No dia de ontem, nossa estimada Universidade Federal de Santa Maria, uma das maiores expressões de conhecimento, diversidade e inovação do nosso estado foi covardemente atacada. Diversos setores da UFSM receberam ameaças anônimas por e-mail. A gravidade dessas mensagens ultrapassa qualquer limite da civilidade: tratava-se de ameaças de massacre, com alvos definidos – estudantes negros, LGBTQIA+ e feministas.
Repito: estudantes negros, LGBTQIA+ e feministas. Jovens que, como qualquer outro cidadão, estão ali para estudar, construir conhecimento, sonhar com um futuro digno. Jovens que, por simplesmente serem quem são, estão sendo colocados na mira de discursos e ações extremistas, movidos pelo ódio, pela ignorância e pela intolerância.
Essas ameaças não são apenas crimes, são ataques diretos à democracia, à diversidade e à vida. São tentativas de instaurar o medo dentro de um espaço que deve ser, por excelência, de liberdade, debate e pluralidade.
Por isso, manifestei publicamente e reitero aqui, de forma inequívoca: minha solidariedade é total a cada estudante, professor, servidora e servidor da UFSM. Vocês não estão sozinhos. Enquanto eu tiver qualquer voz pública, estarei ao lado de vocês, lutando contra toda e qualquer forma de opressão, de ameaça ou de violência.
A universidade é um dos mais importantes pilares da nossa sociedade. É nela que florescem ideias, que se ampliam os horizontes, que se constrói pensamento crítico. Permitir que o medo e a intolerância contaminem esse ambiente é abrir mão do nosso futuro coletivo. E isso, nós não vamos permitir.
Quero reconhecer também a atuação firme e imediata da Reitoria da UFSM, que agiu com responsabilidade e agilidade ao acionar a Brigada Militar, a Polícia Civil, a Polícia Federal, reforçando a vigilância nos campi. Essa postura mostra que não vamos naturalizar o absurdo, nem cruzar os braços diante da escalada da violência política e ideológica que vem assolando o país.
Mais do que me solidarizar, coloco-me em compromisso permanente com a comunidade universitária. Proponho, junto aos meus colegas da Câmara de Vereadores, medidas concretas de apoio à UFSM, acompanhamento das ações de segurança e políticas públicas que protejam a diversidade e os direitos humanos em nossa cidade.
E aqui, deixo uma mensagem especialmente aos estudantes negros, LGBTQIA+ e às mulheres feministas da UFSM e de toda Santa Maria: vocês não são “minorias”. Vocês são resistência. Vocês são potência. Têm o direito inalienável de existir plenamente, de estudar com segurança, de amar quem quiserem, de pensar livremente, de ocupar todos os espaços. E eu estarei com vocês nas ruas, nas instituições, onde for necessário.
Combater o racismo, a LGBTfobia, o machismo e qualquer forma de preconceito não é uma escolha ideológica, é um dever ético de todo agente público comprometido com a democracia. O silêncio das instituições, diante de ameaças como essa, não pode mais ser tolerado. O silêncio, nesse caso, também é cumplicidade.
A escalada do ódio não será contida apenas com discursos, mas com ação. A cada ameaça, devemos responder com acolhimento. A cada tentativa de silenciamento, com mais vozes. A cada tentativa de divisão, com mais pontes.
Vivemos tempos desafiadores. Mas é justamente nesses tempos que precisamos escolher de que lado estamos. E eu, como vereador de Santa Maria, escolhi o lado da justiça, da vida, da dignidade e da liberdade. Sigamos firmes. E que a gente nunca perca a coragem de ser farol em tempos de escuridão.