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Capital Gaúcha da Ufologia guarda histórias misteriosas sobre vida extraterrestre

Por Amanda Teixeira

Será que existe vida fora do planeta Terra? O universo é repleto de mistérios que geram perguntas como essa, ainda sem respostas definitivas. O historiador e pesquisador Hernán Mostajo lembra bem de quando decidiu criar um museu dedicado ao assunto, no interior do estado. Era início dos anos 1990 quando visitou a cidade de Roswell, nos Estados Unidos, conhecida pela queda de um suposto disco voador. Desde jovem, conhecia várias histórias sobre extraterrestres e gostava de relacionar com a ciência, o que considera seu diferencial. 

A decisão foi oficialmente tomada em 1997: um museu seria aberto no interior gaúcho. Itaara foi escolhida como sede por ser uma cidade jovem e sem identidade turística definida. O Museu Internacional de Ufologia, História e Ciência Victor Mostajo foi inaugurado em 2001 e já teve ampla repercussão nacional. Começou com foco nos extraterrestres e OVNIs, mas o fundador percebeu grande potencial entre o público escolar: “a nossa proposta não é provar ET e disco voador que nós nem sabemos se existem. A nossa proposta é uma construção de conhecimento passando por seis sessões temáticas”

O passeio começa pela cosmologia, passa pela evolução da vida, paleontologia, arqueologia e astronáutica, até chegar ao tema final: a ufologia. Cerca de 400 escolas de diferentes estados e até países visitam anualmente o espaço, que gerou para Itaara o título de “Capital Gaúcha da Ufologia”. O passeio se trata de um circuito lúdico e interativo, com música e luzes. 

Hernán conta que juntava materiais sobre o tema desde cedo, como revistas, fitas e fotografias. Tudo isso foi incorporado na exposição do museu, que conta com réplicas de artigos curiosos e objetos doados por famílias de supostos abduzidos. Entre os itens mais significativos está a história do agricultor Artur Berlet, de Sarandi, que desapareceu por dias em 1958 e voltou relatando uma visita a outro planeta, Acart. Tudo foi escrito e documentado, o que permite que análises científicas sejam feitas. O diretor destaca: “O museu não tem a função de provar nenhuma história. Quem pode provar a vida extraterrestre, indiscutivelmente é a ciência”

Outro caso marcante é um vídeo de 2001, gravado em Santa Maria, que registra um objeto voador, supostamente com cerca de 250 metros, que foi analisado pela Base Aérea de Santa Maria e pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos como algo desconhecido e sem explicação. Recentemente, esse registro foi reanalisado com inteligência artificial, estimando o tamanho do objeto em 145 metros.

Hernán relata que o reconhecimento de Itaara como Capital da Ufologia pode fomentar a economia local. “Era um município que não tinha identidade, e, sem dúvida nenhuma, a melhor identidade está voltada pelo fato da existência do próprio museu. E isso está mobilizando todo nosso município”, afirma. Ele reforça que a mística já se instalou na cidade, que adotou a temática com o uso de objetos e decorações relacionadas aos extraterrestres.

Para o professor, a pergunta de se estamos sozinhos no universo permanece aberta, assim como a reflexão sobre a vida no nosso planeta. “De que adianta eu querer pesquisar o ET, o disco voador, outro mundo possivelmente habitado ou não, se eu não respeito o meu planeta Terra?”

Fotos: Arquivo Museu Internacional de Ufologia, História e Ciência

Ana

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