O governador Eduardo Leite (PSD) e a secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann, inauguraram nesta segunda-feira (1º) o novo angiógrafo do Hospital Santa Cruz, em Santa Cruz do Sul, na região dos Vales. Adquirido com investimento de R$ 3,9 milhões pelo programa Avançar Mais na Saúde, o equipamento já entrou em funcionamento e permitirá a retomada dos exames cardíacos no local, evitando que pacientes precisem se deslocar até Passo Fundo, a mais de 200 quilômetros de distância. A partir desta semana, serão realizados no hospital cerca de 59 exames mensais, entre angiografias, cateterismos e procedimentos eletrofisiológicos e endovasculares. A unidade atende pacientes de Santa Cruz do Sul e de outros 25 municípios da região. Durante o período em que o hospital esteve sem o equipamento, o governo assegurou que os pacientes fossem redirecionados a outras unidades para não ficarem desassistidos. Leite destacou a importância da entrega para a região e para o fortalecimento da rede de saúde pública. “É muito significativo ver este hospital, que é referência regional, receber um equipamento moderno que aumenta a capacidade de atendimento e reduz o tempo de recuperação dos pacientes. O Rio Grande do Sul saiu da fase de pagar contas e passou a oferecer soluções para o futuro, como este angiógrafo e como o SUS Gaúcho, que vai ajudar a reduzir filas em áreas críticas”, afirmou. A secretária Arita Bergmann ressaltou o impacto direto para os usuários do SUS. “Cada entrega como essa significa salvar vidas. O coração não espera quando dá sinais de que precisa de cuidado. O Hospital Santa Cruz poderá ampliar os atendimentos em cardiologia e continuar se destacando como referência na região”, disse. Além do angiógrafo, o hospital já recebeu outros R$ 4,4 milhões do Avançar Mais na Saúde, destinados à ampliação da UTI pediátrica e à compra de equipamentos, como uma torre de vídeo. O investimento total do Estado na instituição soma R$ 8,3 milhões. No Rio Grande do Sul, o programa já destinou R$ 1,16 bilhão para a saúde, dos quais R$ 213,7 milhões foram anunciados em agosto na nova fase. Foto: Maurício Tonetto/Secom
Eduardo Leite autoriza construção de pontes definitivas na RSC-287 em Santa Maria
O governador Eduardo Leite (PSD) assinou nesta segunda-feira (1º) a ordem de serviço para a construção das novas pontes do Arroio Grande, em Santa Maria, e do Arroio Barriga, entre Paraíso do Sul e Novo Cabrais. As intervenções fazem parte da reconstrução da RSC-287, duramente atingida pelas enchentes de 2024. O investimento total é de cerca de R$ 80 milhões. No Arroio Grande, serão erguidas duas pontes. A primeira, no sentido Porto Alegre–Santa Maria, terá 69 metros de extensão, contra 44 da antiga, será dois metros mais alta e terá acesso em pedras, garantindo maior resistência a eventos climáticos. Também está prevista a duplicação de 400 metros de pista em cada lado, somando 800 metros. A obra deve ser entregue em seis meses, até fevereiro de 2026, substituindo as pontes metálicas do Exército. Na sequência, será construída a segunda ponte do Arroio Grande, no local da estrutura que cedeu. Com dimensões semelhantes à primeira, a entrega está prevista para setembro de 2026, completando a duplicação do trecho com duas pontes definitivas e quatro pistas. Já no Arroio Barriga, a obra será diferente, a nova ponte será erguida no mesmo ponto da atual, aproveitando o desvio já existente ao lado. O investimento é de R$ 20 milhões, com prazo de seis meses e entrega também prevista para fevereiro de 2026. Durante a solenidade, Leite afirmou que as obras representam a força de reconstrução do Estado diante das tragédias climáticas. Além das intervenções, a concessionária Rota de Santa Maria segue com duplicações em Santa Cruz do Sul, Tabaí e prepara projetos para Mariante (Venâncio Aires) e Candelária. O governo também avalia antecipar a duplicação entre Santa Maria e Novo Cabrais, hoje prevista apenas para 2040 a 2042.
