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Inovação no Agro: por que a Economia Circular é o próximo passo essencial

Você já percebeu como o mundo está de olho no Brasil quando o assunto é sustentabilidade? Recentemente, São Paulo foi palco de um dos eventos globais mais relevantes do setor: o Fórum Mundial de Economia Circular (WCEF 2025). Durante o evento, líderes mundiais se reuniram para discutir o futuro da economia circular e, mais importante ainda, foi aprovado o Plano Nacional de Economia Circular (Pnec). Esse Plano será o grande guia das ações e inovações no Brasil pelos próximos dez anos, impactando diretamente a agricultura, a indústria, o varejo e os modelos de negócio do país.

Embora o Pnec ainda não traga exigências obrigatórias, ele já oferece ferramentas valiosas: incentivos fiscais, acesso facilitado ao crédito, apoio técnico e estímulo à certificação. Ou seja, quem começar agora, estará um passo à frente da concorrência.

A economia circular deixou de ser apenas uma tendência e virou política pública. O mundo observa atentamente como o Brasil está conduzindo essa transformação. O Pnec propõe uma verdadeira mudança de paradigma: saímos do modelo tradicional de extrair-produzir-descartar e entramos em um ciclo inteligente de reutilizar, transformar e reaproveitar, agregando valor em cada etapa do processo.

É fundamental entender essa nova dinâmica, pois o futuro já não é mais linear, ele é circular!

O Plano Nacional de Economia Circular está estruturado em cinco eixos estratégicos: ambiente normativo, inovação, redução de resíduos, instrumentos financeiros e articulações interfederativas. 

Mas, afinal, como tudo isso impacta a agricultura?

O Pnec traz metas claras para o setor agrícola: incentiva modelos produtivos com menos desperdício de alimentos e resíduos, maior reaproveitamento de recursos e forte apoio à inovação. O produtor rural é estimulado a utilizar água, energia e insumos de forma eficiente, produzir fertilizantes orgânicos, como os de esterco, e reduzir a dependência de fertilizantes sintéticos. Além disso, há incentivo à simbiose industrial, uma parceria entre agricultura e indústria para o aproveitamento de resíduos e subprodutos, ao uso de biomassa para geração de energia e à prática da agricultura de baixo carbono. Projetos inovadores, como a geração de energia a partir de resíduos ou a produção de fertilizantes orgânicos, podem inclusive receber financiamento do Fundo Clima, administrado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima. 

E por que isso é tão importante para o agronegócio? O Pnec pode reduzir custos de produção ao promover o uso eficiente dos recursos e valorizar os resíduos. Também aumenta a competitividade do agronegócio brasileiro, tornando-o mais sustentável e atraente para consumidores e investidores, além de abrir portas para novos negócios e empregos no setor agrícola, graças ao desenvolvimento de tecnologias e práticas circulares. Mais do que isso, reforça a imagem do Brasil como referência global em economia circular e agricultura sustentável e regenerativa.

Vale destacar a diferença entre os conceitos de sustentabilidade e regeneração. Ser sustentável é minimizar danos, evitar desperdícios e usar menos recursos, interrompendo a degradação. Já ser regenerativo é ir além: é restaurar o que foi deteriorado, curar o solo, limpar a água e o ambiente.

No Rio Grande do Sul, por exemplo, a Emater/RS-Ascar já orienta produtores a adotarem práticas sustentáveis e regenerativas, capazes de aumentar a produtividade, reverter a degradação do solo e reduzir impactos ambientais. Ações como a recuperação de pastagens degradadas, integração lavoura-pecuária-floresta, sistemas agroflorestais, consórcio de espécies, plantio direto e manejo correto do solo e da água são exemplos de como é possível produzir mais, com menos impacto.

Quando o produtor rural adota boas práticas agrícolas, ele não apenas protege o meio ambiente, mas também garante um futuro mais próspero e competitivo para o campo brasileiro. O momento de agir é agora! Quem entender essa transformação estará, sem dúvida, um passo à frente!

Imagem: Nannapat Pagtong
Guilherme G. dos Santos Passamani
Engenheiro agrônomo, doutor em Agronomia
Gerente Regional de Santa Maria 
e-mail: ggsantos@emater.tche.br

Redação enFoco

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