Foto: Ronald Mendes/Divulgação Nos últimos dias, Santa Maria recebeu o Santa Summit, um evento que trouxe diferentes palestrantes e experiências. Foi bonito ver a movimentação da cidade e o quanto isso fortalece a nossa cidade,mas também me trouxe uma reflexão: Quantos talentos já temos aqui, pertinho de nós, que também merecem palco? Quantas vozes femininas, empreendedores locais e histórias inspiradoras poderiam estar brilhando nesses espaços? E aqui vem um ponto importante: não basta apenas dar palco, é preciso também que nós, como comunidade, estejamos dispostos a ocupar a plateia. Muitas vezes, valorizamos o que vem de fora e esquecemos de prestigiar quem está aqui, todos os dias, construindo com dedicação o nosso comércio, a nossa economia e o nosso futuro. Quando escolhemos aplaudir quem é da nossa cidade, estamos não apenas fortalecendo essas pessoas, mas nutrindo a nossa própria terra. Estamos dizendo: “acreditamos em você, acreditamos em nós”. Santa Maria tem mulheres e homens incríveis e de alta qualidade liderando negócios, inspirando equipes e movimentando a economia local. Tem homens e mulheres comprometidos em empreender com propósito, enfrentando desafios diários com coragem. Eles merecem luz, palco e plateia cheia. Fica então o convite: que possamos olhar para dentro e perceber a grandeza que já habita aqui. Porque quando a gente reconhece e apoia os nossos, toda a cidade cresce junto. Para crescer fora é preciso ser forte e honrar as minhas raizes.
Santa-marienses lideram maior congresso de Endocrinologia da América Latina
Fotos: Divulgação Gramado sediou, entre os dias 3 e 6 de setembro, a edição 2025 do Congresso Brasileiro de Atualização em Endocrinologia e Metabologia (CBAEM), que registrou recorde de público e se consolidou como o maior evento da especialidade na América Latina. Mais de 3,5 mil profissionais participaram da programação, que teve ingressos esgotados e reuniu palestrantes do Brasil e de outros países, como Estados Unidos, Canadá, Portugal, Chile, Argentina e Colômbia. O destaque para Santa Maria foi a presença de Mateus Dornelles Severo, médico endocrinologista e presidente do congresso, e da publicitária Diâmela Porto Gindri, responsável pela comunicação do evento. O casal liderou a organização e apostou em estratégias de inovação que marcaram esta edição. Entre as novidades estiveram a série de aulas online “Esquenta CBAEM”, disponibilizada gratuitamente antes do encontro, a criação do mascote Xirú – um quero-quero que simboliza a identidade gaúcha –, e a arena científica silenciosa, que permitiu palestras em paralelo à programação principal dentro da área de exposição. Além da programação científica, o evento contou com atrações culturais, como o show de abertura com a personagem Dra. Rosângela Terapeuta e o show de encerramento com a banda Papas da Língua, que celebrou os 75 anos da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM). A cobertura digital também se destacou. Segundo a organização, conteúdos em tempo real nas redes sociais ultrapassaram 1 milhão de visualizações no Instagram, ampliando o alcance do congresso para além do público presencial. Com recorde de inscritos e forte presença digital, o CBAEM 2025 reforçou o protagonismo de Santa Maria na ciência e na comunicação, com Mateus Severo e Diâmela Gindri à frente de uma edição que deve servir de referência para os próximos encontros da área. Para mais informações, consulte: https://cbaem2025.com.br https://www.instagram.com/cbaem2025gramado Por: Camille Moraes
COP Região Central: ciência, política e futuro