Inova Pampa: edital recebe inscrições para projetos que fomentem negócios sustentáveis relacionados ao bioma
Estão abertas as inscrições para a primeira edição do Inova Pampa, programa de pré-aceleração que integra o Inova Biomas e incentiva soluções voltadas à bioeconomia, realizado pelo Sebrae RS. A proposta é apoiar empreendedores e pesquisadores que estejam em fase inicial de desenvolvimento de projetos, oferecendo ferramentas para estruturar modelos de negócio, validar soluções e preparar as iniciativas para o mercado. Destinado a pessoas físicas e jurídicas, o programa apoia ideias e projetos que indiquem o uso sustentável da biodiversidade do bioma Pampa. A região se destaca por seu patrimônio natural e cultural, além do potencial produtivo agropecuário e da abundância de recursos naturais. Nesse cenário, o Inova Pampa surge como uma estratégia para conectar inovação e sustentabilidade, estimulando a criação de negócios capazes de gerar impacto positivo tanto no meio ambiente quanto na economia local. Em Santa Maria, no dia 8 de setembro ocorre um bootcamp de sensibilização e formação para o edital. Mais informações pelo: (55) 9 9691-1552. A expectativa é de que se encontrem projetos que transformem os recursos do bioma em propostas inovadoras e sustentáveis. Estão entre as áreas de interesse: agricultura regenerativa, reaproveitamento de resíduos, bioinsumos, turismo de base natural, alimentação, saúde, biotecnologia, energias renováveis e outros. Durante a jornada, os selecionados participarão de capacitações coletivas, mentorias individuais e atividades de conexão com o mercado, voltadas à viabilização e escalabilidade dos projetos. O cronograma prevê etapas importantes: o resultado preliminar será divulgado em 24 de setembro, com prazo para recursos até o dia 28. O resultado final sairá em 30 de setembro, e o período de desenvolvimento das propostas selecionadas ocorrerá entre outubro de 2025 e janeiro de 2026. As inscrições vão até 13 de setembro, com até 55 vagas disponíveis: https://programas.sebraestartups.com.br/in/inovapampa
Networking em territórios masculinos: os medos que ainda silenciam mulheres
Fazer networking nunca foi apenas sobre trocar cartões ou contatos no LinkedIn. É sobre criar vínculos, abrir portas e ocupar espaços. Mas, quando falamos em mulheres em ambientes predominantemente masculinos, essa prática ainda carrega barreiras invisíveis ,medos, inseguranças e silêncios que muitas vezes não aparecem à primeira vista, mas que marcam profundamente as trajetórias femininas. Muitas mulheres relatam que, ao entrar em uma sala cheia de homens, sentem um peso que não está escrito em lugar nenhum, mas está presente no ar. Esse peso vem de histórias que atravessam gerações: séculos em que a mulher foi ensinada a se calar, a esperar ser convidada e a duvidar do próprio valor. Esse legado se manifesta hoje em algo que a psicologia chama de síndrome do impostor, aquela voz interna que insiste em dizer que “você não é boa o suficiente”, “vai parecer intrometida” ou “não merece estar aqui”. Além disso, existe a falta de representatividade. Quando não vemos outras mulheres ocupando os mesmos lugares, a sensação de isolamento aumenta. É como se fosse preciso dobrar a força para ser ouvida, para ter credibilidade ou simplesmente para existir sem ser reduzida a estereótipos. Outro fator que alimenta a insegurança é o formato tradicional dos encontros de networking: muitas vezes organizados em horários e dinâmicas pouco pensados para a realidade feminina, seja pela sobrecarga de responsabilidades, seja por ambientes que reforçam códigos masculinos de comportamento,com uma energia masculino que cobra, exige e estimula a competição, e ainda nós mulheres somos impulsionadas a acreditar que empreender com resultados só pode ser se for assim. Mas é importante lembrar: esse medo não é sinal de fraqueza, e sim consequência de um contexto social que ainda está aprendendo a incluir verdadeiramente as mulheres. O desafio agora é transformar essa consciência em ação. Criar espaços de networking mais acolhedores, incentivar rodas de conversa seguras, promover a presença feminina em painéis e, principalmente, cultivar uma cultura em que as mulheres não precisem se moldar para caber, mas possam ser inteiras,possam ser verdadeiramente ouvidas. O futuro do networking não pode ser apenas sobre oportunidades de negócios. Precisa ser também sobre pertencimento. E, quando uma mulher sente que pertence, ela não apenas se conecta, ela transforma o ambiente e inspira outras a ocuparem ou acessarem esses lugares também. Com carinho Michi Milanni Terapeuta Sistêmica Empresarial e CEO do movimento Empreendedorismo e elas. @michi.milanni @empreendedorismoeelas
