A proposta de emenda à Constituição aprovada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado elimina a reeleição para cargos do Executivo, amplia os mandatos para cinco anos e unifica as eleições a partir de 2034. Se aprovada em todas as etapas do processo legislativo, a medida valerá para presidente da República, governadores e prefeitos — inclusive para quem assumir o cargo nos seis meses anteriores à eleição.
O texto estabelece mandatos de cinco anos para todos os cargos eletivos, incluindo senadores, que atualmente cumprem oito. A transição será gradual: senadores eleitos em 2026 terão mandato de oito anos; os de 2030, nove anos. Prefeitos e vereadores eleitos em 2028 terão mandato de seis anos, para ajustar o calendário. A partir de 2034, os ciclos eleitorais passam a ser unificados.
A proposta ainda altera as regras das Mesas Diretoras da Câmara e do Senado, com mandatos de três anos na primeira parte da legislatura e dois na segunda, vedada a reeleição imediata. Antes de chegar ao plenário, a PEC precisa ser analisada por uma comissão especial e, depois, obter apoio de três quintos dos parlamentares em cada Casa — 54 senadores e 308 deputados.
Trata-se de uma das mudanças mais amplas no sistema político desde a redemocratização. Ao pôr fim à reeleição, a proposta tenta conter o uso da máquina pública em benefício pessoal, mas também encerra a possibilidade de continuidade de projetos bem avaliados. Já a unificação dos pleitos pode racionalizar o processo eleitoral, mas corre o risco de esvaziar o debate local. A reforma avança, mas ainda terá que vencer resistências dentro e fora do Congresso.
A Polícia Civil concluiu o inquérito sobre o acidente com o ônibus da UFSM em Imigrante, que matou sete pessoas e feriu outras 25. O documento, com mais de mil páginas, foi encaminhado ao Judiciário na sexta-feira (23) e agora está sob análise do Ministério Público, que decidirá se oferece denúncia contra os indiciados. Três pessoas foram responsabilizadas criminalmente por homicídio culposo (sem intenção de matar) e por 21 lesões corporais culposas, quatro vítimas optaram por não representar.
Foram indiciados: o motorista, por falhas na condução; o responsável pelo setor de transportes da UFSM, por liberar um ônibus sem revisão atualizada; e uma representante da empresa contratante, por escalar motoristas sem capacitação adequada. A sucessão de negligências tornou inevitável a queda do coletivo de uma ribanceira de 52 metros, a menos de um quilômetro do destino final.
O inquérito se encerra, e escancara que a tragédia não foi obra do acaso, mas da soma de decisões erradas.
Foi através de um anúncio publicitário que o Frigorífico Silva agradeceu à Prefeitura de Santa Maria e à Câmara de Vereadores pelo apoio à aprovação do Projeto de Acordo de Cooperação Técnica, voltado ao fortalecimento da inspeção de carnes destinadas ao mercado externo. A medida busca atender às exigências sanitárias de mercados estratégicos, como Estados Unidos e União Europeia, reconhecidos por seus elevados padrões de controle e segurança alimentar.
Com sede no bairro Passo das Tropas, o Frigorífico Silva é uma das maiores empregadoras da região, reunindo 1.450 colaboradores diretos e cerca de 4.350 indiretos. O acordo recém-aprovado é visto pela direção da empresa como essencial para manter e ampliar sua atuação internacional, especialmente em um cenário global competitivo e regulado.
A parceria entre poder público e iniciativa privada, formalizada por meio do projeto, reforça a imagem de Santa Maria como um polo agroindustrial em expansão. Além de contribuir para a geração de empregos e o fortalecimento da economia local, a medida alinha o município às exigências de rastreabilidade, fiscalização e qualidade exigidas pelos mercados internacionais.