Santa Maria já sentiu de perto os impactos das mudanças climáticas. No ano passado, vivemos episódios trágicos; neste ano, em menor grau, mas ainda significativo, enfrentamos enchentes, estiagens e eventos extremos que colocaram em risco famílias, comunidades e setores inteiros da nossa economia. Esses fatos nos lembram que o problema não é distante nem abstrato: está aqui, batendo à nossa porta, ano após ano. Foi com essa preocupação que protocolei, na Câmara de Vereadores, o projeto de lei que institui a COP Região Central RS, a ser realizada anualmente em Santa Maria, na mesma semana da Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas (COP), promovida pela ONU. Esse alinhamento estratégico permitirá que aproveitemos o momento em que as atenções do mundo estarão voltadas para o tema, criando condições para que Santa Maria receba autoridades, pesquisadores, palestrantes e referências nacionais e internacionais. Um movimento que potencializa a relevância do nosso evento e coloca a região no mapa das discussões climáticas globais. Ontem, durante a sessão da Câmara de Vereadores, com a aprovação dos colegas da Mesa Diretora, o projeto teve andamento na Casa. Esse apoio demonstra que a pauta climática vem sendo tratada com a seriedade e a urgência que o momento exige, acima de interesses individuais, como um compromisso coletivo com o futuro de Santa Maria e da Região Central. A proposta nasce de uma vocação natural: somos uma cidade universitária, polo de produção científica e inovação, com milhares de estudantes, professores e pesquisadores que produzem soluções todos os dias. Mais do que acompanhar o debate global, Santa Maria tem condições de assumir protagonismo regional, irradiando soluções que fortaleçam a educação ambiental, valorizem a agricultura familiar, o setor produtivo e a cooperação entre municípios. A crise climática exige cooperação, visão de futuro e coragem política. Este projeto coloca Santa Maria na linha de frente desse movimento, garantindo que ciência e democracia caminhem juntas na defesa da vida e do meio ambiente.
PALESTINA LIVRE – DO RIO AO MAR
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva marcou presença na Conferência Internacional para a Solução Pacífica da Questão Palestina e a Implementação da Solução de Dois Estados, um evento de alta relevância global que busca endereçar um dos conflitos mais persistentes e complexos da história contemporânea. Realizada em Nova York, a conferência reuniu líderes e diplomatas de diversas nações, copresidida pela França e pela Arábia Saudita, com o objetivo de reavivar o diálogo e buscar caminhos concretos para a paz na região. O discurso de Lula, carregado de um tom crítico e propositivo, ressoou como um apelo veemente à comunidade internacional para que se mobilize em prol de uma solução justa e duradoura, enfatizando a necessidade de se corrigir assimetrias históricas e garantir o direito à autodeterminação do povo palestino. Lula iniciou seu discurso rememorando a origem da questão palestina, que remonta à adoção do Plano de Partilha pela Assembleia Geral da ONU há 78 anos. Ele destacou que, embora a perspectiva de dois Estados tenha nascido naquele momento, apenas um se materializou, criando uma assimetria fundamental que persiste até hoje. O presidente brasileiro não poupou críticas ao multilateralismo e, em particular, ao Conselho de Segurança da ONU, que, segundo ele, tem sido sabotado pela ‘tirania do veto’. Essa ineficácia, na visão de Lula, impede que a organização cumpra sua missão primordial de evitar atrocidades e garantir a paz global. A vocação universal da ONU também é questionada ao bloquear a admissão plena de um Estado palestino, cuja criação, ironicamente, deriva da própria autoridade da Assembleia Geral. O presidente Lula abordou a desestruturação dos três pilares fundamentais de um Estado – território, população e governo – no caso palestino. Ele questionou a viabilidade de um território diante de uma ocupação ilegal que se expande com novos assentamentos, a manutenção de uma população frente à limpeza étnica em curso em Gaza, e a construção de um governo sem o empoderamento da Autoridade Palestina. De forma contundente, Lula afirmou que a situação em Gaza não pode ser descrita de outra forma senão como genocídio, citando a Comissão de Inquérito sobre os Territórios Palestinos Ocupados. Essa declaração levou o Brasil a se tornar parte do caso apresentado pela África do Sul à Corte Internacional de