Autoestima e imagem: vestir-se como um ato de autocuidado
Muito além de estética, a moda é uma linguagem silenciosa que traduz quem somos ou, em alguns momentos, quem gostaríamos de ser. A roupa não é apenas tecido: ela carrega memórias, desejos, intenções e pode se tornar um poderoso instrumento de autocuidado e autoestima. Quantas vezes você não se sentiu diferente ao trocar de roupa? Um salto que altera a postura, um vestido que desperta confiança, uma cor que ilumina o rosto. Vestir-se é também um gesto de carinho consigo mesma, uma forma de se olhar no espelho e dizer: “Eu me reconheço, eu me valorizo.” O ato de escolher o que vestir pela manhã pode ser rotineiro, mas também pode ser terapêutico. Não se trata de vestir para os outros, mas de usar a moda a favor da sua imagem corporal. A peça certa pode destacar o que você ama em si mesma e, ao mesmo tempo, acolher aquilo que prefere disfarçar. É sobre conforto emocional e físico. Ao perceber que sua imagem comunica e impacta diretamente sua autopercepção, vestir-se deixa de ser obrigação e passa a ser um ritual diário de fortalecimento. Afinal, quando você se sente bem com o que vê no espelho, isso reverbera na postura, no humor e até na forma de se relacionar com o mundo. 3 reflexões para transformar o vestir em autocuidado: 1. O que essa roupa desperta em mim? Mais do que beleza, busque conexão emocional. 2. Estou me vestindo para caber em expectativas externas ou para me sentir bem? 3. Minha imagem de hoje reforça a versão de mim que quero cultivar? A moda, quando usada de forma consciente, é mais do que tendência. É identidade, é voz, é cuidado. Vestir-se bem não é vaidade: é um ato de amor-próprio.
O DOMICÍLIO COMO CENÁRIO TERAPÊUTICO
O cuidado em saúde não se restringe a hospitais ou consultórios. O domicílio, espaço íntimo e cotidiano, tem se consolidado como um cenário terapêutico de grande relevância. Nesse contexto, a visita domiciliar emerge como uma prática potente, capaz de aproximar o profissional da realidade concreta do paciente, fortalecendo vínculos, promovendo educação em saúde e oferecendo intervenções mais personalizadas e humanizadas. No domicílio, o profissional de saúde encontra o paciente em sua própria rotina, cercado por sua história, família e ambiente físico. Esse encontro favorece uma escuta sensível e um olhar integral, que considera não apenas a condição clínica, mas também fatores sociais, culturais e emocionais que interferem no processo saúde-doença. A observação direta das condições de vida como barreiras arquitetônicas, higiene, rede de apoio e grau de autonomia oferece subsídios valiosos para o planejamento do cuidado, tornando-o mais efetivo e adaptado às necessidades reais. Ferramenta terapêutica e educativa A visita domiciliar não é apenas assistencial, mas também educativa. Orientações sobre uso correto de medicamentos, prevenção de quedas, cuidados com lesões, manejo de doenças crônicas e incentivo ao autocuidado tornam-se mais claras e aplicáveis quando transmitidas no ambiente do paciente. Para além das orientações, a presença do professional de saúde no domicílio transmite segurança, acolhimento e pertencimento.O vínculo criado é terapêutico, especialmente no cuidado de pessoas idosas, que muitas vezes enfrentam solidão, fragilidade ou dependência. Pesquisas apontam que a visita domiciliar contribui para: •Redução de internações hospitalares desnecessárias;•Melhor adesão ao tratamento medicamentoso e não farmacológico;•Prevenção de complicações de doenças crônicas;•Apoio e orientação a cuidadores familiares;•Promoção da autonomia e da dignidade da pessoa cuidada. Dessa forma, a visita domiciliar vai além de uma prática pontual, consolidando-se como eixo estratégico de cuidado contínuo e integral. Enfim,o domicílio, como cenário terapêutico, ressignifica a prática do cuidado em saúde. Nele, ciência e sensibilidade se encontram, permitindo ao profissional compreender a vida em sua totalidade e oferecer intervenções que respeitam a singularidade de cada individuo. Para a enfermagem, esse é um espaço de expressão plena do cuidado integral, técnico, humano e transformador.
