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Fracasso em série: o que está acontecendo com o turismo em Santa Maria?

Santa Maria é uma cidade histórica e polo regional no Rio Grande do Sul, mas parece estar enterrado seu potencial turístico em uma sucessão de erros. Enquanto outras cidades gaúchas transformaram cultura, eventos e infraestrutura em motores econômicos, aqui o turismo virou uma promessa vazia.  

Temos basílicas imponentes, museus de arte e um rico patrimônio histórico-religioso, mas o que falta é o básico. Falta infraestrutura para receber visitantes, divulgação além das fronteiras locais e uma estratégia que vá além do turismo religioso. Enquanto a prefeitura anuncia “promessas” com slogans como “Cidade Peregrina” , moradores e turistas seguem sem opções palpáveis. Não há feiras, eventos culturais de grande porte ou mesmo manutenção adequada dos pontos turísticos como a Vila Belga.  

Há uma década, Santa Maria tinha Feisma, Expofeira e Carnaval de Rua, eventos que traziam turistas, esquentavam o comércio e colocavam a cidade no mapa. Hoje, restam apenas notícias sobre adiamentos e burocracias. Enquanto isso, cidades como Cruz Alta, Santa Cruz do Sul e Uruguaiana, que investiram em seus eventos, colhem os frutos .  

A romaria é exceção em um cenário árido. Mas será que uma cidade de 270 mil habitantes pode depender apenas de peregrinos? O turismo religioso é importante, mas não sustenta hotéis, bares e comércio o ano todo. 

O aeroporto mal conecta Santa Maria a outras cidades, e o transporte público é insuficiente para quem quer explorar a região. Por isso não basta ter atrativos se não houver como chegar até eles.

O fracasso do turismo em Santa Maria reflete uma crise maior: a falta de identidade. Não somos Gramado, não somos Ouro Preto, e sequer conseguimos ser uma versão menor desses destinos. Os moradores já perceberam e concordam: sem opções, acabam viajando para outros lugares no fim de semana. 

Se a prefeitura quer mesmo transformar o turismo em um “quarto ciclo econômico” , precisa ir além dos discursos. Retomar a Feisma, revitalizar eventos como o Carnaval de Rua, investir em infraestrutura e, principalmente, ouvir quem vive aqui. Porque, no fim, uma cidade que não é boa para seus moradores, dificilmente será atraente para quem vem de fora.

Ana

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