Justiça. Lula foi enfático ao condenar os atos terroristas cometidos pelo Hamas, classificando-os como inaceitáveis. No entanto, ele ressaltou que o direito de defesa de Israel não autoriza a matança indiscriminada de civis. O presidente brasileiro destacou a desproporcionalidade da resposta, mencionando o número alarmante de crianças mortas ou mutiladas (mais de cinquenta mil), a destruição de 90% dos lares palestinos e o uso da fome como arma de guerra. Ele enfatizou a gravidade da situação humanitária, com meio milhão de palestinos sem comida suficiente, e a crueldade de alvejar pessoas famintas em busca de ajuda. Para Lula, o que ocorre em Gaza não é apenas o extermínio do povo palestino, mas uma tentativa de aniquilamento de seu sonho de nação. Cada vida palestina ceifada é uma cicatriz na consciência da humanidade, um lembrete doloroso da urgência de um cessar-fogo imediato e incondicional, e da necessidade premente de que a comunidade internacional se una para exigir o reconhecimento pleno do Estado Palestino, garantindo a dignidade e o futuro de um povo que há décadas clama por justiça e paz. Reafirmando a posição de que tanto Israel quanto a Palestina têm o direito de existir, Lula defendeu que a efetivação do Estado palestino é crucial para corrigir a assimetria que compromete o diálogo e obstrui a paz. Ele saudou os países que reconheceram a Palestina, incluindo o Brasil em 2010, e destacou que a maioria dos membros da ONU já o fez. O Brasil, sob sua liderança, comprometeu-se a reforçar o controle sobre importações de assentamentos ilegais na Cisjordânia e a manter suspensas as exportações de material de defesa que possam ser usados em crimes contra a humanidade e genocídio. Diante da omissão do Conselho de Segurança, Lula defendeu que a Assembleia Geral precisa exercer sua responsabilidade, apoiando a criação de um órgão inspirado no Comitê Especial contra o Apartheid. Tal comitê teve um papel central no fim do regime de segregação racial sul-africano, e um mecanismo similar poderia ser fundamental para assegurar o direito de autodeterminação da Palestina, um ato de justiça que restituiria a força do multilateralismo e o sentido coletivo de humanidade. Neste cenário de complexidade e sofrimento, a voz do presidente Luiz Inácio Lula da Silva emerge como um farol de esperança e um exemplo de liderança global. Sua coragem em denunciar as injustiças, sua defesa intransigente dos direitos humanos e sua visão de um mundo mais equitativo e pacífico reafirmam seu papel como um estadista de projeção internacional. Ao se posicionar firmemente pela paz e pela justiça na questão palestina, Lula não apenas honra a tradição diplomática brasileira, mas também inspira outras nações a se levantarem em defesa dos princípios que regem a coexistência pacífica e o respeito à soberania dos povos. Sua atuação demonstra que, mesmo diante dos maiores desafios, a diplomacia e a humanidade podem e devem prevalecer. Palestina Livre! Do Rio ao Mar!
A PEC das Prerrogativas: como a proposta ameaça a justiça e o combate à corrupção no Brasil
No artigo de hoje abordo um tema que, infelizmente, ganha cada vez mais destaque no cenário nacional: a aprovação, na Câmara dos Deputados, da chamada PEC da Blindagem, ou PEC das Prerrogativas. Em meu papel como Vereador, entendo a importância de me comunicar de forma transparente e séria com a população, e é por isso que lamento a aprovação deste texto, que pode minar a credibilidade de nossas instituições e a luta contra a impunidade. A Proposta de Emenda à Constituição, especificamente aos artigos 53 e 102 da Carta Magna, é um projeto que altera as regras para a investigação e o julgamento de deputados federais e senadores. Em essência, ela busca criar uma “super proteção” para os parlamentares, dificultando que a Justiça, especialmente o Supremo Tribunal Federal (STF), possa conduzir investigações e ações penais contra eles. Os pontos mais críticos da PEC são: – Necessidade de autorização para processo criminal: A proposta exige que o STF peça