Fim das Filas: Como a Tecnologia Pode Humanizar o Atendimento nos Postos de Saúde

Em pleno 2025, ainda é comum vermos cenas que parecem saídas de décadas passadas: filas se formando de madrugada em frente aos postos de saúde, famílias levando cadeiras de praia para garantir atendimento, idosos enfrentando o frio e a chuva, e mães com crianças de colo à espera de uma simples ficha. Em Santa Maria, essa realidade, infelizmente, segue viva — e mais preocupante do que nunca.

Com a chegada do outono e a temporada de doenças respiratórias, o sistema de saúde entra em alerta. Este ano, um surto de bronquiolite entre crianças e o aumento dos casos de dengue tornaram o acesso ao atendimento ainda mais urgente. E o que temos? Um modelo de agendamento ultrapassado, ineficaz e excludente.

Mas há luz no fim do túnel. Uma proposta já foi apresentada ao Executivo municipal: trata-se de um sistema híbrido de agendamento de consultas, que combine o formato presencial, atendimento telefônico e, principalmente, a possibilidade de agendar consultas por meio de um aplicativo da Prefeitura.

Essa sugestão de projeto de lei nasceu do diálogo com a população, especialmente com quem mais sofre na ponta do sistema. A ideia é simples e equilibrada: parte das fichas continuaria sendo distribuída presencialmente, respeitando quem não tem acesso à internet ou ao celular; outra parte seria disponibilizada por telefone; e o restante via aplicativo, permitindo que pessoas com rotinas intensas — como trabalhadores, cuidadores e mães solo — possam garantir sua consulta de maneira prática e digna.

A proposta não visa substituir o atendimento humano, mas sim complementá-lo. Queremos que a dona Maria, que cuida dos netos em Camobi, não precise madrugar na fila. Que o seu João, lá do Tancredo Neves, não precise enfrentar o frio para garantir uma consulta. Que o acesso à saúde básica seja mais humano, justo e moderno.

Outras cidades já adotaram soluções digitais com sucesso. Não é luxo — é necessidade. O SUS pode e deve evoluir com o apoio da tecnologia, democratizando o acesso e priorizando quem mais precisa.

Santa Maria merece um sistema de saúde acessível, eficiente e respeitoso com sua gente. Que essa ideia não fique engavetada. Que se transforme em ação concreta. Porque a saúde não pode esperar.