No dia em que deveríamos celebrar com orgulho a Independência do Brasil, vimos uma cena que envergonha qualquer patriota: bandeiras dos Estados Unidos sendo erguidas nas ruas, no lugar do verde e amarelo da nossa pátria. Essa imagem grotesca, estimulada pela extrema-direita bolsonarista, revela de forma cristalina o que sempre denunciamos: eles não têm compromisso com o Brasil, mas sim com a submissão a potências estrangeiras.E a contradição salta aos olhos. Justamente os Estados Unidos, sob Donald Trump, impuseram um tarifaço de 50 % contra os produtos brasileiros — uma medida arbitrária, movida por revanchismo político e sem qualquer respaldo nos dados do comércio internacional. O tarifaço ameaça milhares de empregos, produtores rurais e a economia nacional. Mesmo assim, em pleno 7 de Setembro, os bolsonaristas resolveram homenagear a bandeira de quem nos ataca, de quem quer nos enfraquecer. Isso não é patriotismo. Isso é traição!Enquanto a extrema-direita ajoelha-se diante de Trump, o Governo Lula levanta a cabeça e age para defender o povo brasileiro. O presidente anunciou o Plano Brasil Soberano, que garante apoio econômico de R$ 30 bilhões e, sobretudo, transformou a crise em oportunidade: os produtos atingidos pelo tarifaço serão comprados pelo Estado brasileiro para abastecer escolas, hospitais, quartéis e para formar estoques estratégicos. Ou seja, aquilo que Trump quis usar para nos fragilizar vai virar política pública a serviço do povo, garantindo comida na mesa e dignidade nacional.É disso que se trata a luta política hoje: de um lado, um governo que age com coragem e responsabilidade, colocando a soberania e o povo em primeiro lugar. Do outro, uma oposição golpista, que prefere exibir bandeiras estrangeiras, bajular Trump e torcer contra o Brasil.O povo precisa ter clareza: a bandeira dos EUA não representa liberdade para nós, representa exploração. Nossa bandeira é verde, amarela, azul e branca, e não se curva diante de tarifaços nem de chantagens.No 7 de Setembro, o que vimos não foi independência, mas dependência vergonhosa dos que já venderam sua alma política ao estrangeiro. A esses, deixamos o recado: o Brasil não será colônia novamente!Com Lula no comando, reafirmamos a soberania, a dignidade e o compromisso com o povo trabalhador. E contra os que erguem bandeiras americanas , nós erguemos a bandeira do Brasil, da democracia e da justiça social. Helen Cabral (PT)Vereadora – Líder do Bloco de Oposição
Setembro Amarelo: um compromisso com a vida
O mês de setembro nos traz uma reflexão muito importante: a valorização da vida. O SetembroAmarelo é uma campanha mundial de conscientização sobre a prevenção do suicídio e daimportância do cuidado com a saúde mental. Como vereador e representante da comunidade deSanta Maria, sinto que também é meu dever contribuir para esse diálogo.Falar sobre suicídio ainda é considerado um tabu em muitos espaços. No entanto, acredito que osilêncio só aumenta o sofrimento de quem passa por momentos de dor. Precisamos aprender a trataresse tema com seriedade, empatia e acolhimento, mostrando que pedir ajuda é um gesto decoragem, nunca de fraqueza.Ao longo dos anos, percebi o quanto a informação pode salvar vidas. Muitas vezes, sinais de alertaestão presentes — como o isolamento, mudanças de comportamento e falas de desesperança — masnão são reconhecidos pelas pessoas ao redor. Precisamos estar atentos para identificar esses sinais eoferecer apoio antes que seja tarde.Acredito também que o poder público tem um papel fundamental nesse processo. Investir empolíticas de saúde mental, ampliar o acesso a atendimentos psicológicos e fortalecer a rede de apoiosão medidas urgentes e necessárias. Não basta falar sobre prevenção: é preciso garantir que existaatendimento para quem busca ajuda.Outro aspecto essencial é a escuta. Muitas pessoas deixam de procurar apoio por medo de seremjulgadas. Uma conversa sincera, um ouvido atento e uma palavra de incentivo podem fazer enormediferença na vida de quem sofre. Pequenos gestos de empatia podem ter grande impacto.