Na última quinta-feira, participamos de uma reunião com o secretário Municipalde Habitação Wagner Bittencourt, e representantes das famílias que ocupam a áreado antigo Jockey Clube. Ainda em maio, na primeira reunião da Frente Parlamentarque criamos para tratar da situação dessas famílias, foi firmado um acordo quesuspendeu a ação de reintegração de posse da área. Na última reunião, asuspensão foi mantida. Além disso, ficou assegurada a disponibilização de moradia para as famílias quehoje ocupam o local , e que lutam para viver em condições mais dignas e demaneira regularizada. Se hoje essas trabalhadoras e esses trabalhadores ocupamaquela área – há muito abandonada pelo Poder Público – é porque não encontraramoutra alternativa a um aluguel que já não tinham mais condições de pagar. Como já destacamos em outro momento nesta coluna, o déficit habitacional noBrasil hoje, é de mais de 6 milhões de moradias, e entre aquelas famílias que vivemem casas ou apartamentos alugados, o comprometimento da renda mensal parapagar esse aluguel, é em média de 31%. Esses dados revelam que, ainda que seja um direito previsto na Constituição, amoradia ainda é um horizonte distante para as camadas mais vulneráveis do nossopovo. Inclusive, basta sair às ruas da cidade para ver cada vez mais pessoasdormindo sobre marquises mesmo nos dias de chuva intensa ou de frio rigoroso. A luta das famílias que ocupam a área do antigo Jockey Clube é um exemplode como a mobilização e a auto-organização popular são capazes de arrancarconquistas significativas. Da nossa parte, acreditamos que um mandato que sepropõe a defender os interesses do povo trabalhador, deve atuar como umaferramenta que ajude a impulsionar essa mobilização.
O Setembro Farroupilha é a grande oportunidade para transformar a força da nossa tradição em vendas
Setembro tem um significado especial para os gaúchos. É o mês em que a cultura rio-grandense pulsa mais forte, embalando a rotina das cidades com as cores da bandeira, o som das músicas nativistas, o cheiro do churrasco e o calor do chimarrão. Esse movimento, que ganha força nos festejos farroupilhas, não precisa se limitar aos piquetes e acampamentos. Ele pode — e deve — ser incorporado pelo comércio do Rio Grande do Sul como estratégia para transformar setembro no melhor mês de faturamento do ano. Não faltam referências de como festas e tradições podem se converter em motores econômicos. A Oktoberfest de Blumenau é um dos exemplos mais emblemáticos: além de preservar a identidade cultural germânica, ela estimula o consumo de cervejas artesanais, gastronomia típica e souvenires temáticos, movimentando a economia local e regional e atraindo turistas do Brasil inteiro. As festas juninas no Nordeste, por sua vez, transformam a venda de comidas típicas, decorações e roupas caipiras em uma onda de consumo que aquece o comércio em toda a região. A Festa do Peão de Barretos cria oportunidades para o agronegócio, vestuário country e entretenimento. Já a Festa de Parintins, no Amazonas, movimenta o artesanato, a hotelaria e o turismo, mostrando como a celebração de identidades culturais pode redefinir a economia local. Essas experiências mostram que a combinação de cultura e economia é um caminho viável e poderoso, capaz de transformar a realidade de regiões inteiras. Iniciada hoje, a campanha Ganha-Ganha Farroupilha tem potencial de se tornar um catalisador para esse movimento. Ao estimular o consumo local e premiar os clientes que compram no comércio gaúcho, a iniciativa contribui para aquecer as vendas e consolidar setembro como um período estratégico para lojistas e prestadores de serviços. Para que essa transformação aconteça, é fundamental que cada comerciante se aproprie dos elementos da nossa cultura e os leve para dentro de suas lojas. Pequenas atitudes podem despertar no consumidor o orgulho de ser gaúcho e criar um ambiente propício para as compras. Algumas ideias práticas incluem: Essas ações não apenas reforçam o vínculo emocional com os clientes, mas também diferenciam o comércio físico em uma época em que a experiência de compra precisa ir além do produto. O varejo físico enfrenta uma concorrência cada vez mais agressiva do comércio digital, especialmente dos grandes marketplaces nacionais e asiáticos. Permanecer na zona de conforto é abrir mão de competitividade e relevância. A hora de agir é agora: potencializar as vendas aproveitando a força da nossa tradição e transformando setembro em um marco anual de crescimento para o comércio gaúcho.
