesmo que o vírus do sarampo, por exemplo, tenha sido importado, ele entrou no país e se instalou. Cabe agora ao Ministério da Saúde e a todos nós trabalharmos firmemente para erradicar novamente essas doenças. E isso só será possível com vacina. É, sem dúvida, a única forma eficaz de prevenção”, conclui. Desinformação e fadiga vacinal Entre as causas para a queda na adesão vacinal, Franciele da Rosa destaca fatores como fake news, questões religiosas, posicionamentos políticos e uma perigosa falsa sensação de segurança em relação às doenças que antes estavam sob controle. Essa percepção também é compartilhada por Ilda. “A desconfiança que surgiu com as vacinas da Covid acabou prejudicando todas as outras”, destaca. Para que o Brasil volte a alcançar os altos índices de cobertura do passado, é preciso mais que campanhas pontuais. É necessário um esforço conjunto entre governo, profissionais de saúde, educadores, mídia e comunidade. A vacinação deve ser encarada como um pacto coletivo pela saúde pública. “É uma batalha constante. E quem está na linha de frente, o profissional que vai atender o paciente, precisa oferecer um atendimento mais humanizado, acolhedor e tranquilo para que o paciente tenha mais confiabilidade no processo”, afirma Franciele. Ilda também destaca a importância do Sistema Único de Saúde (SUS) no cenário da imunização brasileira e reforça que o programa nacional de vacinação é um dos mais robustos do mundo. “As vacinas do SUS são excelentes. Algumas vacinas que temos nas clínicas privadas são mais completas, mas jamais diria que são melhores. O nosso SUS, como gosto de chamar, é um dos melhores projetos de vacinação do mundo. Vai do bebê ao idoso. E o governo tem feito um grande esforço para incorporar vacinas que antes estavam apenas na rede privada. É um investimento alto, tanto do setor público quanto do privado, mas absolutamente necessário”, destaca. Na clínica Multivacin, Ilda explica que trabalham exclusivamente com vacinas importadas. Isso porque as vacinas produzidas no Brasil, segundo ela, são voltadas exclusivamente à rede pública. “As vacinas nacionais são de excelente qualidade, mas são produzidas para atender à demanda do SUS.” Apesar das dificuldades enfrentadas nos últimos anos, ambas as profissionais demonstram otimismo com o cenário atual e acreditam que a valorização da vacinação está sendo retomada pouco a pouco. Independentemente de onde a vacina é aplicada, na rede pública ou privada, o objetivo é o mesmo: proteger vidas. Por isso, procure manter o calendário de vacinação em dia.
Viver e escutar – A psicanálise como caminho de autoconhecimento
Desde cedo, Angélica Costa Zanini desejava construir uma vida ligada à reflexão e ao conhecimento. Natural de Santa Maria, iniciou sua trajetória acadêmica pela Filosofia, paixão que conserva até hoje. Mas foi na psicologia que encontrou seu caminho. “Psicologia não era só uma escolha profissional, era um sonho que comecei a flertar ainda na sétima série”, lembra Angélica. Conciliar cursos e trabalhar na empresa familiar do pai exigiu uma decisão difícil, mas a jovem optou por seguir seu sonho e se dedicar com qualidade aos estudos. Formada em psicologia, Angélica aprofundou-se em Clínica Psicanalítica, com mestrado na UFSM em Distúrbios da Comunicação Humana e, posteriormente, concluiu sua formação em Psicanálise pelo Centro de Estudos Psicanalíticos de Porto Alegre (CEP-PA). No entanto, a formação em psicanálise é contínua, e por isso Angélica segue aprofundando seus estudos até hoje. Além do consultório, a Psicanalista já coordenou grupos de estudo, deu aulas em cursos de especialização e atua hoje como supervisora clínica. Angélica também levou a psicanálise para o teatro, interpretando personagens como Clarice Lispector e Alice Winnicott. A escuta singular na psicanálise Na prática, Angélica ressalta que cada processo analítico é único. “A psicanálise não se ocupa de comparações nem de rótulos, mas da escuta singular e subjetiva de cada sujeito”, explica. O foco, portanto, não está no sintoma, mas no desejo e na trajetória de cada indivíduo. Esse processo é lento, pois o tempo psíquico não segue o ritmo do relógio. Acessar o inconsciente requer paciência: ele se revela pela fala do sujeito, que se expressa no momento e da forma que lhe é possível. E é na transferência com o analista que o trabalho acontece. “Um sonho não pode ser traduzido em códigos prontos: o mesmo objeto pode ter milhares de significados diferentes”, destaca. Angélica lembra ainda que a formação do psicanalista passa pela própria experiência de análise. “O psicanalista nasce no divã. Freud já dizia que a formação exige três pilares: análise pessoal, estudo teórico e supervisão clínica.” A ética que sustenta esse trabalho é individual, não se baseia em julgamentos morais nem em soluções rápidas. Tomar consciência de algo não basta: é preciso atravessar um longo processo psíquico até chegar no inconsciente. Mais do que buscar uma felicidade plena – que, para ela, não existe -, a psicanálise propõe outra lógica: tornar a vida interessante. Inspirada em Contardo Calligaris, Angélica acredita que viver é aprender a lidar com o sofrimento e com as frustrações, mas também reconhecer os prazeres e desejos que tornam cada existência singular. “A análise não entrega respostas prontas. Ela abre caminhos para que cada pessoa possa revisitar sua história e se tornar autora da própria vida.”