É preciso lembrar que cuidar da saúde mental deve ser prioridade, assim como cuidar da saúdefísica. Incentivar hábitos saudáveis, fortalecer vínculos familiares e comunitários, além de promoverambientes de respeito, são caminhos para a valorização da vida.Neste Setembro Amarelo, deixo aqui meu compromisso em apoiar iniciativas que fortaleçam asaúde mental em Santa Maria. Acredito que juntos podemos construir uma cidade mais humana,solidária e acolhedora. Que este mês nos inspire a olhar com mais carinho para quem está ao nossolado e a lembrar que ninguém está sozinho.Adelar Vargas – BolinhaVereador
Reunião em Brasília para debater o futuro do Desenvolvimento de Santa Maria
Em um movimento necessário para a solução de um problema que vem prejudicando nossa cidade e região, levamos demandas importantes em uma de nossas reuniões de trabalho em Brasília para impulsionar o desenvolvimento regional. Após uma reunião de trabalho na Câmara Federal, o deputado federal Paulo Pimenta encabeçou uma importante reunião com o Comandante da Força Aérea Brasileira, Tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno. O encontro teve como pauta principal as demandas urgentes relacionadas ao Aeroporto Municipal de Santa Maria, visando a retomada e ampliação de sua capacidade operacional e estrutural. Durante a reunião, o deputado Paulo Pimenta apresentou um conjunto de reivindicações cruciais para a cidade e região. Entre os pontos discutidos, destacam-se a viabilização do retorno das operações de voos comerciais ligando Santa Maria a importantes centros como São Paulo e Campinas, pois, a conectividade aérea é vista como um fator essencial para o desenvolvimento econômico e turístico da região, facilitando o acesso e o intercâmbio. A continuidade das atividades do Aeroclube de Santa Maria foi outro tema abordado. O aeroclube desempenha um papel fundamental na formação de pilotos e na manutenção da cultura aeronáutica local, sendo vital para a comunidade e para o setor. A segurança pública também esteve em pauta, com a solicitação para a construção de um novo hangar destinado ao helicóptero da Brigada Militar, sendo uma infraestrutura essencial para o suporte às operações de segurança e emergência na região. O deputado Paulo Pimenta ressaltou seu comprometimento em buscar soluções efetivas em Brasília para essas demandas. Sua atuação tem sido fundamental na articulação com as esferas federais para garantir que as necessidades de Santa Maria sejam ouvidas e atendidas. Por sua vez, o Comandante da Força Aérea demonstrou grande receptividade às propostas, comprometendo-se a estudar a aplicação dessas melhorias e concessões em conjunto com o Governo Federal, sob a gestão do presidente Lula. A disposição em analisar as demandas e buscar a viabilidade das ações propostas reforça a importância da parceria entre o legislativo e as forças armadas para o progresso do país. A expectativa é que os desdobramentos dessa reunião tragam avanços significativos para o Aeroporto de Santa Maria, beneficiando diretamente a população local e impulsionando o desenvolvimento de toda a região central do Rio Grande do Sul. A união de esforços entre nosso mandato de vereador, o deputado Paulo Pimenta, a Força Aérea e Governo Federal, é um indicativo positivo de que as demandas apresentadas estão no caminho para se tornarem realidade. Logo estaremos em Brasília, juntamente com os poderes legislativo, executivo, reitores e reitoras das universidades, institutos federais, empresários e lideranças, para um único objetivo: a união pelo desenvolvimento de Santa Maria.