O silêncio das águas subterrâneas
Falar de meio ambiente costuma nos levar a imagens visíveis: rios transbordando, encostas desmoronando, florestas derrubadas. Mas há uma dimensão silenciosa, invisível aos olhos, que sustenta a vida e a economia de milhões de brasileiros: as águas subterrâneas. Sob nossos pés corre uma riqueza imensa, armazenada em aquíferos que garantem abastecimento humano, irrigação agrícola, indústrias e equilíbrio dos ecossistemas. Entre eles, o Aquífero Guarani, um dos maiores do mundo, estende-se por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai e sua maior porção está justamente no nosso território. No entanto, a abundância aparente não deve nos iludir. Assim como os rios de superfície, essas reservas não são infinitas nem estão livres das pressões humanas. O crescimento urbano desordenado, a expansão da agropecuária e a ausência de planejamento transformaram os lençóis freáticos em depósitos de resíduos invisíveis. Postos de combustíveis com tanques corroídos, cemitérios sem estudos geotécnicos, redes clandestinas de esgoto, áreas industriais contaminadas, tudo isso infiltra-se lentamente no solo e alcança os aquíferos, comprometendo uma água que levará décadas ou séculos para se regenerar. A poluição subterrânea é especialmente cruel porque não avisa. Diferente da espuma em um rio ou do mau cheiro de um córrego a céu aberto, ela se espalha de forma silenciosa. Quando chega às torneiras ou às irrigações, muitas vezes já é tarde demais: os custos para recuperar ou tratar são altíssimos, e os impactos na saúde pública tornam-se inevitáveis. É o risco invisível que compromete não só o presente, mas gerações futuras. No caso do Aquífero Guarani, a responsabilidade é ainda maior. Estamos falando de uma reserva estratégica que poderia garantir segurança hídrica para o Cone Sul em tempos de crise climática. Estiagens prolongadas, cada vez mais frequentes, tornam essa água subterrânea um recurso vital. Porém, ao mesmo tempo em que ela poderia ser nosso seguro contra a escassez, sua contaminação representaria uma perda irreparável, não apenas ambiental, mas geopolítica. O Brasil possui legislação para proteger essas áreas, como o Código Florestal e as Áreas de Preservação Permanente, que funcionam como zonas de recarga hídrica. No entanto, a realidade prática é outra: impermeabilização do solo nas cidades, supressão de vegetação nativa e falta de fiscalização comprometem justamente esses pontos de recarga. Sem mata, sem solo permeável, sem planejamento, não há aquífero que resista. A questão nos leva a um dilema central: queremos continuar tratando a água apenas como recurso a ser explorado ou como patrimônio comum a ser preservado? O investimento em saneamento básico, monitoramento de poços, licenciamento ambiental rigoroso e reflorestamento de áreas de recarga não é luxo, é sobrevivência. Ao negligenciar o invisível, estamos hipotecando nosso futuro. É urgente incluir as águas subterrâneas no debate público. Falamos muito dos rios que vemos transbordar, mas esquecemos que boa parte da água que bebemos, que irriga a comida que chega à mesa e que movimenta a economia vem debaixo da terra. O silêncio dessas águas não pode ser confundido com segurança. Pelo contrário, é um convite à vigilância. O Aquífero Guarani e tantos outros lençóis freáticos não gritam. Eles apenas registram, lentamente, nossas escolhas. Cabe a nós decidir se vamos deixar para as próximas gerações um manancial preservado ou um passivo ambiental invisível e irreversível. No fim, proteger o que não se vê é o maior teste da nossa responsabilidade coletiva. Porque, em se tratando da água subterrânea, quando a poluição se torna visível, já é tarde demais.
