No último domingo, Santa Maria viveu mais um capítulo histórico da sua luta por direitos, respeito e visibilidade: a 23ª Parada Livre LGBT+ da Região Central da cidade. Um evento que já está entranhado na alma da nossa comunidade e no calendário de nossa cidade. Como o primeiro vereador homem gay da história local, e com muito orgulho o Padrinho da Diversidade do Rio Grande do Sul, participei desse momento com um coração cheio de emoção, gratidão e esperança.
O tema deste ano, “Envelhecer LGBT+: Antigas Vozes, Novos Orgulhos”, nos convida a refletir sobre uma realidade urgente e delicada. Envelhecer sendo LGBT+ no Brasil é um verdadeiro ato de resistência. Resistimos diariamente num país que, infelizmente, lidera o ranking mundial de assassinatos motivados por identidade de gênero e orientação sexual. São números tristes que nos acompanham ano após ano — em 2023, registramos 257 assassinatos de pessoas LGBT+, a maioria mulheres trans, e apesar de uma redução em 2024, com 122 mortes, a violência permanece brutal e extrema.
Neste cenário, as “antigas vozes” que homenageamos são as pioneiras que abriram caminhos muitas vezes solitários e perigosos para que hoje possamos ocupar espaços públicos, ser visíveis e celebrar nossas conquistas. Elas são as raízes da nossa luta, o alicerce do nosso orgulho e da nossa história.
Envelhecer LGBT+ é um desafio que vai além da passagem do tempo. É um ato de coragem: olhar para o espelho e enxergar uma trajetória marcada por amor, luta, dor e superação. É também um chamado à sociedade para que nos enxergue com mais empatia e humanidade, reconhecendo que nossos direitos não têm prazo de validade.
Quero destacar o trabalho incansável da ONG Igualdade e da produtora cultural Marquita Quevedo, que mais uma vez garantiram a realização dessa festa tão cheia de alegria, arte e acolhimento no espaço da Gare. A presença de toda a comunidade LGBT+, dos aliados heterossexuais e até das crianças comprova que essa é uma celebração para todas as idades e gerações.
A manhã começou com a 4ª Marcha Trans de Santa Maria, uma caminhada emocionante que partiu da Casa Legislativa até o palco da festa. Ver homens e mulheres trans, autoridades e apoiadores marchando lado a lado com coragem e dignidade foi um momento de emoção pura. Cada passo foi um grito por liberdade, respeito e políticas públicas que garantam segurança, saúde, trabalho e uma vida digna para as pessoas trans e para toda a população LGBT+ que envelhece com orgulho, apesar dos desafios.
Nossa reflexão hoje é sobre longevidade e direito ao envelhecimento com dignidade. Envelhecer não é um privilégio: é um direito fundamental. Para a população LGBT+, esse direito deve vir acompanhado de políticas públicas que respeitem nossa identidade, nossa história e nossas particularidades.
A luta que começou com essas antigas vozes não termina aqui. Ela se fortalece a cada ano, a cada marcha, a cada festa. Seguimos firmes para garantir que o tempo jamais apague nossa história ou nosso orgulho, construindo um futuro onde ninguém precise temer o envelhecimento, mas possa viver essa fase da vida com segurança, saúde, amor e respeito.
Como vereador e Padrinho da Diversidade, reafirmo meu compromisso de estar ao lado de cada um de vocês nessa jornada. Juntos, vamos garantir que nossas vozes ecoem para sempre e que novos orgulhos floresçam por muitas gerações.
Que viva a diversidade! Que viva a vida! Que viva o orgulho LGBT+!
Por Vereador Rudys, Padrinho da Diversidade do Rio Grande do Sul
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