Há um vazio que não para de crescer. Um déficit invisível, mas sentido na pele, no olhar, no silêncio que se instala quando mais precisaríamos de voz. A falta crônica de empatia, o colapso da compaixão, a normalização do absurdo, tudo isso se resume no termo que ouvi esses dias que é o “déficit de humanidade”. Vivemos dias em que certas frases, antes impensáveis, agora ecoam como lugar-comum: “Imigrante vem roubar emprego”, “Bandido bom é bandido morto”, “Lacração”, “Mulher no lugar dela”, “Criança mimada demais”. E, enquanto o ódio se disfarça de opinião, a violência se banaliza. Nem os animais escapam, são tratados como objetos e descartados como lixo. O que nos aconteceu? Quando deixamos de enxergar o outro como um igual? Quando o diferente virou ameaça, e não riqueza? Quando a dor alheia passou a ser apenas “mimimi”? A tecnologia nos aproximou de quem está longe, mas nos afastou de quem está ao lado. Compartilhamos memes, mas não dividimos o pão. Debates viraram combates, e as redes sociais, campos de batalha onde a única regra é “destruir o oponente”. Não importa se é um refugiado em busca de sobrevivência, uma mãe solo lutando pelo sustento, um jovem LGBT expulso de casa ou um idoso esquecido no asilo. Há sempre alguém pronto a julgar, a condenar, a apontar o dedo e nunca para estender a mão. O mundo está doente. Não de vírus, mas de indiferença. E o remédio não está na ciência, e sim no espelho. Precisamos nos perguntar, todos os dias: Que mundo estamos construindo?Um onde crianças têm medo de brincar na rua, onde mulheres calculam rotas para não serem assediadas, onde negros ainda carregam o peso da história, onde ser quem você é é um ato de coragem? Não dá mais para normalizar o inaceitável. Não dá para achar que “sempre foi assim” e seguir em frente. Humanidade não é um dado adquirido, é uma escolha. E, hoje, estamos escolhendo mal. Onde vamos parar? Depende de nós. Ainda há tempo de reabastecer o estoque de empatia, de ouvir mais e gritar menos, de olhar nos olhos e reconhecer: ali também habita um ser humano. Antes que o déficit nos consuma por completo, é hora de fechar a conta do ódio e reabrir a da esperança. Porque um mundo sem humanidade não é mundo, é um deserto. E nós estamos morrendo de sede.
UFSM Cachoeira do Sul sediará encontro estadual sobre mudanças climáticas em novembro
Entre os dias 5 e 7 de novembro, a cidade de Cachoeira do Sul será palco de uma discussão essencial para o futuro do Rio Grande do Sul: o 3º Workshop Gaúcho de Mudanças Climáticas (WGClima). A terceira edição do evento reunirá pesquisadores, estudantes, gestores públicos e representantes da sociedade civil no campus da UFSM para debater estratégias de enfrentamento à crise climática no estado. Com edições anteriores realizadas na FURG e na UFPel, o WGClima se consolida como uma iniciativa itinerante voltada ao diálogo entre ciência e sociedade. Em 2025, a proposta é expandir esse intercâmbio por meio de oficinas, mesas-redondas, apresentações científicas e atividades voltadas à educação, inovação e políticas públicas sustentáveis. Até 17 de agosto, interessados podem submeter trabalhos científicos dentro de seis eixos temáticos — que vão da biodiversidade às cidades resilientes, passando por educação climática, saúde e justiça ambiental. Os resumos aprovados serão apresentados em formato de pôster digital, com possibilidade de exposição oral e publicação em revistas acadêmicas. O evento já conta com apoio financeiro do Crea-RS e da Fapergs, obtido por meio de editais voltados à popularização da ciência e da inovação. A comissão organizadora também busca novos apoios para fortalecer a estrutura e ampliar o alcance das atividades. A programação completa será divulgada em breve no site oficial e no perfil do Instagram @wgclima2025, onde também estão disponíveis as orientações para inscrição e submissão de trabalhos. Foto: Marcos Oliveira/UFSM/Divulgação