O complexo do “bolso alheio” na veterinária
Já reparou que médico humano não tem a menor cerimônia em pedir uma bateria de exames que, sozinhos, fariam inveja ao PIB de um pequeno município? Dor de cabeça? Ressonância. Tosse? Tomografia. Suspeita de unha encravada? Exame de sangue com 48 marcadores. O paciente engole seco e segue o baile. Afinal, “é pra saúde, doutor!”. Agora, observe um veterinário diante da mesma situação. Ele até sabe que o melhor para o bichinho seria um exame sofisticado, um tratamento de ponta, um protocolo digno da medicina de precisão. Mas o que acontece? Um receio quase freudiano toma conta: “E se o tutor achar caro? E se me acusarem de mercenário? Melhor indicar o básico…”. O resultado: o animal não recebe o que há de melhor, e o veterinário acumula gastrite e frustração. Esse fenômeno eu chamo de síndrome do bolso alheio. Uma espécie de empatia mal calibrada, em que o profissional decide, sem ser consultado, quanto o outro pode ou não pagar. O detalhe curioso é que o tutor, muitas vezes, estaria disposto a investir, mas nunca terá essa chance, já que a opção premium foi cortada na raiz, em nome de um paternalismo financeiro. Os médicos humanos, nesse ponto, dão uma lição de pragmatismo: não negociam com o diagnóstico. Indicam o que precisa ser feito. Quem decide sobre o bolso é o paciente (ou seu cartão de crédito). Parece frio? Talvez. Mas é eficaz. E aqui está a provocação: não seria mais honesto e até mais ético que o veterinário apresentasse todas as possibilidades, sem assumir a responsabilidade de “proteger” o tutor do preço? Afinal, o tutor pode reclamar, chorar, parcelar em 12 vezes… mas, no fim, ele agradece ter tido escolha. Enquanto isso, o gato segue tossindo, o cachorro mancando, e o veterinário filosofando: “melhor não sugerir, vai que assusta”. Talvez o que assuste de verdade seja perceber que, no fim das contas, o medo não é do bolso do tutor, mas do próprio julgamento.
Separação: quando sair de casa não significa estar, de fato, livre
Ele saiu da casa.Mas não saiu do papel.A separação aconteceu anos atrás.Ele seguiu a vida, casou de novo, construiu uma nova história.Ela, com medo de mexer no passado, preferiu deixar tudo como estava: o silêncio, a matrícula do imóvel, o nome dele na escritura.Às vezes parecia mais fácil fingir que não importava.Outras vezes, o coração pesava ao perceber que, no fundo, aquele vínculo continuava existindo.Não era mais amor.Era permanência.Enquanto o nome dele seguia atrelado ao endereço, uma parte dela permanecia presa.Presa não ao casamento em si, mas ao medo.Medo de cobrar.Medo de parecer interesseira ou ingrata.Medo de não saber por onde começar, de se perder em papéis, processos e cartórios.Mas chega um momento em que o silêncio começa a cobrar caro.E ela percebeu: uma vida nova merece papéis novos. Então decidiu.E ao buscar ajuda, descobriu que não se tratava apenas de patrimônio.Se tratava de respeito. De registro. De paz. Muitas pessoas acreditam que a separação acontece no momento em que um dos cônjuges deixa o lar conjugal. Mas, na prática, a vida real mostra que nem sempre é assim. É comum encontrar mulheres que já reconstruíram rotinas, recomeçaram relacionamentos e reorganizaram suas vidas, mas permanecem juridicamente atreladas ao ex-companheiro. Um exemplo frequente é o da matrícula de imóveis ainda em nome do casal, mesmo anos após a separação. À primeira vista, pode parecer apenas um detalhe burocrático. Na verdade, é um risco significativo, tanto do ponto de vista jurídico