O laudo do IGP confirmou que a falha nos freios — especificamente na roda traseira esquerda — foi a principal causa do acidente com o ônibus da UFSM, em Imigrante, que resultou na morte de sete estudantes e deixou 26 feridos. A peça estava excessivamente gasta, comprometendo o sistema de frenagem em uma descida acentuada.
Segundo o delegado responsável, José Romaci Reis, a revisão geral alegada pela universidade, supostamente realizada em novembro de 2024, ainda não foi comprovada com documentos. O mecânico afirmou que a última manutenção ocorreu em 2023. A hipótese é de que uma substituição assimétrica das lonas pode ter contribuído para o desgaste.
A investigação ainda está em andamento, e novas perícias podem ser solicitadas para esclarecer dúvidas que o laudo técnico inicial não conseguiu responder. O disco do tacógrafo também passará por análise complementar para determinar a velocidade do ônibus antes do tombamento.
Mais do que identificar a falha técnica, o caso serve de alerta para a importância de fiscalização rigorosa na manutenção de veículos que transportam estudantes. Quando se trata de vidas, a segurança precisa sempre ser prioridade — e a prevenção, regra.
Quem conhece a Gare sabe: aquele prédio carrega mais do que tijolos antigos — tem cheiro de memória, trilho de história e saudade de um tempo em que o trem apitava no coração da cidade. A consulta pública sobre o destino da Gare de Santa Maria reuniu mais de 600 respostas e mostrou que a população quer mais do que concreto e revitalização: quer vida, cultura, comida e memória.
A preferência por comércio local e feiras de artesanato, seguida de lazer ao ar livre e espaços culturais, revela uma cidade que deseja se encontrar mais com ela mesma do que com grandes marcas. A Gare pode ser tudo isso — se o poder público ouvir de fato o que foi dito e transformar participação popular em política pública.
O que se viu na audiência pública realizada pela prefeitura foi o esboço de um projeto coletivo: preservar o passado sem abrir mão de experiências novas. Que o edital de concessão, agora em elaboração, não seja apenas um documento técnico, mas a tradução do desejo de uma Santa Maria mais viva, plural e acessível.
O Partido Liberal (PL), de Jair Bolsonaro, elegeu 99 deputados, mas perdeu força e hoje conta com 91 parlamentares, registrando a maior redução entre os partidos da Câmara. Desde o início da legislatura, perdeu 10 deputados e ganhou dois, com migrações principalmente para Republicanos, PP, MDB, PSB, PRD e Novo. O Republicanos foi o partido que mais cresceu, ganhando cinco deputados, enquanto o PT perdeu apenas dois cadeiras. O PRD, surgido da fusão do PTB e do Patriota, também ganhou cinco cadeiras. O PSC deixou de existir ao ser absorvido pelo Podemos.
O projeto das cinco rotas de Integração e Desenvolvimento Sul-Americano foi impulsionado pelo presidente Lula, após a decisão do Consenso de Brasília em maio de 2023 para retomar a integração regional. O Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO) criou essas rotas, consultando os 11 Estados brasileiros fronteiriços, com o objetivo de aumentar o comércio com os vizinhos sul-americanos e reduzir custos e tempo de transporte, especialmente para a Ásia. O projeto identificou 190 de mais de 9.700 iniciativas do Novo PAC com potencial para integrar a região. Além dos recursos orçamentários, serão utilizados US$ 10 bilhões de financiamento (BNDES e bancos regionais).
Historicamente, o Brasil focava no comércio com a Europa e os EUA, mas nas últimas décadas houve um aumento no comércio com a Ásia. Desde 2002, as exportações brasileiras para a Ásia cresceram significativamente, enquanto o comércio com os países vizinhos da América do Sul teve um crescimento mais modesto, destacando a necessidade de rotas logísticas mais eficientes.
A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara rejeitou nesta terça-feira (29) o último recurso apresentado por Glauber Braga (PSOL-RJ) para barrar o processo que pode cassar seu mandato. Com 44 votos contrários e apenas 22 favoráveis ao deputado, a CCJ deu sinal verde para que o caso vá ao plenário — onde o desfecho será definitivo.
O placar na comissão é, por si só, um termômetro político: mostra que a blindagem institucional que alguns parlamentares conseguem ativar quando enfrentam processos disciplinares não se estendeu a Glauber. Agora, ele depende de algo mais difícil: a maioria absoluta da Câmara, ou seja, 257 votos contra, para ser cassado.