Agosto Lilás e a Responsabilidade Coletiva na Proteção dos Direitos das Mulheres
Agosto é o mês dedicado à conscientização e ao combate da violência contra a mulher, que nasce para marcar a importância da Lei Maria da Penha, sancionada em 7 de agosto de 2006, tornando-se um marco legal fundamental para a proteção das mulheres no Brasil. Esta campanha nacional tem o objetivo de informar nossa população sobre os diferentes tipos de violência – física, psicológica, sexual, moral e patrimonial – e fortalecer a rede de apoio e proteção às vítimas. É um trabalho que exige o envolvimento de toda a sociedade, promovendo ações educativas, preventivas e de mobilização social. Em meus dois mandatos na Câmara de Santa Maria, tenho me dedicado intensamente a esta causa, apresentando projetos de lei que visam ampliar a proteção às mulheres em situação de vulnerabilidade. Acredito profundamente que a política local tem o poder de transformar vidas, e por isso trabalho na criação de programas de apoio psicológico e jurídico, além de iniciativas para fortalecer nossa rede municipal de atendimento às vítimas de violência doméstica. Além de ações, que visam promover campanhas de sensibilização e à articulação com órgãos públicos para garantir que as mulheres tenham acesso efetivo aos serviços de denúncia e acolhimento. A responsabilidade coletiva é o pilar fundamental para a proteção efetiva dos direitos das mulheres. Cada cidadão e cidadã tem um papel importante nesta luta: desde reconhecer os sinais de violência em nosso entorno até quebrar o silêncio diante de situações de agressão. A proteção das mulheres não pode ser responsabilidade apenas das vítimas ou das autoridades – ela precisa ser uma causa de toda a comunidade. Isso significa que vizinhos, familiares, colegas de trabalho e amigos devem estar preparados para oferecer apoio, orientação e, quando necessário, buscar ajuda especializada. A denúncia é um ato de cidadania e coragem, e todos nós devemos conhecer os canais disponíveis, como o Disque 180, o contato de whatsapp da Procuradoria Especial da Mulher de Santa Maria +55 55 9691-6747, as delegacias especializadas e os centros de referência. Empresas também têm papel crucial ao implementar políticas de proteção às trabalhadoras, oferecendo licenças especiais para mulheres em situação de violência e criando ambientes seguros de trabalho. Escolas e universidades devem promover educação sobre igualdade de gênero e respeito, formando cidadãos conscientes desde cedo. A sociedade civil organizada, através de ONGs, coletivos e movimentos sociais, fortalece essa rede de proteção, oferecendo acolhimento especializado e pressionando por políticas públicas mais efetivas. A imprensa e as redes sociais podem amplificar as vozes das mulheres e educar a população sobre a gravidade do problema. Estas ações são essenciais para rompermos o ciclo da violência, oferecendo suporte integral às mulheres e promovendo sua autonomia. Acredito que meu mandato, aliado também às ações desenvolvidas pela Procuradoria Especial da Mulher- órgão institucional da casa legislativa na qual sou atualmente responsável, exemplifica como a atuação política local pode contribuir para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária, onde o respeito aos direitos humanos seja sempre nossa prioridade. Somente através da responsabilidade coletiva conseguiremos criar uma rede de proteção verdadeiramente efetiva. Quando cada pessoa e entidades se comprometem a ser parte da solução, construímos uma sociedade onde a violência contra a mulher não encontra espaço para existir. Juntas e juntos, podemos transformar realidades e garantir que nenhuma mulher sofra em silêncio.