quanto financeiro. Porque enquanto a situação não está regularizada, a vida permanece vulnerável: Ele pode vender o imóvel sem o seu consentimento, em determinadas situações. Em caso de falecimento, os herdeiros dele podem reivindicar o bem. O imóvel pode ser penhorado para pagamento de dívidas que ele contraiu. Você pode enfrentar dificuldades para financiar, alugar ou reformar legalmente. Pode até perder o imóvel por abandono. E o mais doloroso: cada vez que olha para a matrícula, para o contrato ou para um boleto, sente que o passado continua ali, insistindo em ocupar um espaço que não deveria mais existir. Muitas mulheres adiam essa decisão por achar que será caro, burocrático ou conflituoso. Mas, na verdade, existem caminhos claros, e cada situação tem uma solução possível: Divórcio com partilha: se não foi feita na época da separação, ainda pode ser feita agora. Ação de adjudicação: quando o ex não colabora, é possível entrar com ação para garantir a transferência. Averbação no Registro de Imóveis: após a sentença, é essencial atualizar a matrícula. Inventário com regularização: se o ex já faleceu e ainda consta como proprietário, é preciso passar pelo inventário para proteger seus direitos. Esses vínculos invisíveis mantêm a vida presa ao passado e, muitas vezes, geram sofrimento emocional adicional, justamente quando o desejo é seguir em frente. Regularizar não é ganância. Não se trata de “tirar vantagem”. É um ato de proteção. É blindar o patrimônio, o nome e o CPF. É cuidar da própria paz e do futuro dos filhos. A separação só se completa quando deixa de ser apenas emocional e passa também a ser formalizada juridicamente. E essa formalização é o que garante que o recomeço seja seguro, estruturado e livre de armadilhas. Mais do que um procedimento jurídico, trata-se de um ato de amor-próprio: a coragem de fechar ciclos no papel para abrir novos capítulos na vida.
Primavera começa com neutralidade, mas risco de La Niña preocupa o RS
A primavera começou e, junto com ela, cresce a preocupação com o clima no Rio Grande do Sul. Essa é a estação em que normalmente se espera chuva abundante, com acumulados mensais que passam dos 180 milímetros no norte do Estado. Mas as previsões indicam que 2025 pode seguir um caminho diferente. O fenômeno climático El Niño/La Niña, que influencia diretamente o regime de chuvas no Brasil, está em situação de neutralidade. Ou seja, o oceano Pacífico Equatorial não apresenta, por enquanto, sinais claros de nenhum dos dois eventos. Ainda assim, os modelos climáticos projetam que, entre outubro e dezembro, há 50% de chance de retorno da La Niña. Esse cenário de incerteza preocupa meteorologistas, já que a La Niña costuma estar associada a estiagens prolongadas no Sul do Brasil. Mesmo sem uma definição clara do fenômeno, os modelos de chuva apontam para os próximos seis meses, de setembro de 2025 a fevereiro de 2026, probabilidade elevada de precipitação abaixo da média em quase todo o Estado, principalmente na primavera. Com a perspectiva de chuvas mais escassas, aumenta o risco de problemas para o abastecimento de água e para a agricultura, especialmente nas lavouras de verão, como soja e milho. Por isso, especialistas recomendam atenção e planejamento no uso e armazenamento da água, como forma de reduzir os impactos de uma possível estiagem. Dr. Daniel Caetano Santos Meteorologista da UFSM
Zucco e Leite despontam em pesquisa, esquerda gaúcha busca união, TRE-RS mantém mandatos de PDT e PSDB em SM – tudo isso e mais, você lê aqui!