Movimento é aprendizado: a chave contra o sedentarismo infantil
Quem nunca viu uma criança desistir de brincar por que “não leva jeito”? Pode parecer algo simples, mas na verdade, esse tipo de experiência pode deixar marcas permanentes na sua relação com a atividade física. Hoje, cada vez mais, meninos e meninas crescem menos ativos, e isso tem consequências sérias para a saúde e qualidade de vida. Não se trata de falta de interesse, mas de uma dificuldade concreta. O sedentarismo infantil já preocupa médicos, educadores e famílias. À primeira vista, pode parecer apenas falta de vontade, mas não se trata somente disso, muitas vezes a causa está na falta de desenvolvimento das habilidades motoras básicas que impede ou dificulta se divertir em jogos, esportes, brincadeiras ou atividades físicas. Quando a criança não aprende desde cedo habilidades como correr, saltar, arremessar ou equilibrar-se, essas lacunas podem se transformar em barreiras. Sem confiança, ela evita participar das atividades, e perde a chance de aprender e sentir prazer no movimento. A boa notícia é que esse ciclo pode ser quebrado. Quanto mais cedo elas aprendem e experimentam diferentes movimentos, maiores são as chances de descobrirem prazer e confiança para participarem de esportes, brincadeiras e práticas corporais. Esse prazer em “saber fazer” e “fazer bem feito” podem ser um dos caminhos mais eficientes para combater o sedentarismo que tanto cresce na nossa sociedade. Segundo a Organização Mundial da Saúde, mais de 80% dos adolescentes, que frequentam escolas em todo o mundo, não cumpriram as recomendações atuais de pelo menos uma hora de atividade física por dia. Mas onde garantir esse aprendizado? A escola possui um papel fundamental, pois é o único espaço que chega a praticamente todas as crianças. No entanto, a Educação Física, que deveria ser central nesse processo, vem perdendo espaço. Muitas vezes, o pátio é pequeno, a quadra serve para várias turmas, e a carga horária da Educação Física é reduzida a uma ou duas aulas semanais. Mais do que uma disciplina, a Educação Física é um espaço de formação: oportunidade de criar hábitos saudáveis, desenvolver competências e despertar paixões que podem durar por toda a vida. Se queremos crianças e adolescentes mais ativos, precisamos investir no movimento desde cedo. Competência motora não é somente saber se movimentar; é sentir prazer em fazer. É a diferença entre evitar a bola e correr atrás dela com entusiasmo. Crianças que aprendem a se mover bem tendem a se tornar adultos mais ativos e saudáveis. Valorizar a Educação Física é valorizar o futuro: é dar às próximas gerações a chance real de crescerem saudáveis, ativos e felizes. Fernando CopettiProf. Titular do CEFD/UFSM
A moda como ferramenta de inclusão social
Pensar e fazer moda para além da estética é um desafio, pois ainda há visões limitadas sobre seu conceito que a limitam apenas ao estudo e descrição de vestimentas. No entanto, ao considerar que a moda é um sistema reflexo do contexto sociocultural em que o ser humano está inserido e que é totalmente influenciado pelos aspectos sociais, culturais, políticos, econômicos, tecnológicos, naturais, é preciso refletir sobre as pautas da atualidade, entre elas, a relação entre moda e a inclusão social. Em vista disso, parte-se do questionamento: como transformar realidades de seres humanos atípicos e com deficiências por meio do design de moda? Nesse cenário, destaca-se a extensão curricular universitária como uma parte indissociável do ensino de moda e das práticas pedagógicas. Olhar para as práticas extensionistas de moda como potência educativa e criativa de encontros sociais e culturais de diversos olhares, de acadêmicos e seres humanos com senso de propósito, com sensibilidade e afeto. Sendo assim, o curso de Design de Moda da UFN desenvolve projetos de moda inclusiva com a participação efetiva de comunidades santa-marienses, em especial, a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Santa Maria (APAE SM). Os projetos são organizados de forma teórico-prática e têm como objetivo desenvolver ações de promoção à inclusão social adequadas ao cenário de vida de indivíduos que possuem limitações, sejam elas físicas ou cognitivas. Um desses projetos é o de moda inclusiva infantil intitulado Brincando, que tem como objetivo central criar peças de vestuário com o propósito de simplificar o ato de vestir levando em conta não somente as necessidades físicas, mas sobretudo as necessidades psicológicas de cada criança atípica ou com deficiência, sem abrir mão da estética no desenvolvimento das vestimentas. A próxima edição do projeto está prevista para o final de outubro. Portanto, na área de design de moda é fundamental pensar em produtos de vestuário que contemplem requisitos ergonômicos para mentes e corpos diversos, pois as particularidades diferenciadas dos seres humanos devem fazer parte do vestir e ser estudadas ergonomicamente, de