Inovação, tecnologia e sustentabilidade: o tripé do futuro que já começou
Vivemos uma era em que três palavras se tornaram inevitáveis em qualquer debate sério sobre desenvolvimento: inovação, tecnologia e sustentabilidade. Durante muito tempo, esses conceitos foram tratados de forma isolada, como se pertencessem a universos distintos. Hoje, entretanto, sabemos que eles formam um tripé que sustenta o presente e projeta o futuro. A inovação surge como força criadora, responsável por quebrar paradigmas e apontar novos caminhos. A tecnologia, por sua vez, é a ferramenta que materializa essa inovação, tornando ideias possíveis e escaláveis. E a sustentabilidade é o Norte que dá sentido a esse movimento, garantindo que o avanço não aconteça às custas do planeta e das gerações futuras. Se a revolução industrial do século XIX foi marcada pela mecanização e pela exploração de recursos, a revolução do século XXI é marcada pela inteligência e pela preservação. Hoje, o mundo não precisa apenas de mais produção, mas de soluções que aliem eficiência, responsabilidade ambiental e impacto social positivo. Um exemplo evidente está no setor da construção civil. Tecnologias digitais, como o Building Information Modeling (BIM), já permitem projetar edifícios mais inteligentes e sustentáveis, reduzindo desperdícios de materiais e otimizando recursos. Ao mesmo tempo, materiais ecológicos, técnicas de reaproveitamento de água e fontes de energia limpa transformam obras em verdadeiros laboratórios de inovação verde. Outro campo em destaque é o agronegócio. A agricultura de precisão, apoiada por drones, sensores e inteligência artificial, mostra que é possível aumentar a produtividade sem ampliar áreas de plantio, reduzindo impactos ambientais e preservando ecossistemas. O mesmo acontece com a bioeconomia, que encontra na biodiversidade soluções inovadoras para saúde, energia e alimentação. Mas não podemos esquecer o papel das cidades. O conceito de “cidades inteligentes” já não é mais futuro distante. Sistemas de mobilidade elétrica, gestão de resíduos por meio de plataformas digitais e monitoramento ambiental em tempo real são apenas alguns exemplos de como a inovação tecnológica, guiada pela sustentabilidade, transforma a vida urbana. Esse movimento não é apenas uma escolha de governos ou grandes empresas. Ele reflete também o comportamento da sociedade. Consumidores cada vez mais exigentes buscam marcas comprometidas com a redução de emissões, a economia circular e a responsabilidade social. Investidores, por sua vez, já entendem que empresas sustentáveis são mais resilientes, rentáveis e preparadas para enfrentar os desafios globais. É nesse cenário que a inovação e a sustentabilidade deixam de ser custos e passam a ser oportunidades. O que antes parecia um peso para os negócios hoje é diferencial competitivo. Ser sustentável é inovar; inovar é sobreviver. Claro, os desafios são imensos. Ainda convivemos com modelos ultrapassados de exploração, desperdício e desigualdade. Mas é justamente aqui que a tecnologia mostra seu poder transformador. Ela nos permite medir, controlar e repensar processos, criando caminhos mais justos e equilibrados. O futuro não será definido por quem apenas dominar novas tecnologias, mas por quem souber aplicá-las de forma sustentável. Empresas, governos, universidades e cidadãos têm diante de si a responsabilidade de alinhar conhecimento e consciência. Inovação, tecnologia e sustentabilidade não são mais apenas tendências. São a base de um novo contrato social, em que o crescimento precisa andar de mãos dadas com o respeito à vida e ao meio ambiente. Mais do que um tripé, são o alicerce de uma civilização que escolhe evoluir sem se autodestruir. No fim, a grande questão que fica para cada um de nósé: que futuro queremos construir? Um que consuma os recursos até o esgotamento ou um que use a inteligência humana para regenerar, equilibrar e prosperar?