Causa animal ganha reforço com novo fundo estadual
Estive em Porto Alegre no dia 1º de julho para acompanhar a assinatura do Projeto de Lei que seráencaminhado à Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, propondo a criação do FundoEstadual do Bem-Estar Animal.Essa iniciativa representa um avanço significativo nas políticas públicas voltadas à proteção e aocuidado dos animais em nosso estado.O principal objetivo do projeto é permitir que os municípios gaúchos desenvolvam suas própriaslegislações para instituir o Fundo Municipal do Bem-Estar Animal. Com isso, cada cidade poderáacessar, de forma estruturada e contínua, os recursos disponibilizados pelo Governo do Estado parainvestir na causa animal.Esses recursos poderão ser aplicados em diversas ações essenciais, como: Além dos repasses estaduais, o Fundo poderá contar com recursos de outras fontes, como oMinistério Público, emendas parlamentares e doações. Essa flexibilidade amplia a capacidade deinvestimento dos municípios e fortalece a execução de políticas públicas de forma descentralizada.O projeto visa oferecer suporte técnico e financeiro para que os municípios possam desenvolverprogramas eficazes de proteção, controle populacional e promoção do bem-estar animal,garantindo mais dignidade e qualidade de vida aos animais em situação de vulnerabilidade.A criação do Fundo Estadual do Bem-Estar Animal é um marco para o Rio Grande do Sul ereforça nosso compromisso com uma política pública permanente, orientada pelo cuidado, respeitoe proteção aos animais em todas as regiões do estado. Adelar Vargas – BolinhaVereador
Decreto do Prefeito é Golpe Contra os Servidores e a Educação Pública
Enquanto discursava sobre diálogo e prometia respeito, o prefeito Rodrigo Décimo (PSDB) preparava pelas sombras um verdadeiro ataque ao funcionalismo público municipal. No dia 29 de julho de 2025, exatamente durante uma reunião com representantes do Sinprosm, o prefeito assinava o Decreto Executivo nº 79 — sem mencionar uma palavra sequer sobre a medida que, no mesmo instante, impunha duras restrições à categoria. Um gesto calculado, traiçoeiro e profundamente desrespeitoso com os professores, professoras e demais servidores públicos.Não foi apenas a forma covarde com que o decreto foi publicado, em pleno recesso escolar e à revelia do processo de negociação em curso, que chocou a comunidade escolar. O conteúdo da medida é um pacote de arrocho orçamentário que congela por 90 dias reajustes salariais, suspende concursos, horas extras, viagens, contratos e até a compra de materiais permanentes. Uma paralisia planejada da máquina pública, que ameaça diretamente a qualidade dos serviços oferecidos à população.A justificativa da gestão gira em torno do déficit previdenciário, que é, sim, uma realidade preocupante. Mas não se pode permitir que esse desafio seja usado como desculpa para empurrar a conta da má gestão sobre os ombros dos servidores públicos. O discurso do prefeito tenta mascarar a gravidade da medida: ele fala em “modelo orçamentário sustentável”, mas o que vemos é a centralização autoritária das decisões e a chantagem institucional ao atrelar reajustes à aprovação de uma reforma da previdência.Essa forma de governar, à base de decretos autoritários e ausência de diálogo real, não condiz com o que se espera de uma administração pública responsável e democrática. Governar exige transparência, planejamento e respeito às categorias que sustentam os serviços públicos — especialmente os profissionais da educação, que seguem sendo desvalorizados mesmo diante de sua importância inquestionável.Os impactos do decreto não serão apenas administrativos. A supressão de horas extras e a proibição de novas contratações vão sobrecarregar equipes já reduzidas, provocar desmotivação e comprometer o atendimento à população. É ilusório imaginar que saúde, educação e assistência social sairão ilesas de um congelamento tão amplo. É um projeto de desmonte silencioso, travestido de equilíbrio fiscal.Ao invés de reconhecer a dedicação dos servidores e construir soluções compartilhadas, o governo Rodrigo Décimo prefere empunhar o autoritarismo como resposta à crise. Mais uma vez, o funcionalismo é tratado como culpado, e a educação pública como um problema a ser contido.Eu, reafirmo o meu compromisso com o serviço público, com a valorização dos trabalhadores e trabalhadoras e com a construção de uma cidade que trate com respeito aqueles que cuidam da nossa população. Não aceitaremos retrocessos. Estaremos ao lado dos servidores e servidoras, resistindo a mais esse ataque e lutando por uma gestão verdadeiramente comprometida com o bem comum. Por Helen Cabral (PT) – Líder do Bloco de Oposição