A movimentação também acontece em um contexto de crescente participação brasileira no comércio global de proteína animal. Com o novo acordo, o frigorífico passa a contar com instrumentos técnicos e institucionais que dão respaldo à manutenção da excelência sanitária, o que pode abrir portas para novas oportunidades comerciais e ampliar a visibilidade do setor local.
A aliança entre o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), e o PT sofreu um abalo público após o adiamento da votação do projeto que prevê o armamento da guarda municipal. Nas redes, Paes criticou a “bancada Castro/Bacellar”, referência ao governador Cláudio Castro (PL) e ao presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar (União), por se unir ao PT e a outros partidos para alterar a proposta. Dois dos quatro vereadores petistas votaram com a oposição, o que irritou o prefeito.
O deputado Pedro Paulo (PSD), aliado de Paes, reforçou a crítica e lembrou que o prefeito é “o único apoio” ao presidente Lula (PT) nas regiões Sul e Sudeste. Washington Quaquá, vice-presidente nacional do PT, respondeu pedindo menos “arrogância”, mas concordou que a bancada errou ao votar contra um tema considerado estratégico para a prefeitura.
Cotado para disputar o governo do Estado em 2026, Paes quer o PT em sua coligação, de preferência com um nome na vice. O partido já havia pleiteado o posto em 2024, mas foi preterido. O episódio mais recente evidencia que, embora aliados no papel, PSD e PT seguem medindo forças no tabuleiro fluminense.
O Supremo viveu um momento de tensão nesta sexta-feira, 23, quando o ministro Alexandre de Moraes ameaçou prender o ex-deputado Aldo Rebelo por desacato durante audiência do caso 8 de janeiro. Arrolado como testemunha de defesa do ex-comandante da Marinha Almir Garnier, Rebelo reagiu ao que considerou censura em sua fala, ao que Moraes respondeu com uma advertência firme: “Se o senhor não se comportar, será preso por desacato”. Após o confronto verbal, os ânimos se acalmaram e o depoimento seguiu. O episódio escancara o clima de rigidez nas sessões conduzidas pelo Supremo, que tem reforçado seu papel de guardião da ordem institucional em meio aos julgamentos dos atos golpistas.
Natural de Minas Gerais e formado em economia, o renomado fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado, conhecido por suas impactantes imagens em preto e branco que retratam a dignidade humana e causas sociais, faleceu aos 81 anos em Paris, vítima de leucemia agravada por complicações decorrentes de malária contraída em 2010. Fundador do Instituto Terra, voltado ao reflorestamento em Minas Gerais, Salgado foi reconhecido mundialmente por seu trabalho humanista e ambiental, com projetos em mais de 100 países, incluindo as séries “Gênesis” e “Amazônia”. Sua trajetória foi retratada no documentário indicado ao Oscar O Sal da Terra. A notícia da sua morte gerou ampla comoção no Brasil e no mundo, com homenagens de autoridades, como o presidente Lula, que o chamou de “um dos maiores fotógrafos que o mundo já produziu”, artistas, instituições e outros líderes políticos que destacaram seu legado artístico, humanitário e ambiental, bem como o seu compromisso com a denúncia das desigualdades e a defesa dos povos indígenas.
A vereadora Thabatta Pimenta (PSOL), mulher trans e mãe atípica, foi alvo de ataques transfóbicos durante a votação do título de cidadão natalense concedido ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), na última terça-feira na Câmara de Natal. As ofensas partiram de apoiadores de Bolsonaro que acompanhavam a sessão e foram filmadas pela assessoria da parlamentar.
Entre os ataques, ouviram-se frases que negavam sua identidade de gênero, como “não é mulher de verdade” e que teria “dois sexos”. Diante do episódio, Thabatta registrou boletim de ocorrência, e a Polícia Civil já investiga o caso.
O episódio expõe, mais uma vez, a hostilidade enfrentada por pessoas trans no espaço público e político, em meio a um clima cada vez mais polarizado e marcado por ataques às pautas de direitos humanos.
