“Construa o poço antes de sentir sede.” Esse antigo provérbio chinês nunca fez tanto sentido para quem vive do campo. Em um cenário cada vez mais desafiador, pensar apenas no amanhã é pouco para quem deseja investir, crescer e garantir a prosperidade da atividade agropecuária. Planejar é essencial e, no Rio Grande do Sul, esse planejamento passa, necessariamente, por investimentos em irrigação.
Há mais de vinte anos, a Emater/RS-Ascar e o Governo do Estado tem se empenhado a disseminar essa tecnologia visando ampliar as áreas irrigadas. Os motivos são claros, produtores de soja em praticamente todos os municípios da região, viram suas lavouras serem dizimadas pelo calor extremo. Uma situação prevista pelos especialistas, mas que pode ser minimizada com o uso da irrigação. Hoje, apenas 3,2% das áreas de soja e 15% das de milho contam com essa tecnologia no Estado. E este problema não é apenas dos agricultores, quando temos perdas nas nossas safras os prejuízos econômicos afetam toda a cadeia produtiva, sentimos na pele os impactos diretos no PIB gaúcho, que depende fortemente da agricultura. Os agricultores não conseguem honrar suas dívidas, o comércio fica estagnado, as lojas vendem menos, o corretor de imóveis vende menos, no mercadinho entram menos clientes, empregos são perdidos e a cadeia toda é fortemente impactada.
O Rio Grande do Sul é, segundo o Banco Mundial, o Estado brasileiro que mais sofreu perdas econômicas devido a eventos climáticos nos últimos anos. Nossos levantamentos mostram que tivemos quatro estiagens severas e uma enchente em apenas seis anos. Diante desse cenário, fica evidente que esperar pelo próximo evento climático extremo não é uma opção.
Para mudar essa realidade, a Emater/RS-Ascar e a Secretaria de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) estão levando informação e soluções a todos os cantos do Estado. Por meio de uma caravana de seminários, o Programa Irriga + RS está sendo apresentado aos produtores rurais gaúchos. *O programa oferece uma grande oportunidade: incentivo financeiro de até 20% do valor do projeto de irrigação, podendo chegar a R$ 100 mil por produtor, pago em parcela única e sem necessidade de devolução. É um verdadeiro cashback para quem investe em resiliência e segurança climática no campo.*
E os resultados já aparecem, nos últimos anos, a área irrigada de soja cresceu 65% e a de milho, 52%. Só entre as safras de 2020/2021 e 2023/2024, a área irrigada de soja passou de 130 mil para mais de 214 mil hectares. No milho, o crescimento foi de quase 80 mil para 122 mil hectares. Esses números mostram que cada vez mais os agricultores estão entendendo: irrigar é investir no futuro e não tenho dúvidas que o investimento seria ainda maior se as condições financeiras da agricultura gaúcha tivessem sido melhores nos últimos anos, afinal o agricultor gaúcho tem sido vanguardista no uso de tecnologias e na eficiência produtiva.
Na região Central, por exemplo, já são 30 projetos de irrigação elaborados pela Emater/RS-Ascar, beneficiando cerca de 400 hectares. Em todo o Estado, já são mais de 500 projetos.
Com informação, assistência técnica e apoio financeiro, os produtores gaúchos têm em mãos as ferramentas para enfrentar as adversidades climáticas e garantir a produção, mesmo nos anos mais difíceis. O futuro é incerto, mas uma coisa é certa: com o Irriga + RS, o agricultor gaúcho estará sempre um passo à frente, pronto para transformar desafios em oportunidades e colher bons frutos, faça chuva ou faça sol. Queres conhecer mais sobre esta grande oportunidade? Procure o escritório municipal da Emater-RS/Ascar de sua cidade!
Foto: Seapi
Guilherme G. dos Santos Passamani
Engenheiro agrônomo, doutor em Agronomia
Gerente da Emater/RS-Ascar da região de Santa Maria
e-mail: ggsantos@emater.tche.br
EMATER-RS/ASCAR