A pesquisa Real Time Big Data, divulgada pela Record RS, mostra uma disputa equilibrada para o governo do Estado em 2026. Luciano Zucco (PL) aparece na frente, mas sem abrir grande distância. Ele é seguido de perto por Juliana Brizola (PDT), Edegar Pretto (PT) e Sebastião Melo (MDB), o que evidencia que o jogo ainda está aberto. O MDB, inclusive, segue dividido entre nomes, enquanto figuras como Paula Mascarenhas (PSDB) e Covatti Filho (PP) tentam se viabilizar. Cenário 1 – Governo do RS (estimulada): No Senado, o destaque é Eduardo Leite (PSD), que lidera com folga em um dos cenários. O governador aparece como o nome mais competitivo, reforçado pela boa avaliação de sua gestão. Outro ponto de atenção é Manuela D’Ávila, que mesmo sem partido surge como protagonista na disputa. A presença de políticos de diferentes espectros indica que a corrida ao Senado deve ser ainda mais fragmentada. Cenário 1 – Senado (estimulada): O levantamento também trouxe dados de aprovação do governo. Eduardo Leite mantém números consistentes, o que ajuda a explicar seu desempenho na disputa ao Senado. A aprovação em 64% mostra que, apesar das críticas, o governador ainda preserva capital político no Estado. Avaliação de Eduardo Leite: O levantamento foi realizado entre os dias 2 e 3 de setembro de 2025, com 1.200 entrevistas presenciais no Rio Grande do Sul. A margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%. A cena política gaúcha voltou a girar em torno de um velho dilema: a unidade das esquerdas. Nesta quinta-feira (4), na Casa Verso, em Porto Alegre, um encontro organizado pelo Instituto Novos Paradigmas, de Tarso Genro, reuniu pré-candidatos ao Piratini e ao Senado, além de lideranças de PT, PDT, PSOL e PSB. Juliana Brizola (PDT) e Edegar Pretto (PT) dividiram espaço com Manuela D’Ávila, ainda sem partido, mas com intenção de disputar o Senado, e Paulo Pimenta (PT). O consenso: a necessidade de convergência para evitar a vitória da extrema direita em 2026. Brizola falou em “sacrifícios” e garantiu que o PDT está disposto a construir a frente. Pretto reforçou que as derrotas recentes custaram caro ao Rio Grande do Sul, hoje incapaz de investir em áreas básicas, e que o diálogo é condição para um projeto comum. Já Pimenta apontou para o cenário nacional: segundo ele, a promessa de Tarcísio de Freitas de votar uma anistia é moeda de troca para manter o bolsonarismo unido, o que teria reflexo direto no tabuleiro gaúcho e poderia envolver até Eduardo Leite (PSD). Ao fim, a sensação foi de avanço, mas também de impasse. Conversar, todos admitem, é o primeiro passo. Transformar diálogo em unidade real, no entanto, segue sendo o maior desafio, e a esquerda gaúcha já não tem muito tempo a perder. Não dá para entender a ausência do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, na 48ª Expointer. Mesmo sem atender ao pedido dos produtores por uma renegociação ampla das dívidas, ele deveria ter vindo para explicar de peito aberto os motivos do governo, em vez de se esconder atrás de notas oficiais. Faltou dizer claramente por que o Planalto rejeita usar recursos do fundo do pré-sal, criado para a educação, no socorro ao campo. Não precisava participar da abertura. Bastaria circular antes, conversar com produtores e mostrar que se importa com um dos pilares da economia gaúcha. Vieram Paulo Teixeira e Edegar Pretto, ligados à agricultura familiar. Mas quem fala com os grandes produtores é Fávaro. E ele não apareceu. As disputas sobre mandatos das eleições municipais de 2024 em Santa Maria seguem vivas na Justiça. O Tribunal Regional Eleitoral do RS (TRE/RS) manteve, por unanimidade, decisões de primeira instância que consideraram improcedentes recursos sobre o cumprimento da cota de gênero em diferentes coligações. Entre os casos, estão os mandatos do vereador Luiz Fernando Lemos (PDT) e de três tucanos, Admar Pozzobom, Givago Ribeiro e Lorenzo