“O poder só é real enquanto os que obedecem acreditam nele”: reflexões sobre gaslighting e violência psicológica – Das relações familiares as relações trabalhistas
Gaslighting. A palavra vem do inglês e significa, em tradução livre, algo como “iluminação a gás” referência a uma peça teatral da década de 1930 em que um marido manipulava a esposa a ponto de fazê-la acreditar que estava perdendo a razão, enquanto ele diminuía, dia após dia, a intensidade das luzes da casa e negava que isso estivesse acontecendo. No português jurídico e psicológico, o termo é utilizado para designar uma prática de manipulação emocional em que o agressor faz a vítima duvidar de si mesma: da sua memória, de suas percepções, de suas convicções e até da própria sanidade. É a violência que não grita, mas sussurra; que não deixa marcas no corpo, mas mina lentamente a confiança e a autoestima. No início, pode parecer apenas uma frase ríspida ou uma crítica isolada : “você está exagerando”, “ninguém vai acreditar em você”, “sem mim você não é nada”. Porém, com a repetição, essas palavras constroem um ciclo silencioso de insegurança e dependência, em que a vítima passa a duvidar da própria realidade e se sentir cada vez mais impotente diante do agressor. Gaslighting é uma das formas mais cruéis e silenciosas de violência psicológica, justamente porque corrói a vítima de dentro para fora, abalando sua percepção da realidade, sua autoestima e sua capacidade de agir. No campo jurídico, esse tipo de violência tem ganhado relevância especial, não apenas em ações de família, mas também em demandas cíveis, criminais e até trabalhistas, uma vez que consiste em manipulação emocional constante, utilizada para desestabilizar e controlar. Hoje, no direito brasileiro, pode ser enquadrada como forma de violência psicológica, reconhecida expressamente pela Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006), que em seu artigo 7º, inciso II, define como tal qualquer conduta que cause dano emocional, diminuição da autoestima, que prejudique ou perturbe o pleno desenvolvimento da mulher, ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões. Na prática profissional, esse tipo de abuso é mais comum do que se imagina. Uma cliente, por exemplo, mãe com dois filhos pequenos, que desejava se divorciar após anos de desgaste, relatava ouvir repetidamente do marido frases como: “Se você se separar de mim, vai perder a guarda das crianças, porque você não trabalha” ou “Você vai sair sem nada, porque tudo está no meu nome”. Tais expressões, isoladas, poderiam parecer apenas discussões acaloradas, mas em um contexto de repetição constante, representam clara tentativa de fragilizar a vítima, fazendo-a acreditar que não tem direitos, que não tem força e que sua vida está irremediavelmente condicionada à presença do agressor. Esse é o coração do gaslighting: o agressor cria uma narrativa paralela em que a vítima começa a duvidar da própria capacidade, da própria memória, até mesmo de sua sanidade. Do ponto de vista psicológico, o gaslighting funciona como uma forma de despersonalização, em que a vítima é levada a acreditar que não é capaz de decidir por si mesma, ficando emocionalmente dependente do abusador. As consequências podem ser graves: depressão, ansiedade, crises de pânico e até o desenvolvimento de doenças psicossomáticas. A filosofia também nos ajuda a compreender esse processo: Simone de Beauvoir já alertava que a opressão não se dá apenas pela força, mas pela manipulação da consciência, pela interiorização de uma condição de submissão que passa a ser vista como natural. O gaslighting é justamente essa captura da subjetividade. É importante reconhecer, no entanto, que o gaslighting não acontece apenas dentro das famílias. Ele também está presente no ambiente de trabalho, onde empregadores ou superiores hierárquicos utilizam as mesmas técnicas de manipulação para enfraquecer seus subordinados. Nesse contexto, surgem frases como: “Você está com sorte de ainda ter este emprego”, “Se reclamar, tem uma fila querendo a sua vaga”, “Você nunca entrega nada direito, precisa se esforçar mais” , mesmo quando o trabalhador cumpre rigorosamente suas funções. Esse padrão reiterado desestabiliza o empregado, fazendo-o acreditar que é incompetente ou insuficiente, quando, na verdade, trata-se de um mecanismo de poder e controle. No Direito do Trabalho, tais condutas podem caracterizar assédio moral, ensejando reparação por danos morais (art. 223-C e seguintes da CLT), além de eventual rescisão indireta do contrato de trabalho, nos termos do art. 483 da CLT, por tornar insuportável a continuidade da relação empregatícia. No campo jurídico, reconhecer esse padrão de comportamento é fundamental. Quando a mulher, o trabalhador ou qualquer pessoa se depara com esse tipo de abuso, é necessário buscar apoio jurídico não apenas para garantir direitos em eventual