uma autorização prévia da Câmara ou do Senado para iniciar um processo criminal contra um parlamentar. O texto inclui a possibilidade de voto secreto para essa decisão, o que, na minha visão, prejudica a transparência. – Limitação de medidas cautelares: A PEC restringe a aplicação de medidas cautelares, como a busca e apreensão ou a quebra de sigilo, que só poderão ser expedidas pelo STF, e não por instâncias inferiores da Justiça. – Prisão em flagrante: A proposta limita a prisão de um parlamentar apenas aos casos de flagrante de crime inafiançável. Mesmo nesses casos, a prisão deve ser submetida à apreciação da respectiva Casa Legislativa em até 24 horas, que pode decidir mantê-la ou não, também por meio de voto secreto. Para entender a gravidade da situação, é fundamental relembrar o cenário atual antes da aprovação da PEC na Câmara. Hoje, a Constituição permite que o STF abra investigações e inicie processos criminais contra parlamentares sem a necessidade de uma autorização prévia do Congresso. O único poder que a Casa Legislativa tem é o de suspender uma ação penal já em curso na Suprema Corte. A PEC, se aprovada, representa um grave retrocesso a um modelo que já existiu no Brasil. De 1988 a 2001, o Congresso tinha o poder de autorizar ou não o andamento de processos criminais contra seus membros. Durante este período, a licença para processar parlamentares foi concedida pouquíssimas vezes, reforçando a percepção de que essa regra criava um ambiente de impunidade. A derrubada dessa norma em 2001 foi um passo importante para aprimorar a transparência e a responsabilidade na política brasileira. Se a PEC da Blindagem for aprovada no Senado, os reflexos serão sentidos em toda a sociedade. A principal consequência é o enfraquecimento do combate à corrupção e à criminalidade. A proposta cria um muro de proteção ao redor do Congresso, dificultando a ação da Justiça e enviando uma mensagem de que alguns cidadãos estão acima da lei. Isso fere o princípio de isonomia, que estabelece que todos são iguais perante a lei, e compromete a confiança da população nas instituições. Em tempos de crescente polarização e desconfiança nas instituições públicas, a aprovação de uma PEC como esta é um desserviço à democracia. A luta por um Brasil mais justo e igualitário passa, necessariamente, pelo fortalecimento de nossas instituições, não por sua blindagem. A proposta agora segue para ser analisada no Senado Federal. É fundamental que os senadores atuem com a seriedade e a responsabilidade que o momento exige, rejeitando o texto e reafirmando o compromisso com a ética e a transparência. A PEC, para ser promulgada, precisa da aprovação de três quintos dos votos dos senadores, em dois turnos. Isso significa que a batalha ainda não está perdida, mas exige a mobilização e a vigilância de todos.
Prefeitura de Santa Cruz do Sul entrega escrituras a 31 famílias
Na manhã de sexta-feira (19), 31 famílias de diferentes bairros de Santa Cruz do Sul receberam das mãos do prefeito Sérgio Ivan Moraes e de autoridades municipais as escrituras públicas de seus imóveis. A cerimônia, realizada no Palacinho, reuniu representantes da Prefeitura, vereadores, integrantes do Registro de Imóveis, do Tabelionato Trentin e os beneficiados pelo programa. A iniciativa faz parte do Programa de Regularização Fundiária de Interesse Social, previsto na Lei Municipal nº 9.285, que busca garantir segurança jurídica e dignidade a famílias de baixa renda por meio da titulação de lotes urbanizados. Foram contempladas famílias residentes nos loteamentos Nova Esperança, Vila União e Vila Boa Esperança, no Bairro Santa Vitória; Mãe de Deus, no Bairro Santuário; Eucaliptos e Nova Morada, no Bairro Progresso; Beckemkamp, no Bairro Carlota; e Chácara Torrano, no Bairro Faxinal Menino Deus. Durante os discursos, o secretário de Habitação, Andrei Barboza, e o prefeito Sérgio Moraes reforçaram que a entrega de escrituras representa mais do que a formalização de um documento: é a consolidação do direito à moradia e a valorização da comunidade. Imagem: Évelin Nyland