Pichinin, que deverão chegar ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). No caso da Federação PSDB/Cidadania, a segunda suplente Renata Quartiero questionou a ausência de substituição da candidata falecida Fabiana D’Avila Rocha, alegando descumprimento do mínimo legal de 30% de mulheres. Para o advogado de Quartiero, Thiago Carrão, o acórdão abre um precedente ao tratar um falecimento como motivo para não recompor a cota, relativizando políticas públicas de inclusão e afetando a representatividade feminina no Legislativo. Situação similar ocorreu com o PDT, alvo de recurso do PL e do suplente Jader Maretoli, que contestaram a redução da chapa feminina para 27,78% após indeferimento e renúncia de candidatas. Apesar de contrariar o parecer do Ministério Público, a Justiça manteve os mandatos pedetistas. A análise política indica que o debate sobre a aplicação das cotas de gênero deve continuar no TSE, com impacto potencial na composição de futuras bancadas e na definição de precedentes sobre inclusão feminina na política municipal. O Centrão ameaça romper de vez com o governo Lula. PP e União Brasil, que agora atuam em federação, orientaram seus filiados a entregar todos os cargos que ocupam na administração federal, sob pena de sanções internas. A ordem, se levada adiante, atinge desde ministros até ocupantes de funções de baixo escalão, incluindo posições estratégicas como a presidência da Caixa, hoje sob indicação de Arthur Lira. Mesmo já integrando a máquina pública, os dois partidos nunca foram aliados totalmente confiáveis do Planalto e costumaram pressionar por mais espaço e recursos. O movimento atual pode ser lido como uma forma de aumentar o desgaste em torno da discussão da anistia, mas também abre caminho para consolidar um bloco oposicionista robusto no Congresso. Na prática, o gesto reforça a aproximação com Tarcísio de Freitas. O governador paulista, mesmo filiado ao Republicanos e dependente da bênção de Jair Bolsonaro, é visto por dirigentes de PP e União como a aposta para 2026. O PSD de Kassab também sinaliza apoio a esse projeto. Se confirmada a saída, o governo perde parte de sua sustentação institucional e vê crescer o poder de fogo da oposição, que se
Beleza de viver: desacelerar sem culpa
Desde cedo fui uma menina inquieta e criativa. Minha mãe costumava me chamar de inventadeira, porque estava sempre imaginando e criando algo novo. Foi dela também que recebi uma das lições mais valiosas: a importância de estudar, trabalhar e conquistar a independência. Segui esse caminho com determinação. Trabalhei desde muito jovem, ora nos empreendimentos da família, ora em estágios na minha área, sempre conciliando com a rotina dos estudos. Vieram a graduação, as especializações, o mestrado e até o início de um doutorado. Quanto mais mergulhava em cursos e formações em desenvolvimento pessoal, mais crescia em mim a necessidade de atingir metas cada vez mais altas. No tempo em que estive à frente do meu próprio negócio, estabelecia objetivos rigorosos – não apenas de faturamento, mas de excelência, de reconhecimento, de encantamento no atendimento. A busca pelo “mais” era constante: mais resultados, mais conquistas, mais visibilidade. Era como se o sucesso fosse medido apenas pela intensidade da minha agenda. Com a chegada dos 40 anos, uma chave silenciosamente virou dentro de mim. Já não havia a mesma energia para a correria sem fim. E, principalmente, coisas que antes faziam meu coração pulsar com entusiasmo começaram a dar lugar a outras, até então deixadas em segundo plano. A saúde passou a ter mais valor que apenas a aparência. A minha própria companhia, mais prazerosa que qualquer plateia. O tempo de qualidade, mais precioso que a pressa. E a família, mais importante que os compromissos sociais. Foi então que compreendi que ser bem-sucedida não é sinônimo de estar sempre ocupada ou sobrecarregada. E que sucesso não