divórcio, disputa de guarda ou rescisão de contrato de trabalho, mas também para assegurar medidas protetivas de urgência. A Lei Maria da Penha autoriza o juiz, diante de indícios de violência psicológica, a determinar o afastamento do agressor do lar, a proibição de contato e outras providências cautelares. Na esfera trabalhista, o Judiciário vem sendo cada vez mais sensível à necessidade de proteger a dignidade do empregado, reconhecendo o assédio moral como violação a direitos da personalidade. As ferramentas jurídicas disponíveis são diversas: registro de boletim de ocorrência, pedidos de medida protetiva, ações de indenização por danos morais, rescisão indireta de contrato de trabalho, utilização de gravações de mensagens, e-mails ou testemunhos que demonstrem o padrão de manipulação. No âmbito do direito civil, pode-se também questionar cláusulas patrimoniais quando houver prova de que foram impostas em contexto abusivo. E, em muitos casos, a simples presença de um advogado ao lado da vítima já devolve parte da segurança e da confiança que o agressor tentou roubar. É importante dizer que frases como “ninguém vai acreditar em você”, “você está ficando louca”, “eu sei o que é melhor para você e para as crianças”, “sem mim você não é nada” ou, no ambiente profissional, “você não serve para mais nada além deste trabalho” não são apenas brigas ou críticas, mas instrumentos de controle e dominação. Quando se repetem e formam um padrão, configuram violência psicológica. Como advogada, vejo constantemente mulheres e trabalhadores que chegam ao escritório acreditando que não têm direitos, que vão perder os filhos, que não conseguirão se sustentar, ou que não podem se opor ao empregador por medo de represálias e que
Esclerose Múltipla: Uma Sinfonia entre a Ciência e a Alma
A Esclerose Múltipla (EM) é uma condição que se conta de duas maneiras: a da medicina, que estuda os seus mecanismos no corpo, e a da vida, que se revela na força do espírito humano e na profundidade dos laços que nos unem. Entender a EM é escutar a música que nasce quando essas duas histórias se encontram. A Ciência Explicada: O que Acontece no Corpo De forma técnica, mas simples, a Esclerose Múltipla é uma doença crônica do sistema nervoso. Imagine que os nossos nervos são fios elétricos, e eles são revestidos por uma capa isolante chamada mielina. Na EM, o próprio sistema de defesa do corpo se confunde e começa a atacar essa capa protetora. Sem a mielina, os “fios” ficam expostos. Os sinais elétricos que carregam nossas sensações, movimentos e pensamentos não conseguem passar direito. É como um curto-circuito no sistema. Esses danos criam pequenas cicatrizes (chamadas de placas) no cérebro e na medula, o que leva aos mais variados sintomas. Quem é Afetado? Os Números e suas Histórias No mundo, mais de 2,8 milhões de pessoas dançam essa sinfonia. A EM não escolhe a todos igualmente: ela é mais comum em países de clima frio, mais distantes do Equador. A ciência acredita que a pouca exposição ao sol (e a consequente falta de vitamina D) seja uma peça importante nesse quebra-cabeça. No Brasil, estima-se que cerca de 40 mil pessoas vivam com EM. Esse número pode ser maior, pois cada vez mais os médicos aprendem a reconhecer a doença, e os exames estão mais precisos. A causa exata ainda é um mistério, mas sabemos que é uma combinação de fatores: A Melodia da Vida: A Jornada com o Coração Para além de todos os dados, a EM é uma visita inesperada. Ela chega com sinais sutis: um formigamento que não passa, uma vista que embaça de repente, um cansaço que vai muito além do físico e pesa na alma. Viver com EM é aprender a navegar um mar de incertezas. É acordar e ouvir o próprio corpo, celebrando os dias bons e encontrando coragem para descansar nos dias difíceis. É uma jornada de redescoberta, onde o corpo, antes tão familiar, se torna um companheiro com quem se precisa aprender a dialogar novamente, com paciência e gentileza. E é nessa paisagem de desafios que o amor se revela em sua forma mais pura. Ele se torna o farol na névoa, a mão estendida que oferece equilíbrio. É o amor que aprende a linguagem silenciosa da doença, que entende o cansaço que não aparece por fora e respeita os limites sem precisar de explicações. É o amor que se adapta, que se fortalece no “estou aqui” dito num simples olhar, no abraço que acalma a dor que os olhos não veem. O relacionamento se aprofunda, não apesar da EM, mas através dela, construindo uma fortaleza feita de carinho, paciência e uma admiração que só quem enfrenta batalhas juntos pode conhecer. A Esclerose Múltipla pode ditar o ritmo, impor pausas e mudar a música. Mas ela não pode silenciar o maestro. A verdadeira melodia é composta pela coragem de quem vive com ela e pela harmonia daqueles que escolhem amar e caminhar ao lado, transformando a jornada em uma canção inesquecível de resiliência e afeto.
