Apesar dos avanços na medicina veterinária, a cinomose ainda é uma realidade nas clínicas de todo o Brasil. Trata-se de uma doença viral altamente contagiosa, que afeta principalmente cães não vacinados ou com o esquema vacinal incompleto. O vírus pode se espalhar pelo contato com secreções de animais infectados e, infelizmente, causa grande sofrimento e, muitas vezes, a morte.
A cinomose pode se manifestar em várias fases. Inicialmente, os sinais podem parecer simples: febre, secreção nasal, tosse, vômito ou diarreia. No entanto, à medida que a doença progride, o vírus atinge o sistema nervoso, provocando tremores, convulsões, dificuldade de locomoção e alterações comportamentais.
Essas sequelas neurológicas, mesmo após o tratamento, muitas vezes permanecem de forma irreversível, comprometendo a qualidade de vida do animal.
É importante lembrar que existe vacina eficaz contra a cinomose — e ela está disponível em grande parte das clínicas veterinárias. O protocolo inclui doses iniciais ainda filhote e reforços anuais durante toda a vida do cão. Mesmo assim, ainda é comum encontrar tutores que ignoram ou atrasam essa proteção, muitas vezes por desinformação ou descuido.
A consequência? Internações longas, uso de medicamentos caros, exames de imagem e, em muitos casos, sofrimento tanto para o animal quanto para a família. Além do impacto emocional, o custo do tratamento da cinomose é significativamente mais alto do que o da vacinação preventiva.
Como veterinário, vejo diariamente os efeitos da negligência vacinal. Por isso, deixo uma reflexão: vale mais a pena enfrentar os altos custos de uma internação e arriscar perder seu melhor amigo ou garantir, com uma simples vacina anual, que ele tenha uma vida longa, saudável e protegida?
A resposta está na escolha responsável de cada tutor.