forma a contribuir com a melhora da qualidade de vida, bem como promover a inclusão social e a transformação de sua situação de vida através dos projetos de moda. Outro projeto é o Além das Cores, desenvolvido através do design social como agente transformador de realidades de pessoas com deficiência múltipla e intelectual. Projeto premiado no prêmio máximo de design do país na cidade de São Paulo, em 2023. Na edição passada, os estudantes de moda junto com os atendidos da APAE SM desenvolveram estampas manuais inspiradas na Vila Belga e produziram bolsas ecobags, as quais foram desfiladas e apresentadas em um evento aberto ao público no Mercado da Vila Belga. As estampas foram digitalizadas e podem ser aplicadas em diferentes produtos a fim de gerar renda por meio da economia criativa e solidária para a APAE. Em suma, entende-se que o desenvolvimento dos projetos promove a transformação social na vida de todos envolvidos, pois propicia uma ampliação do olhar sensível para os aspectos que vão além das técnicas e da estética da área da moda. Portanto, evidencia-se que o design de moda pode atuar na extensão como um agente transformador, inclusivo e humanizado, pois a moda inclusiva não se limita apenas à adaptação de peças e produtos para necessidades específicas, mas também abrange a expressão da individualidade e a valorização da autoestima dos seres humanos. Nesse sentido, os projetos de moda e inclusão social propõem ações desafiadoras e inovadoras e contribuem com abordagens acerca da importância da moda como uma ferramenta de inclusão social visando promover saúde, bem-estar e prazer aos sujeitos beneficiados. Professora Carol Colpo, responsável pelos projetos de moda e inclusão social: Brincando e Além das Cores
Parque dos Morros recebe atividades acadêmicas
O Parque Natural Municipal dos Morros foi utilizado no fim de semana por estudantes universitários em atividades de pesquisa e campo. As visitas, acompanhadas por servidores da Prefeitura, têm caráter exclusivamente acadêmico. Na sexta-feira (5), alunos da disciplina Engenharia e Sociedade, da UFSM, realizaram medições para projetos ligados ao Parque. Já no sábado (6), estudantes de Arquitetura e Urbanismo da Ulbra levantaram dados para o projeto Distrito Verde. Segundo a gestora das Unidades de Preservação, Amanda Flores, as ações fortalecem o uso educativo do espaço e a parceria entre universidades e poder público. Atualmente, as visitas só ocorrem a pé, já que as estradas foram danificadas pelas enchentes.
Diagnóstico aponta desafios e oportunidades do setor têxtil em Santa Maria
O Arranjo Produtivo Municipal Têxtil (APM Têxtil) apresentou nesta segunda-feira (8), na Estação Sicredi, um diagnóstico realizado com 15 empresas do setor em Santa Maria. O estudo, feito pelo Núcleo de Inovação e Competitividade (NIC/UFSM), mapeou pontos fortes, fraquezas e oportunidades para o desenvolvimento conjunto. Entre os principais desafios estão a falta de mão de obra qualificada, altos custos e baixo uso de planejamento estratégico. Apesar disso, o setor cresceu: desde 2023, as vendas para fora de Santa Maria aumentaram 93%, impulsionadas pelo uso de redes sociais. Segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico, Ronie Gabbi, em 2026 será implementado um programa de capacitação profissional em três níveis. Também já está disponível o Crédito Santa Maria Têxtil, com financiamentos de até R$ 21 mil para empreendedores.
Mais um condenado pela tragédia da Boate Kiss tem progressão de pena autorizada
Foto: Juliano Verardi/TJRS Ontem, segunda-feira (8), a Justiça do Rio Grande do Sul autorizou que Mauro Londero Hoffmann, um dos condenados pelo incêndio na Boate Kiss, passe a cumprir sua pena em regime semiaberto. A decisão veio após a redução da pena determinada pelo Tribunal de Justiça do estado (TJRS). Na última sexta-feira (5), outros três condenados (Elissandro Callegaro Spohr, Marcelo de Jesus dos Santos e Luciano Bonilha Leão) também tiveram a progressão de regime autorizada. As decisões foram tomadas pelo 1º Juizado da 2ª Vara de Execuções Criminais, após pedidos das defesas. A tragédia ocorreu em 27 de janeiro de 2013, em Santa Maria (RS), deixando 242 mortos e mais de 600 feridos durante um incêndio na boate. Recentemente, o TJRS manteve a validade do julgamento do júri, mas reduziu as penas dos quatro réus. Luciano e Marcelo tiveram suas penas fixadas em 11 anos de prisão. Elissandro e Mauro, em 12 anos. A decisão foi unânime entre os desembargadores da 1ª Câmara Especial Criminal. Apesar da redução, os magistrados mantiveram as condenações e os réus seguem presos. Ainda cabe recurso. A Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM) protestou contra a decisão com uma charge crítica ao Judiciário, instalada no canteiro de obras do memorial às vítimas. O desenho mostra uma figura ajoelhada com uma lápide da Boate Kiss nas mãos e um malhete, com a inscrição “TJRS”, cravado em suas costas.
