Carlos Lupi saiu como entrou: com o discurso afiado e a aura de sobrevivente da política. Ao pedir demissão do Ministério da Previdência nesta sexta-feira, tentou preservar o próprio nome, mas deixou para trás um rastro de desconforto no governo e um escândalo ainda em ebulição. O Planalto, que já via seu discurso de rigor contra fraudes corroído pela permanência de Lupi, enfim respirou aliviado. O preço da leniência se tornava alto demais.
Apesar de afirmar que nunca foi citado nas investigações, Lupi foi, sim, alertado sobre possíveis irregularidades nos descontos compulsórios que atingiram aposentados e pensionistas. A conselheira Tonia Galleti, em reunião oficial, pediu atenção à farra dos Acordos de Cooperação Técnica com entidades sindicais — e foi ignorada. A resposta protocolar do então ministro (“relevante, mas sem condições de atender”) virou agora um bumerangue político.
No pano de fundo, o episódio reabre fissuras dentro do PDT, partido de Lupi, que já ensaia uma postura mais independente em relação ao governo Lula. Com a indicação do ex-deputado Wolney Queiroz para o lugar vago, o Planalto sinaliza continuidade, mas sabe que o estrago à imagem do INSS e à confiança da população mais vulnerável já está feito.
A ver se o próximo a sentar na cadeira de Lupi vai, de fato, ouvir os alertas antes que seja tarde demais.
Arte pública, saúde e engajamento social vão dividir o mesmo espaço — e as mesmas tintas — no trailer Testa Santa Maria, veículo móvel que leva testagem rápida e prevenção contra HIV, ISTs e Hepatites Virais aos bairros da cidade. A prefeitura abriu inscrições para selecionar um artista visual que vai transformar o trailer em um mural itinerante com a cara da causa.
É arte com propósito. E mais: é política pública que se pinta bem — literalmente. A proposta valoriza a arte local e abre espaço para que artistas de Santa Maria deixem sua marca em uma ação de saúde comunitária.
Com o tema “Testagem Rápida em Prol da Prevenção”, o edital prevê R$ 5 mil de cachê para o muralista vencedor e exige originalidade, viabilidade técnica e vínculo com a cidade. Pode parecer pouco em cifras, mas vale muito no símbolo: arte que combate estigma, que aproxima o SUS da população e que espalha informação onde mais se precisa.
Agora é torcer para que os sprays da cidade deem conta da missão — e que mais políticas públicas apostem na potência criativa como aliada da cidadania.
Aos poucos, a modernização da iluminação pública começa a clarear Santa Maria. Na Região Oeste, onde estão bairros populosos e com forte identidade comunitária, o avanço é visível: 44,51% dos pontos de luz já foram atualizados com luminárias de LED. Só na Nova Santa Marta cerca de 75% das lâmpadas já foram substituídas.
É uma mudança que se vê e se sente. Com mais claridade nas ruas, melhora a sensação de segurança, a mobilidade noturna e até o visual dos espaços públicos. O investimento, parte do contrato firmado com a IP Santa Maria Concessionária de Iluminação Pública, prevê que toda a cidade — e também os distritos — estejam modernizados em até um ano.
É um prazo ousado, mas o ritmo inicial indica que, desta vez, o discurso e a execução caminham juntos. Como reforçou o prefeito Rodrigo Decimo, trata-se de uma das maiores atualizações estruturais já feitas no Município.
A audiência pública realizada pela Câmara de Vereadores de Santa Maria para debater a duplicação da RSC-287 e a reconstrução da ponte no km 227 reuniu lideranças regionais, moradores afetados e representantes do setor produtivo. Chamou muita atenção a ausência de figuras-chave no encontro tanto quanto as falas dos presentes.
Não compareceram à discussão representantes da concessionária Sacyr, do Governo do Estado e, mais uma vez, da Prefeitura de Santa Maria. A indignação foi expressa com todas as letras pelo deputado estadual Valdeci Oliveira: “Eu fico com vergonha. Todos os municípios da região estão representados, os vereadores da região estão aqui, o prefeito Leodegar está aqui. E não é de agora. Em todos os movimentos que fizemos ao longo dos últimos três anos, nunca a cidade de Santa Maria teve a presença do gestor ou da gestão municipal”
A crítica é pesada — e precisa ser levada a sério. Afinal, é Santa Maria quem dá nome ao trecho, é seu entorno que sofre os efeitos das interrupções, dos congestionamentos e da insegurança causados pelas obras lentas ou mal coordenadas.