Prefeitura e IFFar fortalecem diálogo para ampliar projetos conjuntos
Na tarde desta segunda-feira (22), a vice-prefeita Lúcia Madruga e a secretária de Educação, Gisele Bauer, participaram de uma reunião com a reitora do Instituto Federal Farroupilha (IFFar), Nídia Heringer, em Santa Maria. O encontro teve como objetivo aprofundar a parceria já existente entre o Município e a instituição de ensino, especialmente no programa de Educação de Jovens e Adultos Profissionalizante (EJA EPT), que alia formação escolar e qualificação para o mercado de trabalho. Durante a conversa, foram apresentadas propostas de novas iniciativas que podem contribuir tanto para a área da Educação quanto para o Desenvolvimento do município. A ideia é avaliar possibilidades de cooperação em diferentes frentes, fortalecendo o vínculo entre poder público e instituição de ensino superior. Além das autoridades, também estiveram presentes integrantes das secretarias de Educação e de Desenvolvimento Econômico e Inovação, bem como representantes da gestão do IFFar, reforçando a construção coletiva das futuras ações. Imagem: Prefeitura de Santa Maria
EMAET realiza 1ª Feira da Primavera neste sábado (27)
A Escola Municipal de Artes Eduardo Trevisan promove neste sábado (27), das 13h às 18h, a primeira edição da Feira da Primavera. O evento, gratuito e aberto ao público, terá venda de artes e comidas, desfile à fantasia, jogos, música e dança na sede da escola (Rua Silva Jardim, 2.141). A programação será dividida em dois momentos: das 13h30 às 15h30 para o público infanto-juvenil e das 15h30 às 18h para os adultos.
São Frei Pio: Fé, Milagres e Inspiração para Santa Maria
Por Sérgio Cechin Em tempos em que a fé e a esperança se tornam pilares fundamentais para enfrentar os desafios da vida, recordar a trajetória de São Frei Pio é também relembrar que a espiritualidade é força transformadora e caminho de consolo. Nascido como Francesco Forgione, em 1887, na pequena Pietrelcina, na Itália, Frei Pio ingressou ainda jovem na Ordem dos Frades Capuchinhos e dedicou toda sua vida ao serviço do próximo, carregando como marcas visíveis de sua fé os estigmas de Cristo. Reconhecido por dons espirituais que atravessaram fronteiras, a confissão como cura da alma, a oração como elo profundo com Deus e os inúmeros relatos de milagres –, Frei Pio tornou-se um dos santos mais amados do século XX. Sua canonização pelo Papa João Paulo II, em 2002, foi apenas a confirmação oficial de uma devoção que já pulsava no coração de milhões. Frei Pio nos deixou a mensagem clara de que a fé não se resume à teoria: é ação, é entrega, é compaixão concreta com os que sofrem. Em Santa Maria, essa devoção encontrou terreno fértil. Nossa cidade, marcada pela religiosidade e pela força comunitária, celebra a memória deste santo como exemplo de humildade e perseverança. As missas em sua homenagem não são apenas atos de fé, mas encontros de esperança, onde cada fiel deposita diante de Frei Pio suas dores, seus agradecimentos e seus pedidos. Como homem público, mas também como cristão, acredito que homenagear São Frei Pio é reconhecer nele um guia espiritual que inspira não só os religiosos, mas todos aqueles que acreditam no bem comum, na solidariedade e na importância de caminhar juntos. Que Frei Pio continue iluminando Santa Maria, abençoando nossas famílias e reforçando em nós a coragem de viver segundo os princípios da fé, da caridade e do amor ao próximo. Em sua simplicidade, Frei Pio nos ensinou uma verdade eterna: “Reze, espere e não se preocupe. A preocupação não serve para nada. Deus é misericordioso e ouvirá sua oração.” Hoje, que sua presença espiritual ecoa entre nós, prestamos nossa homenagem a esse santo tão querido, pedindo que sua intercessão continue sendo farol para nosso povo. Com fé e gratidão,Sérgio Cechin
Santa Maria não pode conviver com essa violência: um chamado à ação
