Nesta semana, foi realizado o 1º Congresso Brasileiro sobre Catástrofes Climáticas, um evento inovador, vanguardista, à altura do Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM), da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) e da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
Organizado pela Profª Drª Tânia Magnago e por uma dedicada equipe de colaboradores do HUSM, com o apoio da UFSM, o congresso reuniu cerca de 1.500 participantes, que tiveram a oportunidade de refletir e discutir a complexidade das mudanças climáticas e seus impactos sobre a saúde.
Passado um ano das enchentes de maio de 2025, o evento reuniu gestores públicos e privados, profissionais das áreas do clima, direito, enfermagem, medicina, psicologia, além de representantes das Forças Armadas (Exército, Aeronáutica), Bombeiros, Força Nacional, Defesa Civil, entre tantos outros. Eles compartilharam suas ações durante aquele período, os aprendizados obtidos e os planos para o futuro.
Os cursos pós-congresso abordaram temas diversos e relevantes, fundamentais para o futuro da prevenção, mitigação e preparação frente a novos eventos climáticos extremos.
Sim, novos eventos virão. Ainda não sabemos quando, onde, ou com que intensidade. Mas sabemos que serão mais frequentes e mais severos. E, por isso, precisamos estar preparados.
Preparados para agir localmente, para atuar à distância ou para nos deslocarmos a outras regiões e colaborar.
Este congresso fortaleceu minha convicção de que Santa Maria deve ser protagonista na mudança e na ação.
Uma cidade que não sofre com inundações, terremotos ou grandes deslizamentos. Situada no centro do estado, com sua base aérea, seu entroncamento rodoviário e sua tradição ferroviária, que precisa ser urgentemente retomada, com a velocidade e eficiência dos trens sino-nipônicos, Santa Maria é estratégica.
Porto Alegre, Pelotas, Rio Grande, a Serra Gaúcha e o Vale dos Sinos sucumbiram às águas de maio de 2025. Santa Maria resistiu, mesmo com todas as dificuldades enfrentadas. Fomos, em grande parte, passagem segura, e por isso temos a responsabilidade de avançar.
Santa Maria precisa e deve tornar-se o centro logístico de salvaguarda para as emergências futuras. Deve ser sede da Força Nacional, da logística humanitária, tecnológica, e de recursos de todas as naturezas voltados às grandes catástrofes que infelizmente ainda virão.
Santa Maria deverá se transformar.
A Santa Maria da Boca do Monte, o Coração do Rio Grande, deve assumir o protagonismo estratégico na proteção do estado do Rio Grande do Sul e do sul do Brasil. Salvando vidas. Acolhendo. Com o coração pulsando.
Coluna por: Dr. Humberto Palma