A audiência resultou no encaminhamento de um novo encontro, agora em Agudo, promovido pela comissão especial formada pelos vereadores Marcelo Zappe Bisogno, Guilherme Badke e Sidi Cardoso. Que essa nova rodada de debate sirva para reunir todos os atores. Porque, em obras públicas, a omissão não passa despercebida.
A Mesa Diretora da Câmara dos Deputados pediu a suspensão do mandato de Gilvan da Federal (PL-ES), após ofensas à ministra Gleisi Hoffmann, o que pode abrir espaço para uma punição mais branda ao deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), que enfrenta processo de cassação. A medida, enviada ao Conselho de Ética, surge em meio a críticas de que punições alternativas à cassação são pouco utilizadas. A Comissão de Constituição e Justiça rejeitou o recurso de Braga, e seu caso deve ir ao plenário em até 60 dias, onde precisa de 257 votos para a cassação ser confirmada.
O novo presidente do INSS, Gilberto Waller Júnior, se reúne nesta sexta-feira (2) com a Advocacia-Geral da União (AGU) para discutir um plano de ressarcimento para aposentados e pensionistas vítimas de fraudes em descontos irregulares. A fraude pode ter desviado até R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024, embora o valor exato ainda seja incerto. O governo está com pressa para reparar os danos, mas enfrenta dificuldades na apuração do montante desviado.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante pronunciamento no Dia do Trabalhador, afirmou que o governo desmantelou o esquema criminoso e determinou à AGU que processe as associações responsáveis pelos descontos ilegais. A nomeação de Waller Júnior foi uma medida para priorizar a investigação e solução rápida do problema. O governo, por meio da Controladoria-Geral da União (CGU) e da Polícia Federal, visa mostrar firmeza no combate à corrupção.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá uma conversa reservada com a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, nesta sexta-feira (2), devido à suspeita de que ela será substituída no cargo. A saída de Cida é considerada iminente, após polêmicas envolvendo sua relação com a primeira-dama Janja da Silva e outros ministros. Em depoimento à Comissão de Ética da Presidência, Cida mencionou interromper sua agenda para atender Janja e desconsiderar solicitações de ministros, o que gerou desconforto. Além disso, ela foi acusada de assédio moral, embora o processo tenha sido arquivado. Há também uma denúncia de que teria oferecido apoio financeiro a uma servidora em troca de silêncio sobre um caso de racismo. O nome cogitado para substituir Cida é o de Márcia Lopes, ex-ministra de Desenvolvimento Social.
O ex-presidente Fernando Collor de Mello deixou o presídio na noite de quinta-feira (1º) para cumprir pena em prisão domiciliar, por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF. A medida foi tomada após parecer favorável da Procuradoria-Geral da República, com base em problemas de saúde e idade avançada (75 anos). Collor, condenado a 8 anos e 10 meses por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso da BR Distribuidora, relacionado à Operação Lava Jato, usará tornozeleira eletrônica e só poderá receber visitas de advogados. Sua condenação foi mantida pelo STF após sucessivos recursos negados.
O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que pode comparecer à manifestação pró-anistia dos condenados pelo 8 de Janeiro, marcada para 7 de maio em Brasília. Ainda internado após cirurgia, ele disse que pretende ir ao local se estiver em condições físicas. Bolsonaro pediu que o ato seja pacífico e mencionou expectativa de cerca de 2 mil participantes. A manifestação busca pressionar o Congresso a votar um projeto de anistia total aos envolvidos nos ataques às sedes dos Três Poderes. Paralelamente, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, articula um projeto alternativo para reduzir as penas, mas manter punições mais duras para organizadores de tentativas de golpe. A proposta está sendo negociada com a Câmara, o STF e o presidente Lula, visando a pacificação do país.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, determinou que o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, não pode usar a imunidade parlamentar para evitar explicações sobre sua ameaça de romper um acordo sobre a distribuição de emendas de comissão. Dino deu um prazo de cinco dias para que o Congresso, o governo, o PSOL (autor da ação) e outros interessados se manifestem sobre o caso. A questão envolve a possível violação do arcabouço normativo aprovado pelo Congresso, especialmente em relação ao uso de recursos públicos. Sóstenes havia argumentado que, como deputado, estava isento de esclarecer suas falas, mas Dino destacou que a imunidade não se aplica a crimes contra o patrimônio público, como o envolvimento com o orçamento secreto.
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