Quando falamos em saúde pública, ainda é comum que o debate se concentre em hospitais, ambulatórios e serviços médicos. No entanto, a saúde começa muito antes de qualquer consulta médica — ela nasce nos hábitos cotidianos, na convivência com o outro, no acesso ao verde, ao ar livre, ao movimento, a espaços públicos dignos.
É nesse contexto que os espaços públicos de lazer ganham protagonismo como agentes promotores de saúde. Parques, praças, pistas de caminhada, ciclovias e áreas de recreação são ferramentas fundamentais para combater o sedentarismo, reduzir o estresse, fortalecer vínculos sociais e melhorar a qualidade de vida da população. Mais do que estruturas físicas, são espaços de cuidado coletivo.
Infelizmente, Santa Maria ainda caminha a passos lentos nessa direção. A realidade local é marcada por uma escassez preocupante de áreas públicas adequadas para o lazer. Muitos bairros sequer possuem praças equipadas com bancos, sombra ou brinquedos seguros para as crianças. A ausência de ciclovias contínuas e de parques com infraestrutura mínima afasta os cidadãos de uma rotina mais ativa e saudável.
Santa Maria, que tem se consolidado, pelos seus próprios cidadãos, com uma rotina de corridas, maratonas e rústicas, por exemplo, limita a prática da atividade física ao ambiente fechado e privado: academias, salas e clubes.
Essa carência há muito vivenciada em nossa cidade se tornou ainda mais evidente com o fechamento do Parque da Cacism. Embora fosse uma área de propriedade privada, era amplamente frequentado pela população santamariense. Por muitos anos, o parque se consolidou como uma alternativa acessível para caminhadas, atividades físicas, momentos em família e contato com a natureza. Seu atual fechamento escancarou a fragilidade da oferta de espaços semelhantes por parte do poder público.
Nesse cenário, não se trata apenas de uma questão de lazer — trata-se de saúde pública. Em um município que almeja qualidade de vida e desenvolvimento sustentável, investir em áreas verdes e espaços de convivência deve ser prioridade. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda pelo menos 12m² de área verde por habitante. Santa Maria está longe de atingir esse patamar. Mais do que números, o que falta é uma política urbana que compreenda o lazer como um direito e não como um luxo e, principalmente, como política de saúde.
Além dos benefícios físicos, os espaços públicos bem cuidados ajudam a diminuir desigualdades sociais. São locais onde crianças de diferentes realidades podem brincar juntas, onde idosos podem caminhar com segurança, onde jovens encontram alternativas saudáveis de lazer. São espaços de pertencimento e cidadania.
É preciso criar, revitalizar e manter nossos espaços públicos, de forma digna e democrática, com diálogo com a sociedade civil. E mais do que isso: é preciso pensar de forma estratégica, integrando os espaços de lazer com políticas de mobilidade, segurança, cultura e meio ambiente.
Santa Maria precisa reencontrar o seu espaço público. Precisa de áreas que acolham a população, que incentivem o bem viver, de forma a prevenir doenças antes que elas cheguem aos hospitais. Afinal, cidades saudáveis se constroem com planejamento, mas também com bancos sob as árvores, caminhos seguros e o direito de todos a respirar e se mover com liberdade.
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