Após anos de ausência, a Junior Achievement (JA) está oficialmente de volta a Santa Maria. Através de um esforço conjunto da ADESM e de empresários voluntários, a cidade volta a integrar um dos maiores programas de educação empreendedora do mundo. No último sábado, às 14h, jovens participantes puderam apresentar seus projetos na Feira de Miniempresas, realizada no Royal Plaza Shopping, etapa fundamental para o desenvolvimento de competências que vão além da sala de aula.
Para o coordenador da JA em Santa Maria, Ricardo Diaz, o retorno do programa representa uma oportunidade única de aprendizado prático para estudantes da região. “Não são todas as famílias que têm o perfil empreendedor, mas esse programa valoriza essas características nos jovens e proporciona o acesso a esse conhecimento de forma lúdica e acessível”, afirma. A reimplantação do programa aconteceu após articulação da ADESM e de empresários voluntários com histórico de atuação em educação empreendedora, como o próprio Diaz. “Santa Maria é uma cidade que produz conhecimento, mas precisamos transformar esse conhecimento em impacto econômico local”, destaca.
Com uma nova proposta de atuação, a JA modernizou sua abordagem: os antigos programas impressos deram lugar a plataformas digitais e iniciativas voltadas para inteligência artificial e tecnologia. No município, o programa retornou com foco na miniempresa, considerado o carro-chefe da organização. “Santa Maria já tem um público bem preparado, então optamos por iniciar com a miniempresa, que é o programa mais avançado da JA”, explica Diaz.
Mini Empresas na escolas de Santa Maria
O projeto está sendo desenvolvido no Colégio Franciscano Sant’Anna e no Colégio Técnico Industrial de Santa Maria (CTISM/UFSM), e tem feito história na trajetória de estudantes do ensino médio. A proposta é simples e poderosa: em 13 jornadas semanais, os alunos criam uma empresa real, passando por todas as etapas do empreendedorismo, da concepção do produto à comercialização. Ao longo do processo, aprendem na prática sobre gestão, marketing, produção, finanças e, principalmente, sobre colaboração.
“Desenvolver uma miniempresa do zero foi desafiador e, ao mesmo tempo, muito enriquecedor”, conta Julia Senna, professora do Colégio Sant’Anna. O produto escolhido por sua equipe foi um colete postural. “Tivemos que lidar com prazos apertados e recursos limitados, o que exigiu muita organização, planejamento e trabalho em equipe”.
Tanto no CTISM quanto no Sant’Anna, o envolvimento dos advisers, profissionais voluntários do mercado, tem sido essencial. “Eles compartilham experiências reais do mundo empresarial e ajudam os alunos a enxergar pontos que, por falta de experiência, ainda não percebiam”, afirma Julia. Já no CTISM, os advisers também atuam como professores e mentores, integrando o projeto às práticas pedagógicas da instituição.
No CTISM, a participação marca a entrada em uma nova fase pedagógica. “A necessidade de atuar em uma empresa estudantil tem proporcionado aos estudantes um amadurecimento rápido e eficaz”, afirma o diretor Rafael Adaime. Ele destaca o quanto a experiência tem potencializado o ensino técnico da escola: “Eles estão ampliando seu conhecimento intelectual ao mesmo tempo em que exploram os diversos laboratórios da instituição”.
Feira reúne inovação, criatividade e propósito no Royal Plaza
O evento marcou um momento decisivo para os estudantes dos colégios CTISM e Sant’Anna, que colocaram seus projetos à prova diante do público. Conversamos com dois dos jovens participantes para entender como foi viver essa experiência transformadora.
Um dos destaques foi o projeto da Tec Racing SAE, do CTISM, que chamou atenção com sua proposta ousada de simulação automobilística acessível. O presidente da empresa, Vicenzo Porto Mendes, relatou como foi o contato direto com o público durante a feira:
“O público gostou muito, tem curiosidade, quer saber o que é e como funciona. Quando falamos do custo-benefício, o público já olha com outros olhos. Quem tem experiência com direção pega fácil. Crianças ou pessoas sem base precisam de uma explicação”, contou.
Segundo ele, o objetivo do grupo é democratizar o acesso aos simuladores:
“Pensamos em quem quer aprender a dirigir ou se aventurar em carros esportivos virtuais sem gastar tanto. Nossa proposta é trazer um simulador acessível, com qualidade comparável aos melhores, mas com custo menor”.
Já no estande da Noeixo, miniempresa do Colégio Sant’Anna, a energia era de empolgação e conquista, já que alguns dos produtos expostos foram comercializados para os consumidores que circulavam no shopping. Manuela Décimo Bottaro, diretora de Recursos Humanos do grupo, compartilhou como foi vivenciar o evento:
“Nestes dois dias de evento, tivemos a oportunidade de colocar o produto frente a frente com o público. Está sendo uma experiência muito boa. Eu estou no segundo ano do ensino médio e nunca tinha vivenciado algo assim”, disse.
Ela também destacou os aprendizados adquiridos ao longo da jornada:
“Cada área tem sua responsabilidade, e o comprometimento é essencial. Existem frustrações, conflitos, porque todos estão aprendendo juntos. Mas também é divertido e desafiador e uma verdadeira aventura”.
Apesar de ser um projeto com duração definida, os impactos do Miniempresa são duradouros. “Mesmo que os alunos optem por seguir outra carreira, com certeza vão levar esse espírito empreendedor e as experiências vividas na memória”, disse Julia Senna, diretora da miniempresa do Colégio Sant’Anna. O diretor do CTISM, Rafael Adaime, complementa:
“A curto prazo, o amadurecimento é evidente. E a longo prazo, essa experiência despertará nos jovens um olhar mais inovador, colaborativo e consciente para os desafios do mundo”.
Com o apoio de instituições como a ADESM, a JA cumpre sua missão: formar jovens protagonistas, mais confiantes e preparados para transformar ideias em realidade e, com isso, transformar o mundo ao seu redor.
Por Anna Clara Tesche e Reinaldo Guidolin
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Parabéns a iniciativa, tanto dos professores, colaboradores, e alunos, merece muito sucesso.