se resume à vida profissional – ele também está no equilíbrio, no cuidado com quem somos e com quem amamos. Mas, confesso: nem sempre é simples sustentar esse novo olhar. Há dias em que uma inquietação insiste em me visitar, como se desacelerar fosse um erro, como se parar fosse preguiça ou atraso. Vivemos em uma sociedade que nos cobra alta performance e resultados imediatos, e não raras vezes essa pressão nos faz duvidar das próprias escolhas. Ainda assim, sigo firme no meu propósito de buscar equilíbrio. Continuo estudando, empreendendo, evoluindo, mas sem abrir mão do essencial. Porque a vida é breve. E desacelerar não significa estagnar; significa dar espaço para sentir, apreciar e viver cada instante em sua grandiosidade. Desacelerar não é desistir da vida – é permitir-se senti-la em plenitude. Com alma, beleza e propósito, Mariane Verardi
Do risco à solução: o protagonismo que Santa Maria precisa assumir
Setembro chegou, e com ele deixamos para trás o período mais crítico das chuvas no Rio Grande do Sul. Ainda assim, Santa Maria voltou a sentir os impactos das mudanças climáticas neste ano, o que nos lembra de que não estamos imunes a novos eventos extremos. É fato que escapamos de catástrofes maiores muito mais por sorte do que por ações estruturadas de prevenção. Isso exige de nós uma reflexão séria: até quando vamos depender da sorte? Precisamos transformar conhecimento em planejamento e planejamento em ação. Santa Maria tem uma vocação natural para liderar esse debate. Somos uma cidade universitária, um polo de produção científica e intelectual que diariamente gera estudos e propostas para enfrentar problemas reais. Mas é preciso aproximar esse conhecimento da sociedade e da política, criando espaços de diálogo que nos ajudem a pensar soluções coletivas e duradouras. Sendo assim, reafirmo meu compromisso de manter o tema das mudanças climáticas no centro da discussão pública. Mais do que acompanhar um debate global, precisamos consolidar nossa cidade e nossa região como referências em sustentabilidade e cooperação. Só assim garantiremos um futuro mais seguro e justo para todos.
Expointer debate inovação e parcerias estratégicas no agronegócio da região central
A 46ª Expointer abriu espaço, nesta sexta-feira (5), para discutir inovação e desenvolvimento no campo. O painel “Inovação e Sustentabilidade no Agro: parcerias que impulsionam o desenvolvimento na região Central” reuniu representantes do setor público e especialistas em Esteio e destacou soluções tecnológicas e institucionais para fortalecer as cadeias produtivas gaúchas. O debate foi promovido pelas secretarias de Inovação, Ciência e Tecnologia (SICT), de Desenvolvimento Rural (SDR), de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) e pela Emater/RS-Ascar. Entre os painelistas, o gerente regional da Emater/RS-Ascar de Santa Maria, Guilherme Passamani, ressaltou a importância das parcerias institucionais, especialmente a integração com a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Para ele, a cooperação é fundamental para aproximar a pesquisa acadêmica da realidade do produtor rural. “Nosso objetivo é que a pesquisa chegue ao campo com qualidade e na linguagem do agricultor”, afirmou Passamani. O dirigente também destacou o papel dos extensionistas na assistência técnica e social, voltada à sustentabilidade dos processos produtivos e à inserção de novas tecnologias. Ele citou políticas públicas em andamento, como os programas Irriga+RS e ABC+RS, além de iniciativas de crédito de carbono, irrigação e o programa Terra Forte, que busca maior resiliência climática. Durante o encontro, a Emater/RS-Ascar apresentou, ainda, seu Planejamento Estratégico 2025-2035, que estabelece como prioridades a segurança alimentar, a valorização do meio rural e o fortalecimento das relações institucionais. Por: Camille Moraes Foto: Divulgação Emater Regional de Santa Maria