Peso argentino cai 27% no ano e lidera perdas globais
O peso argentino é a moeda com pior desempenho de 2025, acumulando queda de 27,4% frente ao dólar até 8 de setembro, segundo levantamento da Elos Ayta. A desvalorização reflete inflação persistente, falta de confiança do mercado e dificuldades do governo Javier Milei em estabilizar a economia. Na véspera, a moeda perdeu mais de 4% após a derrota de Milei nas eleições legislativas em Buenos Aires — província que concentra 40% do eleitorado. O revés ampliou a pressão sobre ativos locais, já fragilizados por denúncias de corrupção envolvendo a irmã do presidente. Entre 27 moedas analisadas, apenas cinco registraram queda neste ano: peso argentino (-27,4%), lira turca (-14,35%), rúpia indiana (-2,84%), rúpia indonésia (-1,75%) e dólar de Hong Kong (-0,39%). Na direção oposta, o real brasileiro aparece entre as mais fortes, com valorização de 14,08% no período, atrás apenas do rublo russo (+33,99%), coroa sueca (+17,84%) e franco suíço (+15,19%).
A força dos eventos culturais e a importância do planejamento para Santa Maria
Por Sérgio Cechin Santa Maria tem, ao longo de sua história, se consolidado como um polo cultural do Rio Grande do Sul. Nossa cidade pulsa arte, dança, música e tradição, atraindo visitantes de todas as regiões e gerando oportunidades para os artistas locais, para o setor do turismo e para toda a economia. Cada evento realizado aqui carrega consigo não apenas a celebração da cultura, mas também a responsabilidade de movimentar a rede hoteleira, bares, restaurantes e o comércio em geral, impactando diretamente a vida de milhares de pessoas. Neste último final de semana, tivemos dois exemplos dessa força: o 29º Santa Maria em Dança, festival que se tornou referência nacional e é um dos maiores do Brasil, e o FestMirim, que valoriza nossa identidade tradicionalista e forma as novas gerações dentro da cultura gaúcha. São eventos que orgulham Santa Maria e que, por si só, já demandam uma grande estrutura e atenção especial do poder público. Contudo, precisamos refletir sobre um ponto crucial: a cidade não suporta a realização de dois grandes eventos simultaneamente. Quando sobrepomos datas de festivais dessa dimensão, corremos o risco de dividir público, enfraquecer o impacto econômico e cultural e prejudicar, inclusive, a experiência dos visitantes que nos prestigiam. É preciso que a Secretaria de Cultura e a Secretaria de Turismo trabalhem em conjunto, estabelecendo um calendário oficial de grandes eventos para o município. Essa organização permitirá dar prioridade às iniciativas mais antigas e tradicionais, como é o caso do Santa Maria em Dança, garantindo-lhes a preservação de suas datas históricas. Já os eventos mais recentes ou com maior flexibilidade devem ser readequados, de forma estratégica, para que cada um possa alcançar seu máximo potencial. Com planejamento e diálogo, todos ganham: a cidade, que se fortalece como destino cultural; a economia local, que se beneficia com maior fluxo turístico em diferentes épocas do ano; e, principalmente, os nossos artistas e produtores, que encontram condições mais justas e estruturadas para mostrar seu trabalho. Santa Maria tem vocação cultural e turística, mas essa vocação precisa ser potencializada com gestão responsável, calendário organizado e valorização da tradição. Só assim poderemos transformar cada evento em uma verdadeira vitrine daquilo que temos de melhor, sem sobreposição, mas sim com complementaridade. Esse é o caminho para que continuemos sendo reconhecidos como uma das capitais culturais do nosso Estado e do Brasil.