Moda Conceitual: das passarelas para o dia a dia
“Mas quem vai usar isso na rua?” Essa é quase a trilha sonora de qualquer desfile de moda conceitual. Afinal, quem nunca olhou para um vestido superestruturado, cheio de volumes e formas inusitadas e pensou que aquilo parecia mais uma instalação de arte do que uma roupa? Mas a moda conceitual não nasce para o look de segunda-feira no escritório. Ela existe para provocar, cutucar e ampliar o nosso repertório. É como a arte contemporânea: não precisa ser “útil” de imediato, mas faz a gente repensar o mundo e, no caso, o vestir. Os estilistas usam exagero, fantasia e até um toque de “e se…?” para falar de temas sociais, ambientais, tecnológicos ou simplesmente para brincar com o que conhecemos como roupa. E adivinha? Aquilo que parece impossível hoje, amanhã vira detalhe de tendência. Aquele vestido alegórico da passarela? Pode virar a manga bufante da sua próxima blusa. O look futurista cheio de brilhos metálicos? Logo aparece traduzido em cores que dominam as vitrines. A moda conceitual funciona como um grande laboratório: exagera agora para a gente usar depois. E no meio disso tudo, fica uma provocação: por que não usar algo inusitado na rua? Quem decidiu o que é “aceitável” vestir? Esse jogo de desafiar padrões é justamente o que mantém a moda viva e divertida. Então, da próxima vez que alguém perguntar “mas quem vai usar isso na rua?”, a resposta pode ser: todo mundo, em algum momento, de alguma forma. Porque a moda conceitual pode até parecer distante, mas dela que a moda comercial bebe para se reinventar e continuar dialogando com a sociedade. Paula Dariva
Consolidado o maior evento do ecossistema de inovação da história de Santa Maria
A Semana de Inovação de Santa Maria, realizada entre os dias 22 e 26 de setembro, consolidou-se como um marco no fortalecimento do ecossistema de inovação local (InovaCentro) e na integração com diferentes regiões do Rio Grande do Sul. O evento reuniu empreendedores, pesquisadores, estudantes, lideranças empresariais e instituições em uma agenda marcada por conexões, aprendizado e geração de oportunidades. Estrutura histórica e inovadora Um dos diferenciais desta edição foi a grande estrutura física montada no pátio da Gare da Viação Férrea, recentemente restaurada. O espaço, integrado ao Mercado Público da Vila Belga no Distrito Criativo Centro-Gare, valorizou o patrimônio histórico e cultural de Santa Maria, justamente no local que simboliza o berço da cidade. A escolha do cenário uniu tradição e inovação, criando um ambiente singular de experiências, conexões e memória afetiva. ELI Summit: um marco para os ecossistemas locais Entre os grandes destaques da programação esteve o ELI Summit, encontro consolidado como referência nacional pela sua contribuição à maturação dos ecossistemas de inovação. O ELI Summit RS proporcionou interação, trocas de experiências e networking entre os diferentes polos gaúchos de inovação. A realização em Santa Maria teve um motivo especial: o InovaCentro conquistou, no ano passado, em Petrolina-PE, o título nacional que credenciou a cidade como sede da edição estadual. Esse feito não apenas reconheceu, mas também exaltou o nível de maturidade do ecossistema de inovação local, que se mostrou um dos mais dinâmicos e promissores do país. Trilha para negócios tradicionais: um case de impacto Durante o ELI Summit RS, um dos cases que recebeu destaque foi a trilha voltada para negócios tradicionais. A iniciativa demonstrou como a inovação pôde ser aplicada diretamente ao comércio e aos serviços, contribuindo para a modernização, competitividade e fortalecimento do comércio local. Esse movimento de aproximação entre empreendedores tradicionais e o ecossistema de inovação abriu novas perspectivas de desenvolvimento econômico sustentável. A Batalha de Startups: aprendizado, conexões e oportunidades Outro ponto alto da semana