O joelho dos nossos cães: um ligamento que vale ouro
Você sabia que o ligamento cruzado cranial (o “joelho” dos cães) é um dos campeões em dar dor de cabeça na ortopedia veterinária? Pois é. Quando ele se rompe, não é só o cachorro que manca — a carteira do tutor também sente. A maioria dos casos não acontece por uma “torçãozinha” boba durante a corrida, mas sim por um processo de degeneração lenta, que tem dois grandes vilões: o sobrepeso e a displasia coxofemoral. Traduzindo: aquele pet ” fofinho ” tem muito mais chance de acabar no meu consultório. E a prevenção? Não tem segredo, mas exige disciplina. Vamos aos mandamentos: Não dar escorregão de novela mexicana: pisos lisos são uma armadilha. Tapetes são seus melhores amigos. Escadas? Só com moderação: subir e descer constantemente sobrecarrega os joelhos. Melhor evitar. Peso certo, vida longa: controlar a dieta é, de longe, a medida mais importante. Lembre-se: cachorro redondinho não é sinônimo de cachorro saudável. Quando a ruptura acontece, o papo fica sério. As cirurgias corretivas não são baratas e, até o momento, o procedimento chamado TPLO (osteotomia de nivelamento do platô tibial) é considerado a “estrela da ortopedia canina”. Traz excelentes resultados, mas não substitui a boa e velha prevenção. Então, antes de pensar em gastar com próteses, placas e parafusos, invista em algo muito mais simples: atividade física moderada, alimentação equilibrada e cuidados com o ambiente. Seu cachorro vai correr feliz, você vai economizar, e eu (como ortopedista) vou ficar igualmente contente em ver pacientes saudáveis chegando apenas para um “oi”, e não para uma cirurgia. Afinal, o melhor jeito de cuidar do joelho do seu cão é não deixar ele virar caso de cirurgia.
Acampamento Farroupilha inicia com mais de 120 atrações gratuitas no Parque Harmonia
Foto: Gustavo Garbino/PMPA A 43ª edição do Acampamento Farroupilha começa nesta segunda-feira (1º), no Parque Harmonia, em Porto Alegre, e segue até 21 de setembro. A programação reúne mais de 120 atrações gratuitas, com shows de música, dança e poesia, além de apresentações de CTGs, declamadores, trovadores e chuleadores. As atividades se concentram em dois palcos: o Jayme Caetano Braun, que conta com estrutura 360º, e o Nico Fagundes. Entre os destaques já confirmados estão os grupos Tchê Barbaridade e Tchê Guri, além de nomes consagrados como Shana Müller, Pirisca Grecco, Nenito Sarturi e Jairo Lambari Fernandes. Também fazem parte da agenda a tradicional Missa Crioula e o espetáculo Romance da Tafona, programados para os dias 5 e 6 de setembro. Neste ano, o evento tem como tema Ondas curtas para uma história longa – O centenário de Darcy Fagundes e os 70 anos do Grande Rodeio Coringa. A abertura oficial será em 7 de setembro, marcada pela chegada e pelo acendimento da Chama Crioula, que permanecerá guarnecida até o encerramento do acampamento. Realizado pela Prefeitura de Porto Alegre em parceria com a GAM3 Parks, o Acampamento Farroupilha é considerado o maior evento tradicionalista do Estado, reunindo milhares de visitantes e mantendo viva a cultura gaúcha por meio da música, da arte e das manifestações populares.