Por Anna Clara Tesche
Já se foi o tempo em que vestir uma camiseta com estampa de anime ou um moletom com referência a games era considerado algo “nerd demais”. Hoje, a cultura pop, que inclui filmes, séries, animes, HQs e música, é uma das maiores influências da moda no mundo todo. E não estamos falando só de streetwear: marcas de luxo e coleções autorais também estão abraçando esse universo com força total.
O encontro entre moda e cultura pop não é novidade, mas se intensificou nas últimas duas décadas, principalmente com o crescimento da internet. A troca entre criadores e comunidades online encurtou o caminho entre o que está nas telas e o que vai para as vitrines. Marcas como Louis Vuitton, Gucci, Moschino e Loewe já deixaram isso bem claro em coleções que homenageiam desde personagens de videogame até clássicos da animação.
“A moda passou a absorver com mais rapidez os movimentos culturais vindos de séries, filmes, games e música”, explica a designer de moda Kellen Carvalho, que vê nessa fusão uma transformação definitiva no setor. “Hoje, a criação de moda não parte apenas da estética ou de tendências de passarela, mas também da cultura que as pessoas consomem diariamente.”
Não basta apenas colocar um personagem na estampa. Para funcionar, a referência precisa vir acompanhada de pesquisa, conceito e intenção criativa. Segundo Kellen, esse é o ponto que separa uma peça autoral de uma fantasia sem contexto. Ela cita como exemplo a coleção da Loewe inspirada nos filmes do diretor japonês Hayao Miyazaki, em que os personagens influenciaram não só as estampas, mas também as formas, cores e texturas das roupas.
Além da estética, o sucesso da moda pop está ligado ao consumo emocional. Vestir uma peça inspirada em uma série ou filme favorito é, muitas vezes, um ato de pertencimento. “As pessoas usam a roupa como extensão de quem são. É um consumo mais identitário do que apenas seguir uma tendência”, completa a designer.
Grandes colaborações vêm abrindo ainda mais espaço para esse tipo de criação. De Pokémon com a Balmain a Star Wars com a Valentino, o que antes era visto como “infantil” ou “alternativo” agora é celebrado na alta moda. Essas conexões também inspiram marcas menores e designers independentes a explorarem seus próprios universos pop, de forma criativa e com forte apelo afetivo.
A mistura entre nostalgia e inovação deve continuar ditando o ritmo da moda. Kellen aposta no revival dos anos 80 e 90, com brilhos, cores saturadas e volumes marcantes. Ao mesmo tempo, a estética dos games e do universo digital, com o avanço do metaverso e da tecnologia têxtil, promete impactar ainda mais o visual das próximas gerações.
Em um mundo onde o conteúdo que consumimos define tanto da nossa identidade, não é exagero dizer que a moda virou uma extensão do nosso “algoritmo emocional”. E nesse cenário, a cultura pop é protagonista absoluta.
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