O governo italiano promulgou uma lei que limita o reconhecimento da cidadania italiana por “direito de sangue” (jus sanguinis) apenas a filhos e netos de italianos, excluindo bisnetos, trinetos e gerações mais distantes. Publicada no Diário Oficial em 23 de maio, a norma entra em vigor a partir deste sábado (24) e deve afetar milhares de brasileiros descendentes de imigrantes italianos do século 19 e início do 20, que perdem o direito automático ao reconhecimento.
Segundo especialistas, a nova regra não extingue o direito à cidadania, mas restringe seu acesso administrativo para gerações mais distantes, que precisarão recorrer à via judicial para solicitar o reconhecimento. Pedidos judiciais protocolados antes da mudança não serão afetados, mas processos administrativos e consulares sofrerão restrições, inclusive com suspensão temporária dos agendamentos nos consulados.
O governo da Itália justifica a mudança pelo aumento expressivo de solicitações, que, segundo ele, poderiam representar riscos à segurança nacional e à União Europeia, além de combater fraudes. A lei também cria um visto de trabalho especial para descendentes não elegíveis à cidadania, permitindo naturalização após dois anos de residência na Itália. A medida, contudo, enfrenta críticas de juristas, que apontam possíveis inconstitucionalidades e violação de direitos adquiridos.
A Estância das Oliveiras, marca brasileira sediada em Viamão (RS), foi a maior medalhista do Brasil no EVOO IOOC Italy 2025, um dos principais concursos mundiais de azeites extravirgens. Entre 707 azeites de 28 países participantes, a empresa conquistou sete medalhas, sendo quatro de ouro, nas categorias Picual, Blend Exclusivo, Coratina e Signaturee, e três de prata. O azeite Picual, destaque da safra 2025, ainda está na final da categoria Melhor Azeite Monovarietal do Hemisfério Sul.
Essa premiação soma-se a um ano excepcional para a Estância das Oliveiras, que acumula 52 prêmios internacionais em 2025, conquistados em competições renomadas na Europa, Oriente Médio e Ásia. Para o diretor Rafael Goelzer, a participação nos principais concursos mundiais vai além da busca por medalhas. “Nosso objetivo é testar nossos azeites frente aos jurados mais exigentes do mundo, garantindo que a cada safra mantenhamos o compromisso com a excelência e a inovação que nos move”, afirmou.
A Justiça Eleitoral de Curitiba rejeitou a ação que pedia a cassação do prefeito Eduardo Pimentel (PSD) e de seu vice, Paulo Martins (PL), por suposto abuso de poder político nas eleições de 2024. A denúncia, feita pela ex-candidata Cristina Graeml (PMB), alegava coação de servidores para arrecadação de recursos via um jantar. O Ministério Público chegou a apoiar a cassação, mas o juiz Fernando de Melo considerou que as provas eram baseadas em áudios ilícitos e reportagens sem respaldo suficiente. A ação foi considerada improcedente por falta de provas. Pimentel comemorou a decisão e reafirmou a legitimidade de sua eleição.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva será homenageado pela Academia Francesa em sessão privada no início de junho, durante visita oficial à França. A distinção é rara e já foi concedida a apenas 19 chefes de Estado desde 1635. Lula será o segundo brasileiro a recebê-la, após Dom Pedro II em 1872. A homenagem deve ocorrer no dia 5, e incluirá um debate sobre uma palavra que poderá ser incorporada ao Dicionário da Academia, com a participação do presidente.
Durante a visita, Lula será recebido com honras militares por Emmanuel Macron, participará de reunião no Palácio do Eliseu e de um jantar de Estado. Ele também receberá o título de doutor honoris causa pela Universidade Paris VIII. A agenda prevê ainda uma possível visita ao Forte de Bregançon e participação na Conferência da ONU para os Oceanos, em Nice. A visita reforça o foco ambiental da cooperação franco-brasileira, com vistas à COP 30 em Belém.
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