Por Vereador Rudys Nas últimas semanas, Santa Maria foi colocada diante de uma dura e alarmante realidade. Segundo o mais recente Anuário Brasileiro de Segurança Pública, nosso município figura entre as 50 cidades mais violentas do Brasil em relação aos casos de estupro, ocupando a 34ª posição, com uma taxa de 68,7 casos para cada 100 mil habitantes. Esse número não é apenas uma estatística fria. É um grito. É dor. É trauma. São vidas despedaçadas. São mulheres e muitas vezes meninas que tiveram sua dignidade violada da forma mais brutal possível. Esse dado revela um problema estrutural, cultural e histórico, que insiste em se perpetuar e que precisa ser enfrentado com seriedade e urgência. O que mais nos assusta é que a maioria desses crimes não é cometida por desconhecidos. Não são agressores encapuzados em becos escuros, como muitos imaginam. São maridos. Ex-companheiros. Pais. Colegas. Pessoas do convívio das vítimas, que deveriam protegê-las e não feri-las. De janeiro a agosto deste ano, 20 inquéritos por estupro foram abertos em Santa Maria. Ainda que esse número represente uma leve redução em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram 34, está longe de ser aceitável. E sabemos que a subnotificação é gigantesca: para cada denúncia feita, ao menos quatro casos permanecem invisíveis — sufocados por medo, vergonha, dependência emocional ou ausência de acolhimento. Esse silêncio que se impõe às vítimas é, muitas vezes, tão cruel quanto a própria violência. E ele só beneficia os agressores. Por isso, romper esse ciclo é uma missão coletiva e inadiável. Desde o início do meu mandato, faço da defesa dos direitos das mulheres uma das principais causas que norteiam meu trabalho. Não se trata apenas de uma pauta política ou institucional. Trata-se de uma convicção ética, humana e social. Foi com esse compromisso que apresentei e tive a honra de ver aprovada a Lei nº 6.707/2022, que tornou obrigatória a fixação de placas com o número do Disque Denúncia 180 em todos os banheiros femininos de bares, casas noturnas, restaurantes e estabelecimentos similares em Santa Maria. Essa lei é fruto do diálogo direto com as mulheres da cidade, e representa uma ação concreta para ampliar o acesso à informação e aos canais de ajuda. Mas é preciso ir além das leis. É necessário garantir orçamento, estrutura, formação e uma escuta humanizada às vítimas. Precisamos fortalecer as instituições que, mesmo com recursos limitados, fazem um trabalho essencial: a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM), a Patrulha Maria da Penha, os Centros de Referência da Mulher e tantas outras iniciativas que acolhem, orientam e lutam diariamente contra essa realidade. A todas as profissionais envolvidas nessa luta delegadas, psicólogas, assistentes sociais, educadoras, ativistas , expresso aqui meu profundo respeito e gratidão. Vocês são pilares dessa resistência. Ainda assim, essa responsabilidade não pode recair apenas sobre elas. Trata-se de um compromisso coletivo. Por isso, lanço este chamado: à Câmara Municipal, ao Executivo, às escolas, universidades, igrejas, lideranças comunitárias, empresas e famílias. Todos temos o dever de construir uma cidade segura e justa para as mulheres. Uma cidade que promova respeito, liberdade e dignidade. É urgente falar sobre consentimento, sobre direitos, sobre igualdade. Precisamos educar desde cedo e garantir que as mulheres que decidirem denunciar encontrem acolhimento, proteção e justiça. Enquanto houver uma mulher sendo violentada em Santa Maria, nenhuma de nós homens ou mulheres poderá se considerar verdadeiramente segura. O combate à violência sexual deve estar no centro das políticas públicas, da educação, da cultura e das relações sociais. Meu gabinete permanece de portas abertas, disposto a ouvir, propor, construir e executar ações concretas em defesa das mulheres da nossa cidade. Essa será sempre uma das lutas mais urgentes, inadiáveis e inegociáveis do nosso mandato. Santa Maria não pode naturalizar estatísticas que envergonham e machucam. A resposta precisa ser firme, clara e corajosa. E ela começa com cada um de nós.