foi a Batalha de Startups, que empolgou o público e aproximou investidores do ambiente de inovação. A dinâmica não apenas permitiu que os participantes compreendessem de forma prática o que é uma startup, mas também apresentou soluções inovadoras que despertaram o interesse de potenciais investidores. A batalha cumpriu ainda um papel estratégico ao conectar empresas com alto potencial a investidores e parceiros, premiando startups em diferentes estágios de maturação. Essa integração reforçou o caráter dinâmico do ecossistema de inovação, gerando aprendizado, oportunidades de investimento e novas parcerias estratégicas. Santa Summit: terceira edição consolidou evento no calendário gaúcho A programação da Semana de Inovação culminou com o Santa Summit, que chegou à sua terceira edição consolidando-se como um dos maiores eventos de inovação do Rio Grande do Sul. Neste ano, as verticais abordadas incluíram Negócios, Turismo, Agronegócios, Saúde, Varejo e Indústria. O evento se projetou como uma vitrine de tendências e oportunidades para empresas, investidores e empreendedores, fortalecendo o papel de Santa Maria como polo de inovação. Com uma estrutura que valorizou o passado e apontou para o futuro, a Semana de Inovação reafirmou a posição de Santa Maria como referência no ecossistema gaúcho e deixou um legado de conexões, aprendizados e conquistas para toda a comunidade.
Semana Nacional do Trânsito: compromisso com a vida também em Santa Maria
De 18 a 25 de setembro, o Brasil volta sua atenção para um tema que nos envolve todos os dias, a segurança no trânsito. A Semana Nacional do Trânsito, instituída pelo Código de Trânsito Brasileiro, neste ano traz o lema “Desacelerar para salvar vidas”. Mais do que lembrar de regras e placas, a campanha nos convida a refletir sobre escolhas simples que podem evitar acidentes e preservar vidas. Em Santa Maria, os números mostram o tamanho do desafio. Somente em 2024, foram registrados mais de 730 acidentes em vias do perímetro urbano, com 890 vítimas e, infelizmente, 33 mortes. Quando olhamos para os últimos seis anos, os dados impressionam ainda mais: foram 4.564 acidentes, com 5.355 pessoas feridas e 158 vidas perdidas. Entre essas vítimas fatais, cerca de um terço eram pedestres, revelando o quanto precisamos de ruas mais seguras para quem caminha pela cidade. A Prefeitura, por meio da Secretaria de Mobilidade Urbana, vem reforçando ações importantes, como as operações Silêncio Urbano, Retorno e Sossego Público, que até julho deste ano já haviam abordado mais de 1,1 mil condutores. Além disso, blitzes educativas, reforço na sinalização e controladores de velocidade buscam tornar nossas vias mais seguras e organizadas. Essas iniciativas são fundamentais, mas sabemos que ainda há muito a fazer. Como vereador, acredito que um trânsito mais humano depende de três pilares: engenharia, fiscalização e educação. Precisamos de ruas bem planejadas, com redutores de velocidade, travessias seguras e iluminação adequada; de operações constantes contra infrações; e de campanhas educativas que alcancem motoristas, motociclistas, ciclistas e pedestres. E não podemos esquecer, a educação para o trânsito deve começar desde a infância. É nas escolas e dentro de casa que as crianças aprendem o valor de atravessar na faixa, usar o cinto de segurança e respeitar o próximo. Formar cidadãos conscientes desde cedo é a melhor maneira de construir um futuro com menos acidentes e mais respeito no trânsito. A Semana Nacional do Trânsito é um lembrete de que cada gesto importa: usar o cinto, respeitar a faixa, reduzir a velocidade, nunca misturar álcool e direção. Atitudes simples que custam pouco, mas que salvam vidas. Em Santa Maria, os números mostram que precisamos seguir firmes nesse compromisso coletivo. Contem comigo para lutar por políticas públicas que tornem nossa cidade cada vez mais segura e humana. Fort abraço!