Enquanto o brasileiro aperta o cinto, governo Lula gasta alto com viagens
O governo Lula já gastou mais de R$ 1 bilhão com passagens e diárias somente no primeiro semestre de 2025. Esse montante é o maior já registrado desde o início da série histórica, em 2011. É um número alarmante e, mais do que isso, preocupante. Enquanto o governo voa alto com os gastos, o brasileiro aperta o cinto. A cifra inclui passagens aéreas, diárias e outros custos de deslocamento de viagens nacionais e internacionais. Segundo levantamento do jornal O Globo, R$ 246 milhões foram gastos com passagens aéreas e R$ 435 milhões com diárias em missões oficiais. Somente no primeiro trimestre de 2025, o governo já havia desembolsado quase R$ 800 milhões com deslocamentos, um valor inédito para o período. Neste ritmo, o total de gastos de 2025 pode ultrapassar com folga os R$ 2,36 bilhões desembolsados em 2024. Um dos fatores apontados para esse crescimento é o inchaço da máquina pública. Desde a posse de Lula, o número de ministérios saltou de 23 para 38 pastas. Com mais ministérios, vieram mais cargos, mais estruturas e mais viagens e agendas internacionais custeadas com dinheiro público. E quem paga essa conta? O cidadão comum, aquele que acorda cedo, enfrenta inflação, juros altos e impostos pesados para manter seu negócio e sustentar sua família. Enquanto o brasileiro faz malabarismos para equilibrar as contas, o governo federal voa alto, com gastos que escancaram a desconexão com a realidade do cidadão. Enquanto isso, o “Brasil real” enfrenta outro recorde: o número de empresas em recuperação judicial também atingiu o maior patamar da história recente. Foram mais de 2.200 pedidos em 2024, segundo levantamento da Serasa Experian, um aumento de 61,8% em relação a 2023. A maioria desses pedidos veio de micro e pequenas empresas, que não suportaram o peso das taxas de juros elevadas, da burocracia estatal e da ausência de políticas públicas eficazes. A mensagem que fica é clara: o governo federal tem priorizado a manutenção de seus próprios privilégios em vez de apoiar quem gera empregos e sustenta a economia. Gasta-se demais com a máquina pública, e de menos com o que realmente importa. Não é apenas uma questão de economia. É uma questão de respeito: respeito ao dinheiro do contribuinte, ao momento difícil que o país atravessa, e a boa gestão dos recursos públicos. O Brasil precisa de um governo comprometido com resultados, com responsabilidade fiscal e com o cidadão. O povo brasileiro merece um governo que ande com os pés no chão, e não apenas de avião pago com o dinheiro do povo. DEPUTADA FEDERAL ANY ORTIZ Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles
Hospital Universitário de Santa Maria promove ações do Agosto Dourado em apoio à amamentação
Durante o mês de agosto, o Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM-UFSM), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), realiza uma série de ações voltadas à promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno. A campanha integra a mobilização nacional do Agosto Dourado e da Semana Mundial do Aleitamento Materno, celebrada de 1º a 7 de agosto. A cor dourada faz referência ao leite materno como alimento padrão ouro para os bebês, e a campanha destaca o papel da amamentação na saúde infantil e também na saúde das mães. A programação local é organizada pela Área Maternoinfantil e pelo Comitê de Aleitamento Materno do hospital, e envolve tanto atividades internas com pacientes e profissionais quanto participação em eventos externos. Um dos destaques é a participação no 8º Seminário Regional Integrado de Aleitamento Materno, promovido pela 4ª Coordenadoria Regional de Saúde. O evento será realizado no dia 20 de agosto, nos turnos da manhã e tarde, no Centro de Convenções da UFSM, reunindo profissionais de diferentes instituições de saúde e ensino da região. Nas unidades do hospital, diversas ações vêm sendo realizadas para promover o tema. No Centro Obstétrico, vídeos educativos e exposições de fotos reforçam a importância da amamentação. Já na Unidade Tocoginecológica, as pacientes participam de oficinas, apresentações artísticas e atividades interativas como a “Árvore da Amamentação”. A UTI Neonatal realiza atividades todas as terças-feiras do mês, com jogos, rodas de conversa e momentos de autocuidado para mães.
