Por Reinaldo Guidolin
Foto: Marcelo Kervalt / Zero Hora
O Hospital Municipal de Novo Hamburgo, no Vale do Sinos, fechou temporariamente a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) e transferiu pacientes para outro setor após identificar a presença da bactéria Acinetobacter baumannii, considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) uma das mais perigosas do mundo.
Segundo a Fundação de Saúde Pública de Novo Hamburgo (FSNH), a bactéria foi detectada durante monitoramento diário. Dois pacientes já portadores do microrganismo foram internados na UTI em julho e, dias depois, houve dois casos de transmissão cruzada. A partir daí, o hospital intensificou o bloqueio epidemiológico e reduziu o fluxo de pessoas no setor.
Na última segunda-feira (4), sete pacientes foram transferidos para a Sala Amarela (Unidade Neurovascular), esvaziada para recebê-los. Todos estão em isolamento, recebendo tratamento com antibióticos específicos e acompanhamento da equipe de Infectologia. Cirurgias cardíacas eletivas foram suspensas e casos que exigem cuidados intensivos passaram a ser atendidos na Sala Laranja da Emergência.
Para conter o surto, a UTI foi totalmente evacuada e passou por limpeza terminal, incluindo higienização de teto, paredes, piso e equipamentos. A reabertura será avaliada junto à Vigilância Municipal na próxima semana.
A Acinetobacter baumannii é um patógeno oportunista associado a infecções hospitalares graves, resistente a diversos antibióticos, incluindo os carbapenêmicos, usados apenas em último caso. Segundo a OMS, pacientes com sistema imunológico fragilizado e longas internações estão mais vulneráveis à infecção.
A FSNH reforça que a bactéria não é transmitida pelo ar e que todas as medidas seguem protocolos de segurança.