Desenvolvimento regional: um compromisso coletivo
Por Valdir Oliveira Na última segunda-feira, 22 de setembro, tivemos a honra de instalar, na Câmara Municipal de Santa Maria, a Frente Parlamentar pelo Desenvolvimento Regional, iniciativa de minha autoria aprovada por unanimidade pelos vereadores. Esse colegiado nasce com a missão de ampliar o debate sobre políticas públicas voltadas ao crescimento econômico e social da região central do Rio Grande do Sul, reunindo lideranças locais, representantes de entidades e da sociedade civil. Acredito firmemente que desenvolvimento não é resultado de ações isoladas, mas de um esforço coletivo e articulado. Por isso, considero fundamental que tenhamos, em um mesmo espaço, a academia, o setor empresarial, as entidades representativas e o poder público discutindo, planejando e executando projetos capazes de transformar a realidade da nossa região. Durante a reunião de instalação, recebemos contribuições valiosas. A Associação de Desenvolvimento de Santa Maria (ADESM) esteve representada por Rossana Boeira, Evandro Behr e pelos diretores Pedrinho Saccol e Eduardo Biach, que reforçaram a importância de combater as assimetrias sociais e econômicas para além das fronteiras territoriais. Essa visão deixa claro que os problemas e as soluções para a região precisam ser tratados de forma integrada. Também estiveram presentes os professores Alejandro Ruiz, Fernando Pires e Vinícius da Rosa, do Laboratório de Mobilidade e Logística da UFSM, que apresentaram o projeto Titan, propondo a criação de um hub logístico em Santa Maria. A proposta mostra o quanto nossa cidade pode se consolidar como centro estratégico de integração de fluxos de mercadorias, gerando eficiência, alcance ampliado e novas oportunidades de crescimento. Ao projetar que uma solução logística dessa magnitude pode significar um salto expressivo no PIB e na arrecadação da região, os pesquisadores nos provocam a pensar grande e planejar com ousadia. O encontro também contou com a presença do empresário Júlio Kirchoff ,vice-presidente regional da FIERGS e de Ademir José da Costa, presidente do Sindilojas, que somaram suas contribuições ao debate. Essas lideranças reforçam que a união entre setor produtivo, academia e poder público é o caminho para o desenvolvimento sustentável e duradouro. Santa Maria e sua região central têm localização estratégica, uma universidade federal que é referência, entidades organizadas e lideranças dispostas a colaborar. Temos, portanto, condições reais de construir um futuro mais próspero. O que falta é articulação política permanente e projetos de longo prazo que superem o imediatismo da gestão pública tradicional. Com a Frente Parlamentar pelo Desenvolvimento Regional, queremos justamente abrir esse caminho. Mais do que um espaço de debate, ela deve se consolidar como um fórum permanente de integração, capaz de transformar ideias em projetos e projetos em ações concretas. O futuro da nossa região depende da nossa capacidade de pensar juntos, de agir coletivamente e de acreditar que desenvolvimento é, acima de tudo, um compromisso de todos.
A Fuga do Legislativo do Mundo Real
O Brasil vive um daqueles momentos em que a realidade parece ter sido escrita por um roteirista com um humor particularmente sombrio. Enquanto o cidadão comum se desdobra entre o preço no mercado e a fila do SUS, um espetáculo paralelo se desenrola em Brasília. O protagonista? O Poder Legislativo, a casa que deveria ser o espelho das ruas, mas que, parece habitar um planeta distante. A última cena dessa novela é foi a tentativa da PEC da Blindagem. Uma manobra tão transparente que beira o sarcasmo. É como ver alguém, diante de um incêndio, preocupado em aprovar uma lei que garanta que o extintor não possa ser usado em seu próprio quintal. O foco, claro, não é apagar o fogo, mas assegurar que as chamas não lambam as solas dos sapatos de quem deveria estar combatendo-o. E aqui chegamos ao cerne da questão, que muitos teimam em ignorar em meio ao cabo de guerra habitual. O grande mal crônico do Brasil não está necessariamente no Planalto ou no STF, está naquela cúpula que deveria ser o termômetro da nação: o Congresso Nacional. O problema é um legislativo que parece ter trocado a caneta pela celular, a lei pelo like, e o mundo real pelo mundo online. Os grandes debates nacionais, como a reforma tributária, a melhoria da educação são relegados a segundo plano e viram pano de fundo para a verdadeira arena: as redes