Vivemos em um mundo cada vez mais conectado. A internet é ferramenta indispensável para estudo, lazer e comunicação. No entanto, esse ambiente também apresenta riscos que não podemos ignorar, especialmente para nossas crianças e adolescentes. O acesso precoce e sem supervisão pode expor os jovens a conteúdos inadequados, golpes virtuais, cyberbullying e até tentativas de aliciamento. Como pais, responsáveis e comunidade, precisamos agir de forma preventiva e educativa. A primeira medida é acompanhar de perto o uso da internet. Estar atento aos sites visitados, aos aplicativos instalados e com quem nossos filhos conversam online é fundamental. Ferramentas de controle parental podem auxiliar nesse monitoramento, como o Google Family Link ou Controle Parental do iOS, lembrando que nada substitui o diálogo aberto e constante. Ensinar desde cedo sobre privacidade e segurança digital é outro passo importante. Orientar para que nunca compartilhem dados pessoais, fotos íntimas ou localização, principalmente em tempo real, e que desconfiem de mensagens de desconhecidos. É essencial também reforçar que qualquer situação constrangedora ou ameaçadora deve ser relatada a um adulto de confiança. Com esse propósito, protocolei o Projeto de Lei 10020/2025, que institui o Programa Municipal de Prevenção e Combate ao Bullying e Cyberbullying em Santa Maria. A iniciativa busca promover a conscientização nas escolas, órgãos de saúde, segurança pública e instituições da sociedade civil, além de fortalecer o acolhimento e garantir um ambiente mais seguro e saudável para nossas crianças e adolescentes. Proteger a infância e a adolescência é responsabilidade de todos e a internet segura é um compromisso que deve ser assumido coletivamente. Com diálogo, informação e políticas públicas eficazes, construiremos uma cidade onde cada jovem possa crescer com liberdade, respeito e segurança. Fort abraço e até próxima semana!

No dia 14 de agosto, no plenário Coronel Valença, foi aprovado por unanimidade o meu requerimento para a criação da Frente Parlamentar pelo Desenvolvimento Regional. Mais do que um ato formal, essa decisão representa um compromisso concreto com o futuro de Santa Maria e de toda a nossa região. O objetivo dessa frente é claro: promover a discussão e o aprimoramento de políticas públicas e legislações que incentivem o desenvolvimento regional, fortalecendo nossa economia, gerando oportunidades e garantindo qualidade de vida à população. Mas não se trata de um trabalho isolado do Legislativo. Pelo contrário: a frente atuará em conjunto com representantes da sociedade civil, entidades de classe, universidades e órgãos públicos, construindo soluções para as demandas específicas de cada município que compõe nossa região. Ao unir forças, ganhamos capacidade de enfrentar desafios estruturais, como a diversificação econômica, a geração de empregos, o incentivo à inovação e o fortalecimento de setores estratégicos, como agricultura, comércio, serviços e indústria. Não podemos mais aceitar que nossas cidades avancem de forma desigual ou que oportunidades se percam por falta de articulação. A criação dessa Frente Parlamentar é um passo importante para transformar ideias em ações efetivas. É um espaço permanente de diálogo, mas também de cobrança e resultados. É Santa Maria entendendo que o seu destino está ligado ao progresso de todo o seu entorno — porque desenvolvimento regional não é um privilégio, é uma necessidade estratégica.

Nas próximas semanas, a Câmara de Vereadores de Santa Maria deve analisar um projeto de lei complementar que, se aprovado, vai alterar de forma significativa a forma como lidamos com nosso lixo. A proposta ratifica as mudanças no contrato do Consórcio Intermunicipal da Região Centro do Estado (CIRC), permitindo que a Prefeitura delegue a prestação dos serviços públicos de manejo de resíduos sólidos urbanos. Na prática, isso significa mais liberdade para fechar parcerias, buscar tecnologia e garantir que o serviço seja financeiramente sustentável a longo prazo. O projeto também prevê que o Município pode utilizar recursos do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) para manter o serviço funcionando. É uma medida preventiva para evitar que problemas de caixa comprometam a coleta e destinação do lixo. Se bem executado, o modelo pode atrair investimentos, modernizar o sistema e até transformar Santa Maria em referência regional na gestão de resíduos. Por outro lado, será fundamental garantir transparência nos contratos e fiscalização efetiva, para que a população realmente perceba melhorias. Mais que um debate técnico, esta é uma discussão sobre qualidade de vida. Afinal, o lixo que produzimos todos os dias precisa ir para algum lugar — e quanto melhor for o manejo, melhor será a cidade onde vivemos.

Era uma vez uma época em que ser criança significava ter os joelhos ralados, pular amarelinha e os dias marcados pela invenção de mundos imaginários. Hoje, ser criança, para muitos, é ter um perfil no Instagram antes mesmo de saber amarrar os sapatos, é dançar coreografias sensuais com hashtags de viralização e carregar na mochila não apenas livros, mas a pressão por likes e a ansiedade de um corpo que ainda nem sabe o que é ser corpo. A adultização infantil não é um fenômeno novo, mas ganhou contornos perversos na era digital. Crianças de 8 anos preocupadas com “skincare”, meninas de 9 ansiosas por cremes antirrugas, meninos expostos a jogos violentos e conteúdos pornográficos. Tudo isso sob o olhar complacente de algoritmos que monetizam a atenção infantil. As redes sociais, em vez de espaços de brincadeira, viraram vitrines onde a infância é performada para adultos, muitas vezes com conotações que beiram a exploração. O caso do influenciador Hytalo Santos, que transformou adolescentes em personagens de um reality show sexualizado, é só a ponta do iceberg. O pior é a naturalização disso. Achamos “fofo” quando uma criança repete gestos de adultos, mas não questionamos quem está consumindo esses vídeos. Plataformas como TikTok e Instagram facilitam a exposição: 88% das crianças entre 9 e 17 anos já têm redes sociais, muitas acessando conteúdos inapropriados porque os controles parentais são frágeis ou inexistentes. E enquanto os algoritmos promovem vídeos de meninas dançando de forma erotizada, pedófilos usam códigos como “trade” para trocar material ilegal nos mesmos espaços . A psicóloga Ana Beatriz Chamat alerta: a adultização gera adultos inseguros, com baixa autoestima e dificuldade de formar vínculos saudáveis . A juíza Vanessa Cavalieri compara a internet a “uma rua escura, cheia de criminosos” e pergunta: Por que largamos nossas crianças lá sozinhas?. Precisamos urgentemente frear essa máquina. Exigir que plataformas priorizem proteção, não lucro. Relembrar que infância não tem replay. E, sobretudo, devolver às crianças o direito de ser apenas isso: crianças. Antes que o único “era uma vez” que restará seja o de uma geração que nunca pôde viver sua própria história. A infância é um direito, não um espetáculo.