É importante lembrar que não basta vencer numericamente entre os presentes — é preciso alcançar o número mágico de 257. Caso contrário, mesmo vencido, Glauber permanece deputado. Isso abre espaço para articulações nos bastidores e para um possível discurso de resistência.
O caso de Glauber Braga, conhecido por sua postura combativa e por desafiar o status quo da Casa, joga luz sobre o uso político dos mecanismos de cassação. Trata-se de um processo jurídico, sim, mas também profundamente político. Não faltam no Congresso nomes com passagens mais controversas — ou acusações mais graves — que jamais chegaram perto de enfrentar o que Glauber enfrenta agora.
A votação no plenário, sem data marcada até o momento, vai dizer muito mais sobre o atual clima político da Câmara do que sobre a conduta de um único parlamentar.
Carlos Lupi (PDT), ministro da Previdência, virou um problema para o governo Lula. O escândalo bilionário no INSS, que envolve suspeitas de desvio de recursos de aposentados e pensionistas, é tudo o que o Palácio do Planalto não precisava neste momento. E a permanência de Lupi no cargo está se tornando uma pedra no sapato cada vez mais difícil de ignorar.
Nos bastidores, cresce a avaliação de que a situação do ministro é insustentável. A lógica de aliados é simples: a crise já está posta — o que resta é conter os danos. E manter um ministro no centro do furacão transmite justamente o oposto disso. Com a oposição farejando sangue e a base governista em desconforto crescente, a dúvida não é mais se Lupi deve sair, mas quando (e como) isso será feito.
Para Lula, o dilema é mais político do que técnico. Lupi é presidente licenciado do PDT, aliado histórico e figura-chave na composição com partidos do chamado “campo democrático”. Demiti-lo significaria romper com parte dessa base. Mas bancá-lo, em meio ao desgaste público, é um risco que pode contaminar não só a imagem do governo, como seu capital político no Congresso.
Lula já demonstrou, ao longo da carreira, ser avesso a demissões sob pressão da imprensa ou da oposição. Mas até onde vai essa lealdade? Quando a crise ameaça tomar proporções de escândalo nacional, até os mais fiéis precisam fazer escolhas difíceis — ou arcar com o preço.
Gilberto Kassab (PSD), presidente do partido e veterano articulador político, lançou uma mensagem que vale mais pelo que insinua do que pelo que diz abertamente: se Tarcísio de Freitas (Republicanos) decidir disputar a Presidência em 2026, a centro-direita se alinhará atrás dele. Nada de múltiplas candidaturas. Nada de fragmentação.
A declaração foi feita num evento voltado a auditores fiscais, mas tinha endereço certo: os bastidores de Brasília. Kassab cravou que, com Tarcísio na disputa, nomes como Ronaldo Caiado (União Brasil), Ratinho Jr. (PSD), Romeu Zema (Novo) e Tereza Cristina (PP) recuariam. Um recado claro de que o campo liberal-conservador pretende evitar o erro de 2022, quando chegou dividido demais ao primeiro turno.
Mas o mais interessante está na entrelinha: Kassab também disse que provavelmente Tarcísio não será candidato. A frase soa mais como cautela estratégica do que como convicção. O governador de São Paulo ainda tenta construir uma imagem nacional sem perder a blindagem institucional paulista. Lançar-se cedo demais pode significar virar vidraça por tempo demais.
Seja como for, a movimentação revela que a centro-direita já está em pré-temporada. E Kassab, como sempre, busca posicionar o PSD no centro do tabuleiro — pronto para apoiar, negociar ou arbitrar. Ele sabe que, no Brasil, ganhar eleição é uma mistura de timing, discurso e, sobretudo, costura. E ele está começando a costurar.
O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) foi condenado pelo TJ do Distrito Federal a pagar R$ 200 mil por danos morais coletivos, após discurso transfóbico feito na tribuna da Câmara em 2023. A indenização será destinada ao Fundo de Direitos Difusos. Cabe recurso.
No episódio, ocorrido no Dia Internacional da Mulher, Nikolas atacou mulheres trans e o movimento feminista. A decisão do tribunal reforça que liberdade de expressão não é salvo-conduto para a propagação de discursos discriminatórios — nem mesmo sob a proteção da imunidade parlamentar.
A condenação tem peso simbólico. Representa um freio à retórica de ódio travestida de ideologia e impõe limites à tentativa de transformar o Congresso em palco de agressões. Dissenso faz parte da democracia. A desumanização, não.
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