sociais. O plenário virou um estúdio de gravação. Os discursos não são mais feitos para convencer pares ou construir consensos. São roteirizados para viralizar, para “lacrar”, para alimentar um feed de indignação seletiva. A métrica do sucesso deixou de ser uma lei aprovada que melhora a vida do povo e passou a ser o número de compartilhamentos e a adesão da própria bolha ideológica. É um teatro de sombras digitais. Enquanto isso, no mundo real (aquele onde você paga impostos, espera o ônibus e teme a violência) as urgentes reformas de base mofam em gavetas. A prioridade da casa não é legislar, é performar. Performar bravata, performar indignação, performar uma guerra contra outros poderes que, não por acaso, rende ótimos clipes para as redes. Critica-se o Executivo pela lentidão? Justo. Questiona-se o Judiciário por suas decisões? Legítimo. Mas quem é o poder que, por definição, deveria ser o motor das grandes mudanças? Quem tem a caneta para escrever as leis que de fato reformam um país? O Legislativo. E é justamente esse poder que, ao eleger a lacração como sua principal atividade, abdica de sua função essencial. O resultado é que o barco brasileiro navega em águas turbulentas com metade da tripulação mais preocupada em postar fotos do temporal do que em ajudar a bombear a água que entra no porão. A PEC da Blindagem é o símbolo máximo dessa inversão de valores: a preocupação maior não é com a eficiência do Estado para o povo, mas com a blindagem do Estado para si mesmo. No fim das contas, o cidadão fica à deriva, assistindo a esse reality show de custo bilionário, torcendo para que, um dia, os nossos representantes lembrem que a vida não é um story que some em 24 horas. Ela é dura, real e cobra, todos os dias, por atitudes que vão muito além de um simples “curtir”.
Fraude sem freio: o Estado abandonou a linha de frente dos aposentados
O Brasil está diante de uma operação silenciosa, mas devastadora, contra seus veteranos da vida: os aposentados. A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI do INSS) revelou um esquema que sangrou até R$ 6,3 bilhões em descontos indevidos nos benefícios de quem já serviu à Nação com décadas de trabalho. Segundo a Controladoria-Geral da União, 97% dos atingidos jamais autorizaram tais descontos. É como se a retaguarda tivesse sido deixada descoberta, permitindo que o inimigo avançasse sobre os mais vulneráveis.Sob a liderança do senador Carlos Viana (Podemos-MG) e do deputado Alfredo Gaspar (União-AL), a CPMI vem atuando como uma verdadeira tropa de choque. Aprovaram-se quebras de sigilo, decretou-se prisão em flagrante por falso testemunho e o Congresso está, neste exato momento, ouvindo o principal operador do esquema: o “Careca do INSS”, preso pela Polícia Federal após movimentar mais de R$ 50 milhões.Essa postura firme demonstra que o Parlamento, quando quer, pode marchar unido em defesa dos que não têm voz. É a demonstração de disciplina, hierarquia e comando que o Brasil precisa.O que permitiu o avanço desta fraude foram os chamados Acordos de Cooperação Técnica (ACTs), que abriram uma brecha na muralha do INSS. Foi por essa porta mal guardada que associações e sindicatos avançaram sobre o soldo dos aposentados. Em linguagem militar: a tropa estava vulnerável, sem barreiras, e o inimigo interno aproveitou para atacar.O INSS anunciou um programa de ressarcimento para quem sofreu descontos entre 2020 e 2025. Mas isso, por si só, não representa a vitória da batalha. Ressarcir sem punir é como recuar sem contra-ataque. É preciso prender os responsáveis, aplicar sanções exemplares e interditar as entidades envolvidas.Mais do que isso: precisamos erguer novas fortificações legais.Autorização biométrica e renovável para qualquer desconto.Extrato transparente e imediato como relatório de operações.Auditoria independente permanente para blindar o sistema contra infiltrações.O Brasil não pode deixar seus veteranos desguarnecidos. Quem trabalhou a vida inteira merece o respeito de uma retaguarda protegida. Permitir que aposentados sejam vítimas de um saque institucional é abandono de posto.A CPMI segue em marcha até março de 2026. Que seu relatório final seja não apenas um documento, mas um verdadeiro plano de operações, garantindo que nunca mais se repita a covardia de assaltar aqueles que deveriam estar em posição de descanso.Sem consentimento, não há desconto. Há confisco. E diante de confisco, a resposta deve ser firme, disciplinada e implacável. Cel. Vargas